A escuta do delírio: diálogos entre a psicanálise e a saúde mental
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52029 |
Resumo: | Trata-se de um estudo a respeito dos efeitos da escuta do delírio psicótico para a construção de processos de desinstitucionalização. O discurso delirante provoca reações antagônicas, tanto de estranheza frente a dimensão enigmática da linguagem nas psicoses, quanto de fascínio em desejar saber como o delírio se constitui para cada sujeito e o que pode operar aquele que o escuta. Na atividade de escuta aos sujeitos psicóticos, que historicamente são silenciados como uma técnica de tratamento, interrogo sobre o que pode acontecer quando o delírio é escutado e quais os efeitos que se produzem nos modos de cuidar. A questão que baseia esta pesquisa é: como a escuta de sujeitos psicóticos, em seus discursos ditos delirantes, pode ousar a construção de processos de desinstitucionalização? Nesta perspectiva, analisamos os efeitos da escuta do delírio como verdade singular de um sujeito. A pesquisa teve como base a orientação do método psicanalítico. O campo de pesquisa foi o Hospital Geral Dr. João Machado, componente da Rede de Atenção Psicossocial do RN, que historicamente é conhecido como uma instituição psiquiátrica, com atenção à crise em saúde mental e possibilidade de internação. Utilizei o dispositivo clínico-metodológico denominado escuta-flânerie articulada com diários das experiências do campo problemático e a ferramenta de construção do caso clínico. A aposta de trabalho com delírio não foi de confrontá-lo, buscando certa adaptação do sujeito ao discurso compartilhado, mas de levar em conta sua força reconstrutiva na estabilização psicótica, bem como a capacidade de formar laço social e tecer caminhos que apontem saídas da clausura. No trabalho da desinstitucionalização, em suas itinerâncias pelos territórios, tratou-se de de-lirar ousando andar pelos caminhos indicados por aquilo que estava fora dos sulcos, fora dos caminhos retos da razão manicomial. Portanto, escutou-se o delírio para delirar um lugar no mundo junto com os sujeitos. |
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O discurso delirante provoca reações antagônicas, tanto de estranheza frente a dimensão enigmática da linguagem nas psicoses, quanto de fascínio em desejar saber como o delírio se constitui para cada sujeito e o que pode operar aquele que o escuta. Na atividade de escuta aos sujeitos psicóticos, que historicamente são silenciados como uma técnica de tratamento, interrogo sobre o que pode acontecer quando o delírio é escutado e quais os efeitos que se produzem nos modos de cuidar. A questão que baseia esta pesquisa é: como a escuta de sujeitos psicóticos, em seus discursos ditos delirantes, pode ousar a construção de processos de desinstitucionalização? Nesta perspectiva, analisamos os efeitos da escuta do delírio como verdade singular de um sujeito. A pesquisa teve como base a orientação do método psicanalítico. O campo de pesquisa foi o Hospital Geral Dr. João Machado, componente da Rede de Atenção Psicossocial do RN, que historicamente é conhecido como uma instituição psiquiátrica, com atenção à crise em saúde mental e possibilidade de internação. Utilizei o dispositivo clínico-metodológico denominado escuta-flânerie articulada com diários das experiências do campo problemático e a ferramenta de construção do caso clínico. A aposta de trabalho com delírio não foi de confrontá-lo, buscando certa adaptação do sujeito ao discurso compartilhado, mas de levar em conta sua força reconstrutiva na estabilização psicótica, bem como a capacidade de formar laço social e tecer caminhos que apontem saídas da clausura. No trabalho da desinstitucionalização, em suas itinerâncias pelos territórios, tratou-se de de-lirar ousando andar pelos caminhos indicados por aquilo que estava fora dos sulcos, fora dos caminhos retos da razão manicomial. Portanto, escutou-se o delírio para delirar um lugar no mundo junto com os sujeitos.This study analyzes the effects of listening to psychotic delirium for construction of deinstitutionalization processes. Delusional discourse provokes antagonistic reactions, both of strangeness regarding the enigmatic dimension of the language of psychoses and the fascination of wanting to know how the person who listens can operate. In the activity of listening to psychotic subjects, who historically have been silenced as a treatment technique, I ask what can happen when delirium is heard and what effects are produced in the modes of caregiving. The question that underpins this study is: How can listening to psychotic subjects, in their discourses said to be delusional, chance the construction of deinstitutionalization processes? From this perspective, I analyze the effects of listening to delirium as a singular truth of a subject. The study is based on the orientation of the psychoanalytic method. The research was carried out at Dr. João Machado General Hospital, a component of the Psychosocial Care Network in the state of Rio Grande do Norte, which is historically known as a psychiatric institution, with focus on treating mental health crises and the possibility of hospitalization. I applied the clinical-methodological technique called flânerie listening, articulated with diaries of experiences as the problematic field and the clinical case as the construction tool. The proposal to work with delirium was not to confront it, seeking a certain adaptation of the subject to shared discourse, but rather to take into consideration the reconstructive force of psychotic stabilization, as well as the capacity to form social ties and define paths for escape from enclosure. Regarding the work of deinstitutionalization, in its ramblings, the effort was to de-lirar by hazarding to travel over the avenues indicated by that which is outside the mold, outside the straight paths of the asylum rationale. Thus, delirium was scrutinized to find a place in the world together with the subjects.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIADelírioInstituição psiquiátricaPsicanáliseDesinstitucionalizaçãoA escuta do delírio: diálogos entre a psicanálise e a saúde mentalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALEscutadeliriodialogos_Silva_2022.pdfapplication/pdf884543https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/52029/1/Escutadeliriodialogos_Silva_2022.pdf6c65e5d8d54c1b687dfea3458c6f0497MD51123456789/520292023-04-04 16:39:07.103oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/52029Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2023-04-04T19:39:07Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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