Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46654 |
Resumo: | Introdução: A distrofia muscular de Duchenne (DMD) resulta em fraqueza progressiva de todos os músculos estriados, incluindo os músculos respiratórios, com consequências na deambulação, além de disfunções respiratórias, como principal causa de morte. Nas últimas décadas, a sobrevida dos pacientes com DMD tem aumentado graças a uma abordagem terapêutica mais abrangente, principalmente com medidas de avaliação e manejo precoce das complicações pulmonares. Entretanto, ainda existem lacunas na compreensão de como as alterações nos músculos respiratórios podem influenciar o movimento toracoabdominal, e as taxas de relaxamentos e propriedades contráteis dos músculos inspiratórios nessa população. Objetivos: Essa tese tem como objetivo principal compreender melhor as alterações dos músculos respiratórios na DMD e suas consequências na evolução clínica da doença com instrumentos de medidas não invasivas. Para isso, dois objetivos foram traçados: 1) Avaliar como o posicionamento corporal influencia a assincronia toracoabdominal e o movimento inspiratório paradoxal durante a respiração tranquila e a tosse; 2) Analisar as taxas de relaxamento e as propriedades de contração dos músculos inspiratórios em um seguimento de 6 meses. Além disso, os pacientes com DMD foram divididos em 3 grupos a fim de determinar o melhor parâmetro relacionado a fraqueza muscular inspiratória. Métodos: 1) Este estudo transversal avaliou indivíduos com DMD e saudáveis pareados durante a respiração basal e tosse espontânea em 3 posições: supino, supino com apoio de cabeça elevado a 45° (45°) e sentado com apoio para as costas a 80° (80°), utilizando a pletismografia optoeletrônica (POE). Para análise da assincronia toracoabdominal, o ângulo de fase (PhAng) entre a caixa torácica pulmonar (CTp) e a caixa torácica abdominal (CTa) e abdômen (AB), bem como a porcentagem do tempo inspiratório paradoxal da CTp (IPCTp), CTa (IPCTa) e AB (IPAB) foram calculados. 2) Trata-se de um estudo longitudinal de 6 meses onde as taxas de relaxamento e as propriedades contráteis dos músculos inspiratórios foram extraídas da curva da pressão inspiratória nasal (SNIP), realizada de forma não invasiva em indivíduos com DMD versus grupo saudável pareado. Resultados: Quatorze sujeitos com DMD e 11 saudáveis foram incluídos, e encontramos que durante a tosse, o grupo DMD apresentou maior PhAng da CTp e CTa (p<0,05), PhAng da CTp e AB (p<0,05) na posição supina e em 45°, e maior PhAng da CTp e CTa (p=0,006) apenas na posição supina em comparação com os saudáveis. Durante a tosse, o grupo DMD apresentou maior PhAng da CTp e AB (p=0,02) e PhAng da CTa e AB (p=0,002) em supino e maior PhAng da CTa e AB (p=0,002) em 45° quando comparado a 80°. A curva ROC foi capaz de discriminar os indivíduos saudáveis e o grupo com DMD na posição supina no PhAng da CTa e AB (AUC: 0,81, p=0,001). No segundo estudo, 22 sujeitos com DMD foram comparados a indivíduos saudáveis, e apresentaram uma menor (p <0,005) taxa máxima de relaxamento (MRR) e um maior (p <0,0005) tau (τ) e um maior (p <0,05) tempo da metade da curva de relaxamento (1/2 TR) na avaliação inicial e após 6 meses. Ainda, a curva ROC mostrou que os parâmetros MRR, τ, 1/2 TR e SNIP(% pred) foram capazes de discriminar entre indivíduos saudáveis e com DMD na avaliação inicial e após 6 meses. Conclusões: Assim, com essa tese podemos concluir que 1) Na DMD, o posicionamento é um determinante no aparecimento da assincronia abdominal e que durante a tosse, indivíduos com DMD possuem assincronia toracoabdominal com esvaziamento insuficiente e distorção dos compartimentos da parede torácica. 2) As taxas de relaxamento dos músculos inspiratórios são variáveis sensíveis para detectar o declínio da função respiratória na DMD. Sendo assim, a postura sentada traz maiores benefícios a esses pacientes, com a geração de maiores picos de fluxo de tosse e uma menor assincronia, como também, as taxas de relaxamento e as propriedades contráteis dos músculos inspiratórios pela SNIP são fundamentais para identificação da fraqueza muscular inspiratória na DMD. Dessa forma sugerimos que as técnicas de avaliação não invasiva, apresentadas neste estudo, sejam introduzidas como avaliação complementar para o acompanhamento e manejo clínico dessa população. |
id |
UFRN_04e6b0e13f2abf744432af2a9059211e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/46654 |
