Áreas costeiras: gestão, problemáticas e percepções ambientais no município de Areia Branca, Rio Grande do Norte, Brasil
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26232 |
Resumo: | A zona costeira brasileira corresponde ao espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis e não-renováveis, abrangendo uma faixa marítima e uma faixa terrestre, sendo considerada patrimônio nacional de acordo com a Constituição Federal de 1988. É notória a importância da região litorânea do Brasil, tendo em vista sua extensão territorial, além de sua alta densidade populacional. Entretanto, são inúmeras as pressões socioeconômicas na zona costeira, podendo-se destacar o acelerado e desordenado processo de urbanização acarretando a intensa degradação dos recursos naturais, colocando em risco a sustentabilidade socioeconômica e a qualidade ambiental das populações. Como tentativa de equacionar tais problemas nas zonas costeiras, algumas políticas públicas voltadas à gestão dessas regiões necessitaram ser desenvolvidas. Em 1988 foi instituído o Gerenciamento Costeiro através da Lei nº 7.661 que introduziu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) com o intuito de orientar a utilização racional dos recursos costeiros, protegendo o patrimônio natural, histórico, étnico e cultural. Neste sentido, este estudo teve por objetivos avaliar a evolução do gerenciamento costeiro brasileiro, bem como realizar um diagnóstico da gestão costeira potiguar, em especial no município de Areia BrancaRN, identificando as principais problemáticas ambientais relacionadas ao uso costeiro no município. Além disso, objetivou-se compreender a relação da população com o ambiente local e suas percepções acerca da qualidade ambiental e da gestão do ambiente costeiro do município de Areia Branca. Para tanto, à esta pesquisa foram aplicados os seguintes procedimentos metodológicos: análise de conteúdo do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) e o seu respectivo relatório “25 anos do Gerenciamento Costeiro no Brasil”; aplicação do Decálogo da Gestão Costeira; utilização de técnicas de geoprocessamento relacionadas à classificação do uso e ocupação do solo, bem como ao avanço de dunas; análise da percepção ambiental através da aplicação de questionários, análise estatística dos dados e análise qualitativa dos dados. Ficou constatado, que a área costeira brasileira apresenta conflitos de interesses, uma vez que as atividades nessas áreas trazem consigo inúmeros impactos no âmbito social, econômico, cultural e ambiental, apesar de sua importância econômica para o país. Devido a isso, a gestão costeira instituiu instrumentos legais, planos, programas e projetos que têm trazido resultados positivos em direção ao gerenciamento dos usos das zonas litorâneas. Entretanto, há ainda carências que deverão ser sanadas para a promoção do ordenamento do uso dos recursos naturais e da ocupação dos espaços costeiros. Verificou-se também, que o gerenciamento costeiro no estado do Rio Grande do Norte se encontra num estágio inicial de desenvolvimento, implantação e estruturação, necessitando de ações urgentes com vistas ao fortalecimento do gerenciamento costeiro na esfera estadual. Em domínio municipal, Areia Branca encontra-se em fase de discussão para o desenvolvimento de sua gestão costeira, apresentando, portanto, insuficiências em relação a políticas públicas e instrumentos normativos relacionados ao tema. Identificou-se ainda, mudanças na paisagem do município de Areia Branca ao longo dos últimos 20 anos devido à intensificação da urbanização, da produção de sal marinho, da atividade petrolífera e, ultimamente, devido à instalação de parques eólicos no município. Essas atividades colaboraram, também, para a diminuição da cobertura vegetal e redução dos campos de dunas no município. A análise da movimentação de um campo de dunas no município levou à conclusão de que as dunas da região em estudo apresentaram movimentos de avanço e retração durante o período em questão, sendo os principais fatores influenciadores deste processo a dinâmica dos ventos, a baixa precipitação no município, bem como a interferência antrópica. Sobre a percepção ambiental, a população de Areia Branca mostrou-se ciente dos problemas que atingem o ambiente costeiro do município e de sua parcela de contribuição na geração de tais problemáticas, bem como reconhecem a importância do seu envolvimento e participação na construção de um ambiente mais saudável e equilibrado. A percepção ambiental dos grupos sociais envolvidos na pesquisa mostrou-se variável e os entrevistados mostram tanto satisfações quanto descontentamentos relacionados ao uso e gestão do ambiente costeiro municipal. A beleza cênica e tranquilidade foram aspectos bem avaliados quanto à qualidade da zona costeira do município, no entanto, aspectos relacionados à infraestrutura local não foram tão bem avaliados. Além disso, os grupos entrevistados não percebem o potencial degradador das atividades econômicas realizadas no município. Sendo assim, esta pesquisa mostrou a necessidade urgente de estratégias e políticas públicas contínuas, especialmente, na área de gestão ambiental e costeira, planejamento urbano e planejamento regional para o estado do Rio Grande do Norte e, em especial, para o município de Areia Branca em consonância com as normas e instrumentos previstos na esfera federal. |
