Envolvimento da via da quinurenina na retirada do etanol: evidências comportamentais e bioquímicas
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32498 |
Resumo: | Ansiedade e depressão são sintomas associados à retirada do etanol que levam os indivíduos à recaída. Na via do triptofano, a enzima indoleamina 2,3 dioxigenase (IDO) é responsável pela conversão do triptofano em quinurenina e uma desregulação dessa via tem sido associada a transtornos psiquiátricos, dentre eles a ansiedade e a depressão. O presente estudo testou a hipótese de que a via da quinurenina participa na modulação dos efeitos comportamentais da retirada em curto e longo prazo do etanol. No experimento 1, ratos Wistar receberam concentrações crescentes de etanol por 21 dias e foram submetidos a uma bateria de testes comportamentais 3, 5, 10, 19 e 21 dias após a retirada do etanol. No experimento 2, os animais foram submetidos ao mesmo protocolo de exposição ao etanol, sendo eutanasiados 3 dias (curto prazo) ou 21 dias (longo prazo) após a retirada do etanol. Os encéfalos foram dissecados para análise da concentração de quinurenina (como medida da atividade da IDO) no córtex pré-frontal, hipocampo e estriado. No experimento 3, ratas foram submetidas a testes comportamentais nos dias 3, 19 e 21 após a retirada de etanol e, após eutanásia, os encéfalos foram dissecados para análise da atividade da IDO nas áreas supracitadas. A retirada de etanol em curto prazo diminuiu a exploração dos braços abertos no labirinto em cruz elevado, enquanto no teste do nado forçado ratos submetidos a retirada em longo prazo apresentaram maior tempo de imobilidade, quando comparados aos animais controle. A retirada do etanol não alterou a locomoção nem a coordenação motora dos ratos (experimento 1). No experimento 2, a retirada em longo prazo do etanol aumentou as concentrações de quinurenina no córtex pré-frontal. No experimento 3, a administração de minociclina em ratas preveniu o efeito do tipo ansiogênico promovido pela retirada em curto prazo e o efeito do tipo depressivo favorecido pela retirada em longo prazo do etanol. Não houve alteração locomotora, nem nas concentrações de quinurenina nas áreas encefálicas investigadas. Em conclusão, a retirada de etanol em curto prazo favoreceu um comportamento do tipo ansioso, enquanto a retirada em longo prazo induziu comportamento do tipo depressivo. A retirada prolongada de etanol elevou os níveis de quinurenina especificamente no córtex pré-frontal em machos, sugerindo que as respostas depressivas observadas após a retirada prolongada podem estar relacionadas ao aumento da atividade de IDO. Em fêmeas, a administração de minocilina foi capaz de reverter comportamentos dos tipos ansioso e depressivo causados pela retirada do etanol, reforçando que esta via pode ser uma opção na farmacoterapia da abstinência do etanol. |
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Santos, Luana Carla doshttp://lattes.cnpq.br/6604828441243624Cavalcante, Judney CleySilva, Juliana Félix daZanoveli, Janaina MenezesBertoglio, Leandro JoséRachetti, Vanessa de Paula Soares2021-05-11T17:59:46Z2021-05-11T17:59:46Z2020-10-30SANTOS, Luana Carla dos. Envolvimento da via da quinurenina na retirada do etanol: evidências comportamentais e bioquímicas. 2020. 124f. Tese (Doutorado em Bioquímica) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32498Ansiedade e depressão são sintomas associados à retirada do etanol que levam os indivíduos à recaída. Na via do triptofano, a enzima indoleamina 2,3 dioxigenase (IDO) é responsável pela conversão do triptofano em quinurenina e uma desregulação dessa via tem sido associada a transtornos psiquiátricos, dentre eles a ansiedade e a depressão. O presente estudo testou a hipótese de que a via da quinurenina participa na modulação dos efeitos comportamentais da retirada em curto e longo prazo do etanol. No experimento 1, ratos Wistar receberam concentrações crescentes de etanol por 21 dias e foram submetidos a uma bateria de testes comportamentais 3, 5, 10, 19 e 21 dias após a retirada do etanol. No experimento 2, os animais foram submetidos ao mesmo protocolo de exposição ao etanol, sendo eutanasiados 3 dias (curto prazo) ou 21 dias (longo prazo) após a retirada do etanol. Os encéfalos foram dissecados para análise da concentração de quinurenina (como medida da atividade da IDO) no córtex pré-frontal, hipocampo e estriado. No experimento 3, ratas foram submetidas a testes comportamentais nos dias 3, 19 e 21 após a retirada de etanol e, após eutanásia, os encéfalos foram dissecados para análise da atividade da IDO nas áreas supracitadas. A retirada de etanol em curto prazo diminuiu a exploração dos braços abertos no labirinto em cruz