Avaliação da qualidade da Estratégia Saúde da Família na atenção ao usuário com diabetes mellitus durante a pandemia de Covid-19

• Autor(a) principal: Alves, Amara Kizzi de Almeida
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51225
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Atenção primária à saúde; Diabetes Mellitus; Qualidade de assistência à saúde; Avaliação em saúde

A Diabetes mellitus é uma síndrome metabólica crônica, que apresenta elevada prevalência mundial e está relacionada a altas taxas de morbimortalidade, sendo uma ameaça à saúde pública. Os serviços de saúde, em especial a Atenção Primária à Saúde deve estar preparada para um acompanhamento de qualidade das pessoas com tal condição. No contexto da Pandemia de COVID-19 os atributos essenciais e derivados da Atenção Primária à Saúde tornam-se ainda mais necessários de serem alcançados e a avaliação no contexto emergente é indispensável. Assim, buscou-se avaliar a qualidade da Estratégia Saúde da Família no município do interior do Rio Grande do Norte na atenção ao usuário com Diabetes mellitus no contexto da pandemia de COVID-19, identificando os fatores associados entre a qualidade e o controle glicêmico. Para isso, realizou-se um estudo do tipo observacional transversal de abordagem quantitativa em que avaliou 120 usuários através da aplicação do questionário geral estruturado e o instrumento de avaliação da qualidade da Atenção Primária (PCATool-Brasil), além da análise retrospectiva dos registros feitos em prontuário de usuários com diagnóstico de Diabetes mellitus. O modelo de Poisson, com variação robusta, foi utilizado para análise multivariável. O resultado do escore geral do PCATool-Brasil apontou que 70% da amostra avaliou a qualidade da Estratégia Saúde da Família como satisfatória, com escore ≥ 6,6. No entanto, evidenciou uma avaliação insatisfatória nos atributos serviços disponíveis, serviços prestados e orientação comunitária. O controle glicêmico inadequado esteve presente em 64,2% dos usuários. Contudo, ter um serviço com alto grau de orientação à Atenção Primária não demonstrou diferença significativa em relação aos serviços com baixo grau de orientação quanto ao controle glicêmico. Após análise multivariada ajustada dos manejos manteve diferença estatística a solicitação do perfil lipídico (RP=0,762; IC95% 0,630-0,921); a orientação sobre o uso correto dos medicamentos (RP=0,693; IC95% 0,502-0,956); o incentivo a prática de atividade física (RP=0,862; IC95% 0,781-0,951); o encaminhamento para oftalmologista (RP=1,169; IC95% 1,016-1,344); consulta com oftalmologista (RP=1,209; IC95% 1,063-1,376) e o acompanhamento com nutricionista (RP=0,864; IC95% 0,768-0,972). Os resultados encontrados demonstraram forte orientação à Atenção Primária à Saúde na perspectiva dos usuários diabéticos, embora seja necessário investir nas ações de promoção e prevenção, e no reconhecimento do contexto familiar e o incentivo da participação da comunidade. Enquanto que a prática de orientação na Atenção Primária à Saúde sobre os temas uso correto de medicamentos e prática de atividade física, além do acompanhamento nutricional com profissional especializado, foram destacados como fator de proteção ao controle glicêmico.