Diferenças individuais em cavalos (equus caballus) de hipismo - um estudo metodológico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borzani, Anna Carolina Nogueira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32649
Resumo: Diferenças estáveis nos padrões comportamentais entre indivíduos têm sido estudadas em animais de produção, visando a melhoria de seu bem-estar e da produção. Em cavalos, estudos mostram que a personalidade está ligada ao desempenho esportivo, ao risco de acidentes e à saúde. Os traços mais citados em estudos sobre personalidade de cavalos são: reatividade, sociabilidade, reatividade ao ser humano, sensibilidade sensorial e atividade locomotora. Todavia, as metodologias para estudo da personalidade em cavalos variam, e ainda não se têm uma consistência na estrutura da personalidade. Nesse trabalho testamos se diferentes métodos para avaliar personalidade em cavalos oferecem consistência, tanto interna quanto entre métodos e qual sua relação com comportamentos potencialmente indicativos de estresse. Este estudo incluiu 40 animais mantidos em 2 locais, em Natal / RN e João Pessoa / PB. Utilizamos um questionário de personalidade com 24 adjetivos, que foi respondido por pelo menos um tratador e um treinador. Além disso, os animais foram submetidos a seis testes de personalidade, que foram repetidos após um mês: reatividade (três testes), neofobia, gregaridade e interação com humanos. Por fim, realizamos 60 min de observações dos comportamentos potencialmente indicativos de estresse dos animais em baia. Para verificar a consistência entre respondentes e entre repetições dos testes utilizamos análise de correlação interclasse. Com as variáveis significativas, realizamos análise de componentes principais para definir as dimensões encontradas por cada método e a consistência entre métodos foi verificada pelo o teste de Person. Dos adjetivos do questionário, apenas nove foram considerados válidos e agrupados em dois traços: Sociabilidade e Abertura. Dezessete variáveis dos testes mostraram consistência temporal e formaram seis agrupamentos: Medo, Atividade locomotora, Sociabilidade com humanos, Neofobia, Agressividade com humanos e Comer. As variáveis de observação comportamental compuseram outros seis grupos: Estereotipias locomotoras, Estereotipias alimentares, Estereotipias mistas, Comportamentos de ameaça, Inquietude e Coçar. Foram encontradas seis correlações entre os métodos e os comportamentos observados que refletiram em um eixo de personalidade: proativo-reativo ou bold-shy. Comportamento locomotor nos testes, abertura a novas experiências no questionário e comportamentos de ameaça na baia foram considerados como síndrome comportamental proativa. Reatividade nos testes teve correlação negativa com neofobia e positiva com estereotipias alimentares e coçar, indicando animais mais reativos. No conjunto, encontramos mais correlações entre testes e comportamentos do que entre esses e o questionário, sugerindo que métodos diferentes podem não estar medindo os mesmos traços de personalidade, e que na combinação dos métodos, as diferenças individuais entre cavalos podem apresentar apenas um eixo de proatividade-reatividade.