network_acronym_str |
UFRN |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRN |
repository_id_str |
|
spelling |
Oliveira, Layana Marques dehttp://lattes.cnpq.br/9321166327955737http://lattes.cnpq.br/0714099533608131Nóbrega, Antônio José Sarmento dahttp://lattes.cnpq.br/5986468588038833Dias, Fernando Augusto Lavezzohttp://lattes.cnpq.br/6391134710454943Lima, Illia Nadinne Dantas Florentinohttp://lattes.cnpq.br/9427677288797166Gualdi, Lucien Peronihttp://lattes.cnpq.br/3486514016305167Fregonezi, Vanessa Regiane Resqueti2022-03-22T20:12:17Z2022-03-22T20:12:17Z2021-11-19OLIVEIRA, Layana Marques de. Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença. 2021. 124f. Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46654Introdução: A distrofia muscular de Duchenne (DMD) resulta em fraqueza progressiva de todos os músculos estriados, incluindo os músculos respiratórios, com consequências na deambulação, além de disfunções respiratórias, como principal causa de morte. Nas últimas décadas, a sobrevida dos pacientes com DMD tem aumentado graças a uma abordagem terapêutica mais abrangente, principalmente com medidas de avaliação e manejo precoce das complicações pulmonares. Entretanto, ainda existem lacunas na compreensão de como as alterações nos músculos respiratórios podem influenciar o movimento toracoabdominal, e as taxas de relaxamentos e propriedades contráteis dos músculos inspiratórios nessa população. Objetivos: Essa tese tem como objetivo principal compreender melhor as alterações dos músculos respiratórios na DMD e suas consequências na evolução clínica da doença com instrumentos de medidas não invasivas. Para isso, dois objetivos foram traçados: 1) Avaliar como o posicionamento corporal influencia a assincronia toracoabdominal e o movimento inspiratório paradoxal durante a respiração tranquila e a tosse; 2) Analisar as taxas de relaxamento e as propriedades de contração dos músculos inspiratórios em um seguimento de 6 meses. Além disso, os pacientes com DMD foram divididos em 3 grupos a fim de determinar o melhor parâmetro relacionado a fraqueza muscular inspiratória. Métodos: 1) Este estudo transversal avaliou indivíduos com DMD e saudáveis pareados durante a respiração basal e tosse espontânea em 3 posições: supino, supino com apoio de cabeça elevado a 45° (45°) e sentado com apoio para as costas a 80° (80°), utilizando a pletismografia optoeletrônica (POE). Para análise da assincronia toracoabdominal, o ângulo de fase (PhAng) entre a caixa torácica pulmonar (CTp) e a caixa torácica abdominal (CTa) e abdômen (AB), bem como a porcentagem do tempo inspiratório paradoxal da CTp (IPCTp), CTa (IPCTa) e AB (IPAB) foram calculados. 2) Trata-se de um estudo longitudinal de 6 meses onde as taxas de relaxamento e as propriedades contráteis dos músculos inspiratórios foram extraídas da curva da pressão inspiratória nasal (SNIP), realizada de forma não invasiva em indivíduos com DMD versus grupo saudável pareado. Resultados: Quatorze sujeitos com DMD e 11 saudáveis foram incluídos, e encontramos que durante a tosse, o grupo DMD apresentou maior PhAng da CTp e CTa (p<0,05), PhAng da CTp e AB (p<0,05) na posição supina e em 45°, e maior PhAng da CTp e CTa (p=0,006) apenas na posição supina em comparação com os saudáveis. Durante a tosse, o grupo DMD apresentou maior PhAng da CTp e AB (p=0,02) e PhAng da CTa e AB (p=0,002) em supino e maior PhAng da CTa e AB (p=0,002) em 45° quando comparado a 80°. A curva ROC foi capaz de discriminar os indivíduos saudáveis e o grupo com DMD na posição supina no PhAng da CTa e AB (AUC: 0,81, p=0,001). No segundo estudo, 22 sujeitos com DMD foram comparados a indivíduos saudáveis, e apresentaram uma menor (p <0,005) taxa máxima de relaxamento (MRR) e um maior (p <0,0005) tau (τ) e um maior (p <0,05) tempo da metade da curva de relaxamento (1/2 TR) na avaliação inicial e após 6 meses. Ainda, a curva ROC mostrou que os parâmetros MRR, τ, 1/2 TR e SNIP(% pred) foram capazes de discriminar entre indivíduos saudáveis e com DMD na avaliação inicial e após 6 meses. Conclusões: Assim, com essa tese podemos concluir que 1) Na DMD, o posicionamento é um determinante no aparecimento da assincronia abdominal e que durante a tosse, indivíduos com DMD possuem assincronia toracoabdominal com esvaziamento insuficiente e distorção dos compartimentos da parede torácica. 