elevado, enquanto no teste do nado forçado ratos submetidos a retirada em longo prazo apresentaram maior tempo de imobilidade, quando comparados aos animais controle. A retirada do etanol não alterou a locomoção nem a coordenação motora dos ratos (experimento 1). No experimento 2, a retirada em longo prazo do etanol aumentou as concentrações de quinurenina no córtex pré-frontal. No experimento 3, a administração de minociclina em ratas preveniu o efeito do tipo ansiogênico promovido pela retirada em curto prazo e o efeito do tipo depressivo favorecido pela retirada em longo prazo do etanol. Não houve alteração locomotora, nem nas concentrações de quinurenina nas áreas encefálicas investigadas. Em conclusão, a retirada de etanol em curto prazo favoreceu um comportamento do tipo ansioso, enquanto a retirada em longo prazo induziu comportamento do tipo depressivo. A retirada prolongada de etanol elevou os níveis de quinurenina especificamente no córtex pré-frontal em machos, sugerindo que as respostas depressivas observadas após a retirada prolongada podem estar relacionadas ao aumento da atividade de IDO. Em fêmeas, a administração de minocilina foi capaz de reverter comportamentos dos tipos ansioso e depressivo causados pela retirada do etanol, reforçando que esta via pode ser uma opção na farmacoterapia da abstinência do etanol.Anxiety and depression are symptoms associated with ethanol withdrawal that lead individuals to relapse. In the tryptophan pathway, the enzyme indoleamine 2,3 dioxygenase (IDO) is responsible for converting tryptophan to kynurenine. Deregulation of this pathway is associated with psychiatric disorders, including anxiety and depression. The present study tested the hypothesis that the kynurenine pathway participates in modulating the behavioral effects caused by short- and long-term ethanol withdrawal. In experiment 1, Wistar rats received increasing ethanol concentrations for 21 days and were subjected to a battery of behavioral tests 3, 5, 10, 19, and 21 days after ethanol removal. In experiment 2, the animals were subjected to the same ethanol exposure protocol, euthanized 3 days (short term) or 21 days (long term) after ethanol removal. The brains were dissected to analyze the concentration of kynurenine (as a measure of IDO activity) in the prefrontal cortex, hippocampus, and striatum. In experiment 3, rats were subjected to behavioral tests on days 3, 19, and 21 after removing ethanol, and the brains were dissected for analysis of IDO activity in the areas mentioned above. Short-term ethanol withdrawal decreased the exploration of open arms in the elevated plus-maze. In contrast, in the forced swim test, rats subjected to long-term withdrawal showed a longer immobility time than control animals. The removal of ethanol did not alter the rats' locomotion or motor coordination (experiment 1). In experiment 2, the long-term withdrawal of ethanol increased the concentrations of kynurenine in the prefrontal cortex. In females, the administration of minocycline prevented the anxiogenic-like behavior promoted by the short-term ethanol withdrawal. This drug also prevented the effect of the long-term withdrawal on depressive-like behaviors. There was no locomotor alteration, neither in the concentrations of kynurenine in females (experiment 3). In conclusion, short-term ethanol withdrawal favored anxious behavior, while long-term withdrawal-induced depressive behavior. Prolonged ethanol withdrawal raised kynurenine levels, specifically in the prefrontal cortex in males, suggesting that the depressive responses observed after prolonged withdrawal may be related to increased IDO activity. In females, the administration of minocycline was able to reverse anxious and depressive behaviors caused by the withdrawal of ethanol, reinforcing that this pathway may be an option in the pharmacotherapy of ethanol withdrawal.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICAUFRNBrasilRetirada do etanolDepressãoIDOQuinureninaMinociclinaEnvolvimento da via da quinurenina na retirada do etanol: evidências comportamentais e bioquímicasInvolvement of the kynurenine pathway in ethanol withdrawal: behavioral and biochemical evidenceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALEnvolvimentoviaquinurenina_Santos_2020.pdfapplication/pdf3053769https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/32498/1/Envolvimentoviaquinurenina_Santos_2020.pdf02b5f63072a2148d38152ae2109da325MD51123456789/324982021-05-11 15:02:51.281oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/32498Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-05-11T18:02:51Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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