Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett (Burseraceae): estudo fitoquímico, toxicidade e avaliação do potencial antiinflamatório e antimicrobiano
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29460 |
Resumo: | A espécie Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett (Burseraceae) é uma planta nativa do Brasil, pertence ao bioma caatinga e é conhecida popularmente como “imburana-de-espinho” ou “imburana-de-cambão”. Os estudos etnofarmacológicos citam o uso da espécie no tratamento de inflamações e infecções. Dentro deste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a toxicidade, a atividade anti-inflamatória e antimicrobiana em ensaios não clínicos in vitro e in vivo dos extratos das folhas e das cascas do caule e isolar, identificar e quantificar os marcadores químicos. No estudo fitoquímico, o extrato hidroetanólico foi preparado por maceração e as frações foram obtidas por particição líquido-líquido (fração diclorometano, acetato de etila-AcOEt e n-butanol-BuOH). O isolamento, a elucidação estrutural e a caracterização das substâncias nos extratos foram realizadas por CPC, CL-EM, FIA-ESI-ITMS/MS e RMN de 1H e a quantificação dos marcadores nos extratos por CLAE-DAD-ELSD. A toxicidade dos extratos foi avaliada in vitro pelo ensaio de MTT e citometria de fluxo e in vivo pelo teste de toxicidade aguda, via oral. A atividade anti-inflamatória in vitro foi avaliada pelo ensaio de óxido nítrico induzido por LPS e in vivo nos modelos de edema de pata induzido por carragenina e de bolsa de ar induzida por zimosam. A atividade antimicrobiana foi avaliada pela determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e triagem virtual dos compostos isolados foi realizada por estudos in sílico. Do extrato das folhas, foram isolados 2 flavonoides por CPC e caracterizadas 16 substâncias por espectrometria de massas como ácidos fenólicos, flavonoides glicosilados derivados de quercetina, luteolina, apigenina e taninos condensados derivados de catequina. Do extrato das cascas do caule foram isolados 2 taninos por CPC e caracterizadas 8 substâncias como ácidos fenólicos e procianidinas. O extrato das folhas a 200 µg/mL e o extrato das cascas do caule nas concentrações de 1, 10, 100 e 200 µg/mL demonstraram efeito anti-inflamatório in vitro no ensaio de óxido nítrico induzido por LPS. No modelo de edema de pata induzido por carragenina, o extrato das folhas e das cascas do caule nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg, via oral, reduziu significativamente (p<0,001) o edema seguido da redução da mieloperoxidase (MPO) e no modelo de bolsa de ar induzido por zimosam, nas mesmas doses testadas, reduziram significativamente (p<0,001) a migração celular, a concentração de proteínas totais, a mieloperoxidase (MPO), os níveis de malondialdeído (MDA) e da citocina pró-inflamatória TNF-α e aumentou a produção da citocina anti-inflamatória IL-10. Na avaliação da atividade antimicrobiana, o extrato das cascas do caule e as frações AcOET e BuOH demostraram efeito fungistático e bactericida. O estudo in sílico indicou possíveis ligantes da procianidina dimérica do tipo B e isovitexina relacionados à atividade anti-inflamatória e antimicrobiana. Os resultados obtidos são inéditos para a espécie, justificam seu uso na medicina popular e revelam que os extratos das folhas e das cascas do caule da espécie apresentam um potencial terapêutico para o desenvolvimento de fitoterápicos com propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas. |
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Medeiros, Renato Dantas deSilva, Juliana Félix daFerreira, Leandro de SantisLangassner, Silvana Maria Zucolotto2020-07-06T18:47:25Z2019-03-28MEDEIROS, Renato Dantas de. Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett (Burseraceae): estudo fitoquímico, toxicidade e avaliação do potencial antiinflamatório e antimicrobiano. 2019. 123f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29460A espécie Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett (Burseraceae) é uma planta nativa do Brasil, pertence ao bioma caatinga e é conhecida popularmente como “imburana-de-espinho” ou “imburana-de-cambão”. Os estudos etnofarmacológicos citam o uso da espécie no tratamento de inflamações e infecções. Dentro deste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a toxicidade, a atividade anti-inflamatória e antimicrobiana em ensaios não clínicos in vitro e in vivo dos extratos das folhas e das cascas do caule e isolar, identificar e quantificar os marcadores químicos. No estudo fitoquímico, o extrato hidroetanólico foi preparado por maceração e as frações foram obtidas por particição líquido-líquido (fração diclorometano, acetato de etila-AcOEt e n-butanol-BuOH). O isolamento, a elucidação estrutural e a caracterização das substâncias nos extratos foram realizadas por CPC, CL-EM, FIA-ESI-ITMS/MS e RMN de 1H e a quantificação dos marcadores nos extratos por CLAE-DAD-ELSD. A toxicidade dos extratos foi avaliada in vitro pelo ensaio de MTT e citometria de fluxo e in vivo pelo teste de toxicidade aguda, via oral. A atividade anti-inflamatória in vitro foi avaliada pelo ensaio de óxido nítrico induzido por LPS e in vivo nos modelos de edema de pata induzido por carragenina e de bolsa de ar induzida por zimosam. A atividade antimicrobiana foi avaliada pela determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e triagem virtual dos compostos isolados foi realizada por estudos in sílico. Do extrato das folhas, foram isolados 2 flavonoides por CPC e caracterizadas 16 substâncias por espectrometria de massas como ácidos fenólicos, flavonoides glicosilados derivados de quercetina, luteolina, apigenina e taninos condensados derivados de catequina. Do extrato das cascas do caule foram isolados 2 taninos por CPC e caracterizadas 8 substâncias como ácidos fenólicos e procianidinas. O extrato das folhas a 200 µg/mL e o extrato das cascas do caule nas concentrações de 1, 10, 100 e 200 µg/mL demonstraram efeito anti-inflamatório in vitro no ensaio de óxido nítrico induzido por LPS. No modelo de edema de pata induzido por carragenina, o extrato das folhas e das cascas do caule nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg, via oral, reduziu significativamente (p<0,001) o edema seguido da redução da mieloperoxidase (MPO) e no modelo de bolsa de ar induzido por zimosam, nas mesmas doses testadas, reduziram significativamente (p<0,001) a migração celular, a concentração de proteínas totais, a mieloperoxidase (MPO), os níveis de malondialdeído (MDA) e da citocina pró-inflamatória TNF-α e aumentou a produção da citocina anti-inflamatória IL-10. Na avaliação da atividade antimicrobiana, o extrato das cascas do caule e as frações AcOET e BuOH demostraram efeito fungistático e bactericida. O estudo in sílico indicou possíveis ligantes da procianidina dimérica do tipo B e isovitexina relacionados à atividade anti-inflamatória e antimicrobiana. Os resultados obtidos são inéditos para a espécie, justificam seu uso na medicina popular e revelam que os extratos das folhas e das cascas do caule da espécie apresentam um potencial terapêutico para o desenvolvimento de fitoterápicos com propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas.The specie Commiphora leptophloeos (Burseraceae) is a native plant from Brazil, belongs to caatinga biome and is known popularly as “imburana-de-espinho” and “imburana-decambão”. The ethnopharmacology studies mention the use of this specie in the treatment of inflammations and infections. In this context, the present study aimed to evaluate the toxicity, anti-inflammatory and antimicrobial activity in non-clinical in vitro and in vivo assays of leaf and stem bark extracts, and to isolate, identify and quantify chemical markers. In the phytochemical study, the hydroethanolic extract was prepared by maceration and the fractionation was performaded by liquid-liquid partition (dichloromethane, ethyl acetateAcOEt and n-buthanol-BuOH fractions). Isolation, structural elucidation and characterization of the extracts were performed by CPC, LC-MS, FIA-ESI-IT-MS/MS and 1H NMR and quantification of the content of markers in the extracts was made by HPLC-DAD and HPLCELSD. The toxicity of both extracts was evaluated by MTT and flow cytometry assays and in vivo by the acute toxicity test. The in vitro anti-inflammatory activity was evaluated using LPS-induced nitric oxide assay and in viv by carrageenan-induced paw edema and oral zymosan induced air pocket models. The antimicrobial activity was measured by the determination of minimum inhibitory concentration (MIC) and virtual screening of the isolated compounds was performed by in silico studies. From leaves extract, 2 flavonoids were isolated by CPC and 16 compounds were characterized by Mass spectrometry such as phenolic acids, glycosylated flavonoids derivatives of quercetin, luteolin and apigenin, and condensed tannins derivatives of catechin. From the stem bark extract, 2 tannins were isolated by CPC and 8 compounds were characterized as phenolic acids and procyanidins. The leaves extract at 200 µg/mL and stem bark extract at concentrations of 1, 10, 100 and 200 µg/mL demonstrated in vitro anti-inflammatory effect in the LPS-induced nitric oxide assay. In the carrageenan-induced paw edema of model, the extracts of leaves and stem bark at the doses