2) As taxas de relaxamento dos músculos inspiratórios são variáveis sensíveis para detectar o declínio da função respiratória na DMD. Sendo assim, a postura sentada traz maiores benefícios a esses pacientes, com a geração de maiores picos de fluxo de tosse e uma menor assincronia, como também, as taxas de relaxamento e as propriedades contráteis dos músculos inspiratórios pela SNIP são fundamentais para identificação da fraqueza muscular inspiratória na DMD. Dessa forma sugerimos que as técnicas de avaliação não invasiva, apresentadas neste estudo, sejam introduzidas como avaliação complementar para o acompanhamento e manejo clínico dessa população.Introduction: Introduction: Duchenne muscular dystrophy (DMD) results in progressive weakness of all striated muscles, including respiratory muscles, with consequences on walking, in addition to respiratory difficulties, as the main cause of death. In recent decades, the survival of patients with DMD has increased thanks to a more comprehensive therapeutic approach, especially with measures to assess and early management of pulmonary complications. However, there are still gaps in the understanding of how changes in respiratory muscles can influence thoracoabdominal movement, and the rates of relaxation and contractile properties of the inspiratory muscles in this population. Objective: The main objective of this thesis is to better understand the changes in respiratory muscles in DMD and their consequences on the clinical evolution of the disease with non-invasive measurement instruments. For this, two objectives were outlined: 1) To evaluate how body positioning influences thoracoabdominal asynchrony and the paradoxical inspiratory movement during calm breathing and coughing; 2) To analyze the relaxation rates and contraction properties of the inspiratory muscles in a 6- month follow-up. Furthermore, patients with DMD were divided into 3 groups in order to determine the best parameter related to inspiratory muscle weakness. Methods: This cross-sectional study evaluated individuals with DMD and matched healthy during quite breathing (QB) and spontaneous cough in 3 positions: supine, supine with headrest raised at 45° (45°), and sitting with back support at 80° (80°) using optoelectronic plethysmography (OEP). The TAA was assessed using phase angle (θ) between upper (RCp) and lower rib cage (RCa) and abdomen (AB), as well as the percentage of inspiratory time the RCp (IPRCp), RCa (IPRCa) and AB (IPAB) moved in opposite directions. 2) This is a 6-month longitudinal study where the relaxation rates and contractile properties of the inspiratory muscles were extracted from the nasal inspiratory pressure curve (SNIP), performed in a non-invasive way in individuals with DMD versus a healthy matched group. Results: 1) Fourteen DMD subjects and 11 healthy subjects were included and we found that during coughing, DMD group showed higher RCp and RCaθ (p<.05), RCp and AB θ (p<.05) in supine and 45° positions, and higher RCp and Rcaθ (p=.006) only in supine position compared with controls. Regarding the intragroup analysis, during cough, DMD group presented higher RCp and AB θ (p=.02) and RCa and AB θ (p=.002) in supine and higher RCa and AB θ (p=.002) in 45° position when compared to 80°. ROC curve analyzes were able to discriminate TAA between controls and DMD in RCa and AB θin supine position [AUC: 0.81, sensibility: 78.6% and specificity: 91.7%, p=0.001]. In the second study, 22 DMD were compared to healthy individuals, and had a lower (p<.005) maximum relaxation rate (MRR) and a greater (p<.0005) tau (τ) and a greater (p<.05) half‐relaxation time (1/2 RT) in baseline and after 6 months. The results of the ROC curves showed that MRR, τ, 1/2 RT and SNIP(%pred) parameters were significantly able to discriminate between DMD and controls in baseline and after 6 months. Conclusions: Thus, with this thesis, we can conclude that 1) In DMD, positioning is a determinant in the appearance of abdominal asynchrony and that during coughing, individuals with DMD have thoracoabdominal asynchrony with insufficient emptying and distortion of the chest wall compartments. 