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Cavalcante, Juliana da Silva IbiapinaGuerra, Amilton GurgelMedeiros, Anna Jacinta Dantas deSoriano, Eliane MarinhoSodré Neto, LuizAloufa, Magdi Ahmed Ibrahim2018-11-28T20:22:07Z2018-11-28T20:22:07Z2018-07-02CAVALCANTE, Juliana da Silva Ibiapina. Áreas costeiras: gestão, problemáticas e percepções ambientais no município de Areia Branca, Rio Grande do Norte, Brasil. 2018. 183f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26232A zona costeira brasileira corresponde ao espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis e não-renováveis, abrangendo uma faixa marítima e uma faixa terrestre, sendo considerada patrimônio nacional de acordo com a Constituição Federal de 1988. É notória a importância da região litorânea do Brasil, tendo em vista sua extensão territorial, além de sua alta densidade populacional. Entretanto, são inúmeras as pressões socioeconômicas na zona costeira, podendo-se destacar o acelerado e desordenado processo de urbanização acarretando a intensa degradação dos recursos naturais, colocando em risco a sustentabilidade socioeconômica e a qualidade ambiental das populações. Como tentativa de equacionar tais problemas nas zonas costeiras, algumas políticas públicas voltadas à gestão dessas regiões necessitaram ser desenvolvidas. Em 1988 foi instituído o Gerenciamento Costeiro através da Lei nº 7.661 que introduziu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) com o intuito de orientar a utilização racional dos recursos costeiros, protegendo o patrimônio natural, histórico, étnico e cultural. Neste sentido, este estudo teve por objetivos avaliar a evolução do gerenciamento costeiro brasileiro, bem como realizar um diagnóstico da gestão costeira potiguar, em especial no município de Areia BrancaRN, identificando as principais problemáticas ambientais relacionadas ao uso costeiro no município. Além disso, objetivou-se compreender a relação da população com o ambiente local e suas percepções acerca da qualidade ambiental e da gestão do ambiente costeiro do município de Areia Branca. Para tanto, à esta pesquisa foram aplicados os seguintes procedimentos metodológicos: análise de conteúdo do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) e o seu respectivo relatório “25 anos do Gerenciamento Costeiro no Brasil”; aplicação do Decálogo da Gestão Costeira; utilização de técnicas de geoprocessamento relacionadas à classificação do uso e ocupação do solo, bem como ao avanço de dunas; análise da percepção ambiental através da aplicação de questionários, análise estatística dos dados e análise qualitativa dos dados. Ficou constatado, que a área costeira brasileira apresenta conflitos de interesses, uma vez que as atividades nessas áreas trazem consigo inúmeros impactos no âmbito social, econômico, cultural e ambiental, apesar de sua importância econômica para o país. Devido a isso, a gestão costeira instituiu instrumentos legais, planos, programas e projetos que têm trazido resultados positivos em direção ao gerenciamento dos usos das zonas litorâneas. Entretanto, há ainda carências que deverão ser sanadas para a promoção do ordenamento do uso dos recursos naturais e da ocupação dos espaços costeiros. Verificou-se também, que o gerenciamento costeiro no estado do Rio Grande do Norte se encontra num estágio inicial de desenvolvimento, implantação e estruturação, necessitando de ações urgentes com vistas ao fortalecimento do gerenciamento costeiro na esfera estadual. Em domínio municipal, Areia Branca encontra-se em fase de discussão para o desenvolvimento de sua gestão costeira, apresentando, portanto, insuficiências em relação a políticas públicas e instrumentos normativos relacionados ao tema. Identificou-se ainda, mudanças na paisagem do município de Areia Branca ao longo dos últimos 20 anos devido à intensificação da urbanização, da produção de sal marinho, da atividade petrolífera e, ultimamente, devido à instalação de parques eólicos no município. Essas atividades colaboraram, também, para a diminuição da cobertura vegetal e redução dos campos de dunas no município. A análise da movimentação de um campo de dunas no município levou à conclusão de que as dunas da região em estudo apresentaram movimentos de avanço e retração durante o período em questão, sendo os principais fatores influenciadores deste processo a dinâmica dos ventos, a baixa precipitação no município, bem como a interferência antrópica. Sobre a percepção ambiental, a população de Areia Branca mostrou-se ciente dos problemas que atingem o ambiente costeiro do município e de sua parcela de contribuição na geração de tais problemáticas, bem como reconhecem a importância do seu envolvimento e participação na construção de um ambiente mais saudável e equilibrado. A percepção ambiental dos grupos sociais envolvidos na pesquisa mostrou-se variável e os entrevistados mostram tanto satisfações quanto descontentamentos relacionados ao uso e gestão do ambiente costeiro municipal. A beleza cênica e tranquilidade foram aspectos bem avaliados quanto à qualidade da zona costeira do município, no entanto, aspectos relacionados à infraestrutura local não foram tão bem avaliados. Além disso, os grupos entrevistados não percebem o potencial degradador das atividades econômicas realizadas no município. Sendo assim, esta pesquisa mostrou a necessidade urgente de estratégias e políticas públicas contínuas, especialmente, na área de gestão ambiental e costeira, planejamento urbano e planejamento regional para o estado do Rio Grande do Norte e, em especial, para o