O uso dos conectores adversativos MAS e SÓ QUE na fala do natalense em entrevistas sociolinguísticas: foco na variação discursiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pedro, Fernando Laerty Ferreira da Silva
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28224
Resumo: Esta dissertação analisa, à luz da sociolinguística variacionista (LABOV, 1994, 2001a, 2001b, 2008 [1972]; TAGLIAMONTE, 2012, 2016), o fenômeno de variação discursiva entre conectores adversativos MAS – conjunção adversativa prototípica – e SÓ QUE – forma inovadora –, utilizando dados coletados de entrevistas sociolinguísticas pertencentes ao Banco de Dados FALA-Natal, contribuindo para a descrição do português falado no Rio Grande do Norte. Para a delimitação das diferentes funções do MAS e do SÓ QUE, ancoramo-nos na proposta de Longhin (2003), que se baseia nos estudos de Lakoff (1971), Dascal e Katriel (mimeo), e Ducrot (1977, 1981, 1983, 1987). A autora propõe que a indicação de contraste se divide em dois tipos: contraste por oposição e por quebra de expectativa. A quebra de expectativa envolve subtipos: marcação de diferença, marcação de acontecimento inesperado/indesejado, marcação de refutação, marcação de não satisfação de condições e marcação de contra-argumentação. As conjunções MAS e SÓ QUE coocorrem apenas na indicação de contraste por quebra de expectativa, portanto, consideramos essa função e seus subtipos ou microfunções como objeto de nossa pesquisa. Essas conjunções foram analisadas quanto ao sexo do informante (feminino, masculino), à idade (pré-adolescentes, adolescentes e adultos), ao grau de escolaridade (cursando o ensino fundamental I, com ensino fundamental I completo, ensino fundamental II completo e ensino médio completo), à sequência textual (narrativa, descritiva e argumentativa) e à microfunção (marcação de diferença, marcação de acontecimento inesperado/indesejado, marcação de refutação, marcação de não satisfação de condições e marcação de contra-argumentação). Os dados foram submetidos ao programa estatístico GOLDVARB X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). Os resultados quanto às microfunções mostraram que o SÓ QUE, variante inovadora na indicação de contraste por quebra de expectativa, foi favorecido nas microfunções mais recentes: marcação de diferença, marcação de acontecimento inesperado/indesejado e marcação de não satisfação de condições, enquanto o MAS foi favorecido na indicação da marcação por contra-argumentação, mais antiga. No que se refere à escolaridade, obtivemos indícios de que o ambiente escolar é responsável por inibir o uso da variante informal SÓ QUE. Os demais grupos de fatores não foram significativos para o processo de variação entre MAS e SÓ QUE.
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spelling Pedro, Fernando Laerty Ferreira da SilvaDuque, Paulo HenriqueLonghin, SanderléiaTavares, Maria Alice2020-01-15T17:32:10Z2020-01-15T17:32:10Z2019-06-28PEDRO, Fernando Laerty Ferreira da Silva. O uso dos conectores adversativos MAS e SÓ QUE na fala do natalense em entrevistas sociolinguísticas: foco na variação discursiva. 2019. 110f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28224Esta dissertação analisa, à luz da sociolinguística variacionista (LABOV, 1994, 2001a, 2001b, 2008 [1972]; TAGLIAMONTE, 2012, 2016), o fenômeno de variação discursiva entre conectores adversativos MAS – conjunção adversativa prototípica – e SÓ QUE – forma inovadora –, utilizando dados coletados de entrevistas sociolinguísticas pertencentes ao Banco de Dados FALA-Natal, contribuindo para a descrição do português falado no Rio Grande do Norte. Para a delimitação das diferentes funções do MAS e do SÓ QUE, ancoramo-nos na proposta de Longhin (2003), que se baseia nos estudos de Lakoff (1971), Dascal e Katriel (mimeo), e Ducrot (1977, 1981, 1983, 1987). A autora propõe que a indicação de contraste se divide em dois tipos: contraste por oposição e por quebra de expectativa. A quebra de expectativa envolve subtipos: marcação de diferença, marcação de acontecimento inesperado/indesejado, marcação de refutação, marcação de não satisfação de condições e marcação de contra-argumentação. As conjunções MAS e SÓ QUE coocorrem apenas na indicação de contraste por quebra de expectativa, portanto, consideramos essa função e seus subtipos ou microfunções como objeto de nossa pesquisa. Essas conjunções foram analisadas quanto ao sexo do informante (feminino, masculino), à idade (pré-adolescentes, adolescentes e adultos), ao grau de escolaridade (cursando o ensino fundamental I, com ensino fundamental I completo, ensino fundamental II completo e ensino médio completo), à sequência textual (narrativa, descritiva e argumentativa) e à microfunção (marcação de diferença, marcação de