Efeitos de mudanças globais na fisiologia de haplótipos de Bostrychia spp. (Rhodophyta) de populações tropicais e subtropicais
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Data de Publicação: | 2022 |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49182 |
Resumo: | A mudança global devido às emissões antropogênicas de gases poluentes na atmosfera da Terra é um sério problema ecologicamente. Produtores primários em ecossistemas costeiros como os manguezais podem ser negativamente afetados pelas mudanças globais. Assim, nesta tese, nós investigamos a fisiologia das macroalgas de manguezais Bostrychia montagnei e Bostrychia calliptera de populações tropicais e subtropicais após serem submetidas a condições experimentais de mudanças globais. A divergência genética entre espécimes tropicais e subtropicais também foi investigada a partir de marcadores de DNA mitocondrial (COI-5P) e plastidial (rbcL-3P). Os resultados obtidos em nossa pesquisa foram sistematizados em cinco artigos científicos, cujos resultados principais estão descritos a seguir. No primeiro artigo (doi.org/10.1016/j.jembe.2022.151740), reportamos que os espécimes tropicais são geneticamente divergentes dos espécimes subtropicais, baseados no marcador COI-5P. Também demonstramos que as macroalgas de ambos os nichos climáticos são tolerantes a redução de pH (7,6 e 7,2) por incremento de CO2 na água do mar (acidificação dos oceanos), aumentando seu crescimento nos tratamentos de pH reduzido devido a maior disponibilidade de CO2 para a fotossíntese. Bostrychia montagnei da região tropical aumentou seu conteúdo de polissacarídeos e aloficocianina sob pH 7,2, assim como B. montagnei da região subtropical aumentou seu conteúdo de carboidratos de baixo peso molecular sob esta condição. No segundo artigo (doi.org/10.1016/j.marenvres.2022.105662), reportamos que B. montagnei e B. calliptera de ambos os nichos climáticos diminuíram seu crescimento e desempenho fotossintetizante sob aumento simultâneo de temperatura (aquecimento dos oceanos) e salinidade. Evidenciamos que as macroalgas sintetizaram proteínas, carboidratos e antioxidantes para tolerar temperaturas e salinidades prejudiciais, assim como ajustaram seu conteúdo pigmentar (ficobiliproteínas, carotenoides e clorofila a) para capturar luz de forma eficiente sob estresse salino e térmico. No terceiro artigo, observamos que B. calliptera e B. montagnei da região tropical diminuíram seu desempenho fotossintetizante sob aumento de salinidade (salinização em estuários tropicais influenciados por clima semiárido). Bostrychia montagnei apresentou aclimatação osmótica ao aumento de salinidade por sintetizar dulcitol e sorbitol como osmólitos orgânicos, enquanto que B. calliptera principalmente sintetizou o dulcitol. Entre espécies, B. montagnei apresentou uma maior tolerância fotofisiológica ao estresse salino por sintetizar ambos dulcitol e sorbitol, visto que o sorbitol é um osmólito fisicoquimicamente melhor do que o dulcitol. No quarto artigo, registramos que sob aumento de densidade de fluxo de fótons (aumento da radiação solar sobre ecossistemas costeiros), B. calliptera e B. montagnei da região tropical diminuíram seu desempenho fotossintetizante. Também registramos efeitos deletérios do aumento de luz sobre o aparato fotossintetizante e sobre os aminoácidos do tipo micosporina (compostos fotoprotetivos) de ambas as espécies, o que foi mais pronunciado em B. montagnei. A menor tolerância desta espécie ao aumento de luz pode explicar sua ocorrência preferencial em microhabitats mais sombreados, como documentado na literatura científica. No quinto artigo, evidenciamos que B. montagnei e B. calliptera de ambas as localidades aumentaram suas concentrações de dulcitol e sorbitol sob redução de pH por incremento de CO2 na água do mar, demonstrando que estes polióis também possuem uma função energética. Bostrychia montagnei e B. calliptera de ambas as localidades aumentaram suas concentrações de dulcitol e sorbitol sob aumento de temperatura, demonstrando que além de osmólitos orgânicos estes polióis são termoprotetores. Em conclusão, nossos dados demonstram que espécimes tropicais e subtropicais de Bostrychia montagnei e B. calliptera são geneticamente divergentes e beneficiados por aumento de CO2 na água do mar, uma vez que as macroalgas toleraram a redução de pH e aumentaram sua produtividade. Assim, elas podem ser relevantes para o sequestro