município de Areia Branca em consonância com as normas e instrumentos previstos na esfera federal.The Brazilian coastal zone corresponds to the geographical interaction space of air, sea and land, including its renewable and non-renewable resources, covering a sea band and a terrestrial band, being considered national patrimony according to the Federal Constitution of 1988. The importance of the coastal region of Brazil is remarkable, considering its territorial extension, in addition to its high population density. However, there are numerous socioeconomic pressures in the coastal zone, highlighting the accelerated and disordered urbanization process leading to the intense degradation of natural resources, putting at risk the socioeconomic sustainability and the environmental quality of the populations. As an attempt to address such problems in coastal zones, some public policies aimed at the management of these regions needed to be developed. In 1988 Coastal Management was instituted through Law No. 7,661, which introduced the National Coastal Management Plan (PNGC) to guide the rational use of coastal resources, protecting natural, historical, ethnic and cultural heritage. In this sense, the objective of this study was evaluate the Brazilian evolution coastal management, as well as to make a diagnosis of the coastal management of Potiguar, especially in the Areia Branca city -RN, identifying the main environmental problems related to coastal use in the municipality. In addition, the objective was to understand the relationship between the population and the local environment and their perceptions about the environmental quality and the management of the coastal environment the Areia Branca city. For this purpose, were applied the following methodological procedures: content analysis of the National Coastal Management Plan (PNGC) and its respective report "25 years of Coastal Management in Brazil"; implementation of the Coastal Management Decalogue; use of geoprocessing techniques related to the classification of use and land occupation, as well as to the advancement of dunes; analysis of environmental perception through the application of questionnaires, statistical analysis and qualitative data analysis. It was verified that the Brazilian coastal area presents conflicts of interests, since the activities in these areas bring with them numerous impacts in the social, economic, cultural and environmental scope, in spite of their economic importance for the country. Due to this, coastal management instituted legal instruments, plans, programs and projects that have brought positive results towards the management uses of the coastal zones. However, there still needs to be resolved for the promotion of spatial use of natural resources and occupation of coastal areas. It was also verified that coastal management in the state of Rio Grande do Norte is at an early stage of development, implementation and structuring, necessitating urgent actions aimed at strengthening coastal management at the state level. In the municipal domain, Areia Branca is under discussion for the development of its coastal management, presenting, therefore, insufficiencies in relation to public policies and normative instruments related to the theme. It has also been identified changes in the landscape of the Areia Branca city over the last 20 years due to the intensification of urbanization, sea salt production, oil activity and, lately, due to the installation of wind farms in the municipality. These activities also contributed to the vegetation cover decrease and reduction of the dune fields in the municipality. The analysis of the dune field movement in the municipality led to the conclusion that the dunes of the region under study presented advance and retraction movements during the period in question, being the main factors influencing this process the dynamics of the winds, the low precipitation in the as well as anthropogenic interference. Regarding environmental perception, the Areia Branca population was aware of the problems that affect the coastal environment of the municipality and of its contribution to the generation of such problems, as well as the importance of its involvement and participation in the construction of an environment more healthy and balanced. The environmental perception the social groups involved in the research proved to be variable and the interviewees showed both satisfactions and discontent related to the use and management of the municipal coastal environment. Scenic beauty and tranquility were aspects well evaluated as the quality of the municipality coastal zone, however, aspects related to the local infrastructure were not so well evaluated. In addition, the interviewed groups do not perceive the degrading potential of the economic activities carried out in the municipality. Thus, this research showed the urgent need for strategies and continuous public policies, especially in the area of environmental and coastal management, urban planning and regional planning for the state of Rio Grande do Norte, and especially for the Areia Branca municipality in accordance with the rules and instruments envisaged at the federal level.porCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMAGestão costeiraImpactos ambientaisUso e ocupação do soloAvanço de dunasPercepção ambientalÁreas costeiras: gestão, problemáticas e percepções ambientais no município de Areia Branca, Rio Grande do Norte, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALÁreascosteirasgestão_Cavalcante_2018.pdfapplication/pdf5729316https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26232/1/%c3%81reascosteirasgest%c3%a3o_Cavalcante_2018.pdf01c242e98bb905743df563a586f6a01cMD51TEXTÁreascosteirasgestão_Cavalcante_2018.pdf.txtÁreascosteirasgestão_Cavalcante_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain462988https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26232/2/%c3%81reascosteirasgest%c3%a3o_Cavalcante_2018.pdf.txt4459acd4407be47d809131544f8ab965MD52THUMBNAILÁreascosteirasgestão_Cavalcante_2018.pdf.jpgÁreascosteirasgestão_Cavalcante_2018.