Violência obstétrica: “se parir faz parte da natureza, que esta força seja respeitada”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Galvão, Janiely Batista
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/36222
Resumo: Discute-se nesta pesquisa, as formas mais recorrentes de violência obstétrica presentes na contemporaneidade, e o enfretamento a essa questão. Esse problema tem suas raízes nas relações desiguais entre homens e mulheres, que foram construídas ao longo dos tempos, e que avançam em tempos de reestruturação da economia. As mulheres vêm sendo alvos de diversas formas de violências, entre essas violências estão às inúmeras violações de direitos das parturientes, que se caracteriza como violência institucional, tendo em vista que suas expressões estão presentes nas instituições de saúde públicas e privadas. Como forma de enfrentamento a essa questão, o Estado tem idealizado políticas que visem mudanças na assistência ao parto no Brasil, porém a humanização no parto, que é o modelo proposto e melhor indicado, por se tratar de um projeto contra hegemônico, que em sua estrutura tem princípios adversos ao projeto neoliberal, tem sofrido rebatimentos no que se refere à atenção à saúde de forma humanizada. No presente trabalho, optou-se pela pesquisa bibliográfica, documental e observação participativa, pois para apreender a dinâmica do trabalho, recorreu- se a autores teóricos que discutem a problemática para assim, fornecer um aporte teórico a pesquisa, bem como analisar dados retirados de documentos que revelaram como está à assistência ao parto no Brasil. E por fim, a observação participativa que diz respeito à investigação na prática como essa realidade se apresenta. O estudo buscou analisar os casos de Adelir e a mulher considerada “comedora de placenta”. Esses casos simbolizaram tipos de violência obstétrica que foi de grande repercussão na mídia e redes sociais. Perante esses casos, podem-se compreender as contradições inerentes às políticas de humanização que não são condizentes com a prática obstétrica. Os resultados da pesquisa apontaram que a assistência ao parto no Brasil está muito distante do que preconiza a Política de humanização ao parto, uma vez que os traços da medicina tradicional na assistência ao parto ainda são muito presentes na política de saúde. Todas essas questões têm relações intrínsecas com as desigualdades sociais de gênero, pois se verificou que, mesmo quando as mulheres conhecem, reivindicam e tencionam as instituições pelos seus direitos, estes não são respeitados e as parturientes ainda são julgadas como “exageradas” e “loucas”.
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