de CO2 em manguezais. Entretanto, o aquecimento dos oceanos e o aumento da salinidade estuarina serão prejudiciais para o desempenho fisiológico de B. montagnei e B. calliptera de ambos os nichos climáticos, mesmo elas ajustando seu metabolismo para sintetizar compostos relacionados à tolerância térmica e salina. Nossos dados sugerem que populações tropicais das macroalgas estão mais vulneráveis ao aquecimento do que as populações subtropicais, uma vez que as populações tropicais já vivem mais próximas aos seus limites superiores de tolerância térmica. Nossos dados também demonstram que condições futuras de maior incidência solar sobre manguezais serão nocivas para essas macroalgas, sendo B. montagnei mais afetada do que B. calliptera. Em nossa pesquisa, documentamos pela primeira vez os efeitos de acidificação dos oceanos sobre espécies de Bostrychia, as primeiras sequências do marcador COI-5P para ambas as espécies, estratégias fisiológicas de Bostrychia spp. para aclimatação térmica, uma condição de temperatura letal para espécies de Bostrychia (34 ºC para os espécimes tropicais), um novo padrão de distribuição de osmólitos orgânicos em espécies de Bostrychia (apenas dulcitol em B. calliptera sob baixas salinidades), e os efeitos deletérios do aumento de luz sobre Bostrychia spp. |
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Borburema, Henrique Douglas dos Santoshttps://orcid.org/0000-0002-7300-7583http://lattes.cnpq.br/2010685918065573https://orcid.org/0000-0001-6736-3795http://lattes.cnpq.br/2017823516741199Miranda, George Emmanuel Cavalcanti deDias, Juliana Déohttp://lattes.cnpq.br/8119278936427700Vieira Filho, Edson Aparecidohttps://orcid.org/0000-0001-7991-1007http://lattes.cnpq.br/8253488441150588Plastino, Estela MariaOliveira, Vinicius Peruzzi deSoriano, Eliane Marinho2022-08-17T20:33:21Z2022-07-12BORBUREMA, Henrique Douglas dos Santos. Efeitos de mudanças globais na fisiologia de haplótipos de Bostrychia spp. (Rhodophyta) de populações tropicais e subtropicais. 2022. 180f. Tese (Doutorado em Ecologia) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49182A mudança global devido às emissões antropogênicas de gases poluentes na atmosfera da Terra é um sério problema ecologicamente. Produtores primários em ecossistemas costeiros como os manguezais podem ser negativamente afetados pelas mudanças globais. Assim, nesta tese, nós investigamos a fisiologia das macroalgas de manguezais Bostrychia montagnei e Bostrychia calliptera de populações tropicais e subtropicais após serem submetidas a condições experimentais de mudanças globais. A divergência genética entre espécimes tropicais e subtropicais também foi investigada a partir de marcadores de DNA mitocondrial (COI-5P) e plastidial (rbcL-3P). Os resultados obtidos em nossa pesquisa foram sistematizados em cinco artigos científicos, cujos resultados principais estão descritos a seguir. No primeiro artigo (doi.org/10.1016/j.jembe.2022.151740), reportamos que os espécimes tropicais são geneticamente divergentes dos espécimes subtropicais, baseados no marcador COI-5P. 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No quarto artigo, registramos que sob aumento de densidade de fluxo de fótons (aumento da radiação solar sobre ecossistemas costeiros), B. calliptera e B. montagnei da região tropical diminuíram seu desempenho fotossintetizante. Também registramos efeitos deletérios do aumento de luz sobre o aparato fotossintetizante e sobre os aminoácidos do tipo micosporina (compostos fotoprotetivos) de ambas as espécies, o que foi mais pronunciado em B. montagnei. A menor tolerância desta espécie ao aumento de luz pode explicar sua ocorrência preferencial em microhabitats mais sombreados, como documentado na literatura científica. No quinto artigo, evidenciamos que B. montagnei e B. calliptera de ambas as localidades aumentaram suas concentrações de dulcitol e sorbitol sob redução de pH por incremento de CO2 na água do mar, demonstrando que estes polióis também possuem uma função energética. 