2) Relaxation rates of inspiratory muscles are sensitive variables to detect the decline in respiratory function in DMD. Thus, the sitting posture brings greater benefits to these patients, with the generation of higher peaks of cough flow and less asynchrony, as well as the relaxation rates and contractile properties of the inspiratory muscles by SNIP are essential for identifying weakness inspiratory muscle in DMD. Therefore, we suggest that the non-invasive assessment techniques presented in this study be introduced as a complementary assessment for the follow-up and clinical management of this population.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIAUFRNBrasilDistrofia muscular de DuchenneAssincronia toracoabdominalMúsculos respiratóriosAlterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doençainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALAlteracoesmusculosrespiratorios_Oliveira_2021.pdfapplication/pdf1667252https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/46654/1/Alteracoesmusculosrespiratorios_Oliveira_2021.pdf4efa659e121d923c7c805269f6a9b302MD51123456789/466542022-05-02 12:40:48.689oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/46654Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-02T15:40:48Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença |
title |
Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença |
spellingShingle |
Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença Oliveira, Layana Marques de Distrofia muscular de Duchenne Assincronia toracoabdominal Músculos respiratórios |
title_short |
Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença |
title_full |
Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença |
title_fullStr |
Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença |
title_full_unstemmed |
Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença |
title_sort |
Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença |
author |
Oliveira, Layana Marques de |
author_facet |
Oliveira, Layana Marques de |
author_role |
author |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/9321166327955737 |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0714099533608131 |
dc.contributor.referees1.none.fl_str_mv |
Nóbrega, Antônio José Sarmento da |
dc.contributor.referees1Lattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/5986468588038833 |
dc.contributor.referees2.none.fl_str_mv |
Dias, Fernando Augusto Lavezzo |
dc.contributor.referees2Lattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/6391134710454943 |
dc.contributor.referees3.none.fl_str_mv |
Lima, Illia Nadinne Dantas Florentino |
dc.contributor.referees3Lattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/9427677288797166 |
dc.contributor.referees4.none.fl_str_mv |
Gualdi, Lucien Peroni |
dc.contributor.referees4Lattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/3486514016305167 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliveira, Layana Marques de |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Fregonezi, Vanessa Regiane Resqueti |
contributor_str_mv |
Fregonezi, Vanessa Regiane Resqueti |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Distrofia muscular de Duchenne Assincronia toracoabdominal Músculos respiratórios |
topic |
Distrofia muscular de Duchenne Assincronia toracoabdominal Músculos respiratórios |
description |
Introdução: A distrofia muscular de Duchenne (DMD) resulta em fraqueza progressiva de todos os músculos estriados, incluindo os músculos respiratórios, com consequências na deambulação, além de disfunções respiratórias, como principal causa de morte. Nas últimas décadas, a sobrevida dos pacientes com DMD tem aumentado graças a uma abordagem terapêutica mais abrangente, principalmente com medidas de avaliação e manejo precoce das complicações pulmonares. Entretanto, ainda existem lacunas na compreensão de como as alterações nos músculos respiratórios podem influenciar o movimento toracoabdominal, e as taxas de relaxamentos e propriedades contráteis dos músculos inspiratórios nessa população. Objetivos: Essa tese tem como objetivo principal compreender melhor as alterações dos músculos respiratórios na DMD e suas consequências na evolução clínica da doença com instrumentos de medidas não invasivas. Para isso, dois objetivos foram traçados: 1) Avaliar como o posicionamento corporal influencia a assincronia toracoabdominal e o movimento inspiratório paradoxal durante a respiração tranquila e a tosse; 2) Analisar as taxas de relaxamento e as propriedades de contração dos músculos inspiratórios em um seguimento de 6 meses. Além disso, os pacientes com DMD foram divididos