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Os traços mais citados em estudos sobre personalidade de cavalos são: reatividade, sociabilidade, reatividade ao ser humano, sensibilidade sensorial e atividade locomotora. Todavia, as metodologias para estudo da personalidade em cavalos variam, e ainda não se têm uma consistência na estrutura da personalidade. Nesse trabalho testamos se diferentes métodos para avaliar personalidade em cavalos oferecem consistência, tanto interna quanto entre métodos e qual sua relação com comportamentos potencialmente indicativos de estresse. Este estudo incluiu 40 animais mantidos em 2 locais, em Natal / RN e João Pessoa / PB. Utilizamos um questionário de personalidade com 24 adjetivos, que foi respondido por pelo menos um tratador e um treinador. Além disso, os animais foram submetidos a seis testes de personalidade, que foram repetidos após um mês: reatividade (três testes), neofobia, gregaridade e interação com humanos. Por fim, realizamos 60 min de observações dos comportamentos potencialmente indicativos de estresse dos animais em baia. Para verificar a consistência entre respondentes e entre repetições dos testes utilizamos análise de correlação interclasse. Com as variáveis significativas, realizamos análise de componentes principais para definir as dimensões encontradas por cada método e a consistência entre métodos foi verificada pelo o teste de Person. Dos adjetivos do questionário, apenas nove foram considerados válidos e agrupados em dois traços: Sociabilidade e Abertura. Dezessete variáveis dos testes mostraram consistência temporal e formaram seis agrupamentos: Medo, Atividade locomotora, Sociabilidade com humanos, Neofobia, Agressividade com humanos e Comer. As variáveis de observação comportamental compuseram outros seis grupos: Estereotipias locomotoras, Estereotipias alimentares, Estereotipias mistas, Comportamentos de ameaça, Inquietude e Coçar. Foram encontradas seis correlações entre os métodos e os comportamentos observados que refletiram em um eixo de personalidade: proativo-reativo ou bold-shy. Comportamento locomotor nos testes, abertura a novas experiências no questionário e comportamentos de ameaça na baia foram considerados como síndrome comportamental proativa. Reatividade nos testes teve correlação negativa com neofobia e positiva com estereotipias alimentares e coçar, indicando animais mais reativos. No conjunto, encontramos mais correlações entre testes e comportamentos do que entre esses e o questionário, sugerindo que métodos diferentes podem não estar medindo os mesmos traços de personalidade, e que na combinação dos métodos, as diferenças individuais entre cavalos podem apresentar apenas um eixo de proatividade-reatividade.Stable differences in behavioral patterns between individuals have been studied in farm animals, aiming to improve their welfare and production. Studies show that personality in horses is linked to sports performance, risk of accidents and health. The most cited traits by studies on horse personality are reactivity, sociability, reactivity to humans, sensory sensitivity and locomotor activity. However, methodologies for studying personality in horses vary, and there is still no consistency in personality structure. In this work, we tested whether different methods for assessing personality in horses offer consistency, both internally and between methods, and their relationship with behaviors potentially indicative of stress. This study included 40 animals kept in 2 locations, in Natal / RN and João Pessoa / PB. We used a personality questionnaire with 24 adjectives, which was answered by at least one caregiver and one trainer. In addition, the animals took part in six personality tests, which were repeated after one month: reactivity (three tests), neophobia, gregariousness and interaction with humans. Finally, we carried out 60 min of observations of the behaviors potentially indicative of the animals' stress when they were in the stall. We used interclass correlation analysis to check the consistency between respondents and between repetitions of the tests. The significant variables were used in a principal component analysis to define the dimensions found by each method and the consistency between methods was verified with Person test. Of the adjectives in the questionnaire, only nine were considered valid and grouped into two features: Sociability and Openness. 17 test variables showed temporal consistency and formed six groups: Fear, Locomotor activity, Sociability towards humans, Neophobia, Aggressiveness towards humans and Eating. The behavioral observation variables comprised six other groups: Locomotive stereotypes, Food stereotypes, Mixed stereotypes, Threatening behaviors, Restlessness and Scratching. Six correlations were found between the methods and observed behaviors that reflected in a personality axis: proactive-reactive or bold-shy. Locomotor behavior in the tests, openness to new experiences in the questionnaire and threatening behaviors in the stall were considered as proactive behavioral syndrome. Tests’ reactivity had a negative correlation with neophobia and a positive correlation with feeding and scratching stereotypes, indicating more reactive animals. Altogether, we found more correlations between tests and behaviors than between these and the questionnaire, suggesting that different methods may not be measuring the same personality traits, and that in the combination of methods, individual differences between horses may have only one axis of proactivity-reactivity.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIAUFRNBrasilPersonalidadeSíndrome comportamentalComportamento estereotipadoDiferenças individuais em cavalos (equus caballus) de hipismo - um estudo metodológicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALDiferencasindividuaiscavalos_Borzani_2020.pdfapplication/pdf2351920https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/32649/1/Diferencasindividuaiscavalos_Borzani_2020.pdf1ab8206d11fc3cf521c7ba2bf4372757MD51123456789/326492021-06-10 16:35:10.093oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/32649Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-06-10T19:35:10Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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