of 100, 200 and 400 mg/kg, by oral route, significantly reduced the edema followed by reduction of myeloperoxidase (MPO) and in the zymosan-induced model of pouch-air, at doses tested, significantly reducing (p < 0.001), cell migration, total protein concentration, myeloperoxidase (MPO), and malondialdehyde (MDA) and the proinflammatory cytokine TNF-α and increased the production of the anti-inflammatory cytokine IL-10. In the evaluation of the antimicrobial activity, the extracts of the barks and the AcOET and BuOH fractions at concentrations of 20 to 100 μg/mL demonstrated a fungistatic and bactericidal effect. The in silico study indicated possible ligands of type B dimeric procyanidin and isovitexin related to anti-inflammatory and antimicrobial activity. The results obtained are unprecedent for the specie, justify its use in folk medicine and reveals that extracts of leaves and stem bark have a therapeutic potential for the development of herbal products with antiinflammatory and antimicrobial properties.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES2020-12-31Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICASUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FARMACIABurcereceaeInflamaçãoInfecçãoFlavonoidesProcianidinasCommiphora leptophloeos (Mart.) J.B. 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A espécie Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett (Burseraceae) é uma planta nativa do Brasil, pertence ao bioma caatinga e é conhecida popularmente como “imburana-de-espinho” ou “imburana-de-cambão”. Os estudos etnofarmacológicos citam o uso da espécie no tratamento de inflamações e infecções. Dentro deste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a toxicidade, a atividade anti-inflamatória e antimicrobiana em ensaios não clínicos in vitro e in vivo dos extratos das folhas e das cascas do caule e isolar, identificar e quantificar os marcadores químicos. No estudo fitoquímico, o extrato hidroetanólico foi preparado por maceração e as frações foram obtidas por particição líquido-líquido (fração diclorometano, acetato de etila-AcOEt e n-butanol-BuOH). O isolamento, a elucidação estrutural e a caracterização das substâncias nos extratos foram realizadas por CPC, CL-EM, FIA-ESI-ITMS/MS e RMN de 1H e a quantificação dos marcadores nos extratos por CLAE-DAD-ELSD. A toxicidade dos extratos foi avaliada in vitro pelo ensaio de MTT e citometria de fluxo e in vivo pelo teste de toxicidade aguda, via oral. A atividade anti-inflamatória in vitro foi avaliada pelo ensaio de óxido nítrico induzido por LPS e in vivo nos modelos de edema de pata induzido por carragenina e de bolsa de ar induzida por zimosam. A atividade antimicrobiana foi avaliada pela determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e triagem virtual dos compostos isolados foi realizada por estudos in sílico. Do extrato das folhas, foram isolados 2 flavonoides por CPC e caracterizadas 16 substâncias por espectrometria de massas como ácidos fenólicos, flavonoides glicosilados derivados de quercetina, luteolina, apigenina e taninos condensados derivados de catequina. Do extrato das cascas do caule foram isolados 2 taninos por CPC e caracterizadas 8 substâncias como ácidos fenólicos e procianidinas. O extrato das folhas a 200 µg/mL e o extrato das cascas do caule nas concentrações de 1, 10, 100 e 200 µg/mL demonstraram efeito anti-inflamatório in vitro no ensaio de óxido nítrico induzido por LPS. No modelo de edema de pata induzido por carragenina, o extrato das folhas e das cascas do caule nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg, via oral, reduziu significativamente (p<0,001) o edema seguido da redução da mieloperoxidase (MPO) e no modelo de bolsa de ar induzido por zimosam, nas mesmas doses testadas, reduziram significativamente (p<0,001) a migração celular, a concentração de proteínas totais, a mieloperoxidase (MPO), os níveis de malondialdeído (MDA) e da citocina pró-inflamatória TNF-α e aumentou a produção da citocina anti-inflamatória IL-10. Na avaliação da atividade antimicrobiana, o extrato das cascas do caule e as frações AcOET e BuOH demostraram efeito fungistático e bactericida. O estudo in sílico indicou possíveis ligantes da procianidina dimérica do tipo B e isovitexina relacionados à atividade anti-inflamatória e antimicrobiana. Os resultados obtidos são inéditos para a espécie, justificam seu uso na medicina popular e revelam que os extratos das folhas e das cascas do caule da espécie apresentam um potencial terapêutico para o desenvolvimento de fitoterápicos com propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas. |
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