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3330https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26232/3/%c3%81reascosteirasgest%c3%a3o_Cavalcante_2018.pdf.jpg694c659663a5d1b9854ba07a474d12eaMD53123456789/262322019-01-29 20:36:55.39oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/26232Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-01-29T23:36:55Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Em 1988 foi instituído o Gerenciamento Costeiro através da Lei nº 7.661 que introduziu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) com o intuito de orientar a utilização racional dos recursos costeiros, protegendo o patrimônio natural, histórico, étnico e cultural. Neste sentido, este estudo teve por objetivos avaliar a evolução do gerenciamento costeiro brasileiro, bem como realizar um diagnóstico da gestão costeira potiguar, em especial no município de Areia BrancaRN, identificando as principais problemáticas ambientais relacionadas ao uso costeiro no município. Além disso, objetivou-se compreender a relação da população com o ambiente local e suas percepções acerca da qualidade ambiental e da gestão do ambiente costeiro do município de Areia Branca. Para tanto, à esta pesquisa foram aplicados os seguintes procedimentos metodológicos: análise de conteúdo do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) e o seu respectivo relatório “25 anos do Gerenciamento Costeiro no Brasil”; aplicação do Decálogo da Gestão Costeira; utilização de técnicas de geoprocessamento relacionadas à classificação do uso e ocupação do solo, bem como ao avanço de dunas; análise da percepção ambiental através da aplicação de questionários, análise estatística dos dados e análise qualitativa dos dados. Ficou constatado, que a área costeira brasileira apresenta conflitos de interesses, uma vez que as atividades nessas áreas trazem consigo inúmeros impactos no âmbito social, econômico, cultural e ambiental, apesar de sua importância econômica para o país. Devido a isso, a gestão costeira instituiu instrumentos legais, planos, programas e projetos que têm trazido resultados positivos em direção ao gerenciamento dos usos das zonas litorâneas. Entretanto, há ainda carências que deverão ser sanadas para a promoção do ordenamento do uso dos recursos naturais e da ocupação dos espaços costeiros. Verificou-se também, que o gerenciamento costeiro no estado do Rio Grande do Norte se encontra num estágio inicial de desenvolvimento, implantação e estruturação, necessitando de ações urgentes com vistas ao fortalecimento do gerenciamento costeiro na esfera estadual. Em domínio municipal, Areia Branca encontra-se em fase de discussão para o desenvolvimento de sua gestão costeira, apresentando, portanto, insuficiências em relação a políticas públicas e instrumentos normativos relacionados ao tema. Identificou-se ainda, mudanças na paisagem do município de Areia Branca ao longo dos últimos 20 anos devido à intensificação da urbanização, da produção de sal marinho, da atividade petrolífera e, ultimamente, devido à instalação de parques eólicos no município. Essas atividades colaboraram, também, para a diminuição da cobertura vegetal e redução dos campos de dunas no município. A análise da movimentação de um campo de dunas no município levou à conclusão de que as dunas da região em estudo apresentaram movimentos de avanço e retração durante o período em questão, sendo os principais fatores influenciadores deste processo a dinâmica dos ventos, a baixa precipitação no município, bem como a interferência antrópica. Sobre a percepção ambiental, a população de Areia Branca mostrou-se ciente dos problemas que atingem o ambiente costeiro do município e de sua parcela de contribuição na geração de tais problemáticas, bem como reconhecem a importância do seu envolvimento e participação na construção de um ambiente mais saudável e equilibrado. A percepção ambiental dos grupos sociais envolvidos na pesquisa mostrou-se variável e os entrevistados mostram tanto satisfações quanto descontentamentos relacionados ao uso e gestão do ambiente costeiro municipal. A beleza cênica e tranquilidade foram aspectos bem avaliados quanto à qualidade da zona costeira do município, no entanto, aspectos relacionados à infraestrutura local não foram tão bem avaliados. Além disso, os grupos entrevistados não percebem o potencial degradador das atividades econômicas realizadas no município. Sendo assim, esta pesquisa mostrou a necessidade urgente de estratégias e políticas públicas contínuas, especialmente, na área de gestão ambiental e costeira, planejamento urbano e planejamento regional para o estado do Rio Grande do Norte e, em especial, para o município de Areia Branca em consonância com as normas e instrumentos previstos na esfera federal. |
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