acontecimento inesperado/indesejado, marcação de refutação, marcação de não satisfação de condições e marcação de contra-argumentação). Os dados foram submetidos ao programa estatístico GOLDVARB X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). Os resultados quanto às microfunções mostraram que o SÓ QUE, variante inovadora na indicação de contraste por quebra de expectativa, foi favorecido nas microfunções mais recentes: marcação de diferença, marcação de acontecimento inesperado/indesejado e marcação de não satisfação de condições, enquanto o MAS foi favorecido na indicação da marcação por contra-argumentação, mais antiga. No que se refere à escolaridade, obtivemos indícios de que o ambiente escolar é responsável por inibir o uso da variante informal SÓ QUE. Os demais grupos de fatores não foram significativos para o processo de variação entre MAS e SÓ QUE.This dissertation analyses, through variational sociolinguistics' point of view (LABOV, 1994, 2001a, 2001b, 2008 [1972]; TAGLIAMONTE, 2016, 2012), the phenomenon of discursive variation between adversative connectors MAS - prototypical adversative conjunction - and SÓ QUE - an innovative form -, through the use of sociolinguistic interviews' collected data that belong to the FALA-Natal Database, contributing to the description of the Portuguese spoken in Rio Grande do Norte. For the delimitation of the different functions of MAS and SÓ QUE, we based our work on Longhin's (2003) proposal, which is, in turn, based on Lakoff's (1971), Dascal and Katriel's (mimeo) and Ducrot (1977, 1981, 1983, 1987) studies. The author proposes that the contrast indication is divided into two types: contrast by opposition and by breach of expectation. The breach of expectation involves several subtypes: marking the difference, marking the unexpected/unwanted event, marking the refutation, marking the non-satisfaction of conditions and marking the counter-argumentation. The conjunctions MAS and SÓ QUE co-occur only in the contrast indication by breach of expectation, so we consider this function and its subtypes as our research's object. These conjunctions were analysed taking into account the informant's gender (female, male), age (preadolescents, adolescents and adults), education level (still in elementary school, complete elementary school, complete middle school and complete high school), the textual sequence (narrative, descriptive and argumentative) and function (marking the difference, marking the unexpected/unwanted event, marking the refutation, marking the non-satisfaction of conditions and marking the counter-argumentation). The data were submitted to the statistical program GOLDVARB X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). The results about the microfunctions showed that SÓ QUE, which is an innovative variant for the contrast indication representing a breach of expectation, was favoured in the most recent microfunctions: marking a difference, marking an unexpected/unwanted event and marking a non-satisfaction of conditions, while MAS was favored in the indication of the a counter-argument marking, which is older. As for the schooling process, we obtained indications that the school environment is responsible for inhibiting the use of the informal variant SÓ QUE. The other groups of factors were not significant in the variation process between MAS and SÓ QUE.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICAContrasteQuebra de expectativaConectores adversativosVariaçãoO uso dos conectores adversativos MAS e SÓ QUE na fala do natalense em entrevistas sociolinguísticas: foco na variação discursivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEMUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTUsoconectoresadversativos_Pedro_2019.pdf.txtUsoconectoresadversativos_Pedro_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain195590https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28224/2/Usoconectoresadversativos_Pedro_2019.pdf.txt5727ccc127a67bee519f2296f0c1fa9fMD52THUMBNAILUsoconectoresadversativos_Pedro_2019.pdf.jpgUsoconectoresadversativos_Pedro_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1283https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28224/3/Usoconectoresadversativos_Pedro_2019.pdf.jpga4f6405c89af236b3f2acdd00d0da05eMD53ORIGINALUsoconectoresadversativos_Pedro_2019.pdfapplication/pdf1250606https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28224/1/Usoconectoresadversativos_Pedro_2019.pdf59697db354af714eda99d293f44032d3MD51123456789/282242020-01-19 04:49:12.489oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/28224Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-01-19T07:49:12Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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