em 3 grupos a fim de determinar o melhor parâmetro relacionado a fraqueza muscular inspiratória. Métodos: 1) Este estudo transversal avaliou indivíduos com DMD e saudáveis pareados durante a respiração basal e tosse espontânea em 3 posições: supino, supino com apoio de cabeça elevado a 45° (45°) e sentado com apoio para as costas a 80° (80°), utilizando a pletismografia optoeletrônica (POE). Para análise da assincronia toracoabdominal, o ângulo de fase (PhAng) entre a caixa torácica pulmonar (CTp) e a caixa torácica abdominal (CTa) e abdômen (AB), bem como a porcentagem do tempo inspiratório paradoxal da CTp (IPCTp), CTa (IPCTa) e AB (IPAB) foram calculados. 2) Trata-se de um estudo longitudinal de 6 meses onde as taxas de relaxamento e as propriedades contráteis dos músculos inspiratórios foram extraídas da curva da pressão inspiratória nasal (SNIP), realizada de forma não invasiva em indivíduos com DMD versus grupo saudável pareado. Resultados: Quatorze sujeitos com DMD e 11 saudáveis foram incluídos, e encontramos que durante a tosse, o grupo DMD apresentou maior PhAng da CTp e CTa (p<0,05), PhAng da CTp e AB (p<0,05) na posição supina e em 45°, e maior PhAng da CTp e CTa (p=0,006) apenas na posição supina em comparação com os saudáveis. Durante a tosse, o grupo DMD apresentou maior PhAng da CTp e AB (p=0,02) e PhAng da CTa e AB (p=0,002) em supino e maior PhAng da CTa e AB (p=0,002) em 45° quando comparado a 80°. A curva ROC foi capaz de discriminar os indivíduos saudáveis e o grupo com DMD na posição supina no PhAng da CTa e AB (AUC: 0,81, p=0,001). No segundo estudo, 22 sujeitos com DMD foram comparados a indivíduos saudáveis, e apresentaram uma menor (p <0,005) taxa máxima de relaxamento (MRR) e um maior (p <0,0005) tau (τ) e um maior (p <0,05) tempo da metade da curva de relaxamento (1/2 TR) na avaliação inicial e após 6 meses. Ainda, a curva ROC mostrou que os parâmetros MRR, τ, 1/2 TR e SNIP(% pred) foram capazes de discriminar entre indivíduos saudáveis e com DMD na avaliação inicial e após 6 meses. Conclusões: Assim, com essa tese podemos concluir que 1) Na DMD, o posicionamento é um determinante no aparecimento da assincronia abdominal e que durante a tosse, indivíduos com DMD possuem assincronia toracoabdominal com esvaziamento insuficiente e distorção dos compartimentos da parede torácica. 2) As taxas de relaxamento dos músculos inspiratórios são variáveis sensíveis para detectar o declínio da função respiratória na DMD. Sendo assim, a postura sentada traz maiores benefícios a esses pacientes, com a geração de maiores picos de fluxo de tosse e uma menor assincronia, como também, as taxas de relaxamento e as propriedades contráteis dos músculos inspiratórios pela SNIP são fundamentais para identificação da fraqueza muscular inspiratória na DMD. Dessa forma sugerimos que as técnicas de avaliação não invasiva, apresentadas neste estudo, sejam introduzidas como avaliação complementar para o acompanhamento e manejo clínico dessa população. |
publishDate |
2021 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2021-11-19 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-03-22T20:12:17Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2022-03-22T20:12:17Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
OLIVEIRA, Layana Marques de. Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença. 2021. 124f. Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46654 |
identifier_str_mv |
OLIVEIRA, Layana Marques de. Alterações nos músculos respiratórios na distrofia muscular de Duchenne: suas consequências na apresentação clínica da doença. 2021. 124f. Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021. |
url |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46654 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFRN |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRN instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) instacron:UFRN |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
instacron_str |
UFRN |
institution |
UFRN |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRN |
collection |
Repositório Institucional da UFRN |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/46654/1/Alteracoesmusculosrespiratorios_Oliveira_2021.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
4efa659e121d923c7c805269f6a9b302 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1823686417423794176 |