Experiências urbanas e a política da paisagem: encontros com intervenções urbanas na cidade de Natal

• Autor(a) principal: Costa, Pablo Raniere Medeiros da
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/53530
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA; Paisagem; Experiência; Intervenções urbanas; Rizoma

A partir de uma abordagem aberta de espaço, compreendido aqui enquanto possibilidade, sobretudo, de se fazer política, tomamos as intervenções urbanas como elemento condutor de uma experiência de paisagem da cidade de Natal. Constituída pelo movimento itinerante do corpo em encontro com o mundo, com o espaço, a paisagem é compreendida aqui enquanto devir, isto é, sempre se fazendo. A presente tese buscou apresentar a paisagem de Natal resultante do nosso movimento de atravessar e ser atravessado cotidianamente pelo corpo da cidade de Natal e suas intervenções urbanas, como os lambe-lambes, a pixação e o grafite. Encontradas em diferentes momentos e contextos espaciais, elas mobilizaram diferentes pontos de vista, experiências e afetos pela cidade. A diversidade de intervenções que se distingue na paisagem produz sensações, afetos, positivos ou negativos, uma experiência de paisagem que pode remeter a ordem, a liberdade, a beleza, ao excesso, à repetição, ao extraordinário. Assim, como expressão da multiplicidade, as intervenções urbanas constituem diferentes espacialidades, mobilizando diferentes pontos de vista e perspectivas no espaço público da cidade. No percurso traçado para atingir os objetivos da tese consideramos os agenciamentos que se efetuam nos espaços de convivência e de visibilidade da cidade, a maneira em que são constantemente territorializados, desterritorializados e reterritorializados. Buscamos, desta feita, orientar nosso pensamento para além do binômio materialidade/imaterialidade, sujeito/objeto, sociedade/natureza. Não há separação entre eles, mas um corpo de multiplicidades. Desse modo, tomamos os depoimentos dos interventores como fonte de investigação em que foi possível, a partir da subjetividade e da pessoalidade, considerar a existência de uma coletividade que se estabelece entre aqueles que transgridem a paisagem. Pensar a intervenção urbana a partir dos agenciamentos que a realizam, implicou em considerar a combinação de corpos, cujas associações além de expressões distintas na paisagem, correspondem ao contínuo processo de territorialização/desterritorialização/reterritorialização. As intervenções urbanas que se apresentam na paisagem são tanto previsíveis, contáveis, como as linhas de segmentaridade, como imprevisíveis, correspondendo a ruptura, e criando o novo, tais como as linhas de fuga.