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Nossos dados sugerem que populações tropicais das macroalgas estão mais vulneráveis ao aquecimento do que as populações subtropicais, uma vez que as populações tropicais já vivem mais próximas aos seus limites superiores de tolerância térmica. Nossos dados também demonstram que condições futuras de maior incidência solar sobre manguezais serão nocivas para essas macroalgas, sendo B. montagnei mais afetada do que B. calliptera. Em nossa pesquisa, documentamos pela primeira vez os efeitos de acidificação dos oceanos sobre espécies de Bostrychia, as primeiras sequências do marcador COI-5P para ambas as espécies, estratégias fisiológicas de Bostrychia spp. para aclimatação térmica, uma condição de temperatura letal para espécies de Bostrychia (34 ºC para os espécimes tropicais), um novo padrão de distribuição de osmólitos orgânicos em espécies de Bostrychia (apenas dulcitol em B. calliptera sob baixas salinidades), e os efeitos deletérios do aumento de luz sobre Bostrychia spp.Global change due to the anthropogenic emissions of polluting gases into the Earth’s atmosphere is an ecologically serious problem. Primary producers in coastal ecosystems such as mangrove swamps can be negatively affected by the global changes. Thus, in this thesis, we investigated the physiology of the mangrove macroalgae Bostrychia montagnei and Bostrychia calliptera from tropical and subtropical populations after being subjected to global change experimental conditions. The genetic divergence between tropical and subtropical specimens was also investigated using mitochondrial (COI-5P) and plastidial (rbcL-3P) DNA markers. The results from our investigation are presented in five scientific articles, whose main results are described hereafter. In the first article (doi.org/10.1016/j.jembe.2022.151740), we reported that tropical specimens are genetically divergent from subtropical specimens, based on the COI-5P marker. We also demonstrated that macroalgae from both climatic niches are tolerant of decreased pH (7.6 and 7.2) by CO2 enrichment of the seawater (ocean acidification), increasing their growth under decreased pH treatments due to increased CO2 availability for photosynthesis. Tropical B. montagnei increased its polysaccharide and allophycocyanin content at pH 7.2, and subtropical B. montagnei increased its low molecular weight carbohydrate content at pH 7.2 as well. In the second article (doi.org/10.1016/j.marenvres.2022.105662), we reported that tropical and subtropical B. montagnei and B. calliptera decreased their growth and photosynthetic performance under simultaneous increase in temperature (ocean warming) and salinity. We evidenced that macroalgae synthesized proteins, carbohydrates and antioxidants to tolerate detrimental temperatures and salinities, as well as they adjusted their pigment contents (phycobiliproteins, carotenoids, and chlorophyll a) for efficient light-harvesting under thermal and saline stress. In the third article, we observed that tropical B. calliptera and B. montagnei decreased their photosynthetic performance under rising salinity (salinization in tropical estuaries influenced by semi-arid climate). Bostrychia montagnei showed osmotic acclimation to the increase in salinity by synthesizing dulcitol and sorbitol as organic osmolytes, whereas B. calliptera mainly synthesized dulcitol. Between species, B. montagnei showed a greater photophysiological tolerance to the salt stress by synthesizing both dulcitol and sorbitol, since sorbitol is a physicochemically better osmolyte than dulcitol. In the fourth article, we registered that under increase in photon flux density (enhanced solar radiation on coastal ecosystems), tropical B. calliptera and B. montagnei decreased their photosynthetic performance. We also recorded deleterious effects of increased light on the photosynthetic apparatus and mycosporine-like amino acids of both species, which was more pronounced on B. montagnei. The lower tolerance of this species to the increase of light can explain its preferential occurrence at more shaded microhabitats, as documented in the scientific literature. In the fifth article, we evidenced that tropical and subtropical B. montagnei and B. calliptera increased their dulcitol and sorbitol concentrations under decreased pH by CO2 enrichment of the seawater. Thus, these polyols also have an energetic function. Tropical and subtropical B. montagnei and B. calliptera increased their dulcitol and sorbitol contents under rising temperature. This demonstrates that these polyols also have a thermal protection function. In conclusion, our data support that tropical and subtropical specimens of B. montagnei and B. calliptera are genetically divergent and benefit from increased CO2 in seawater, since they were tolerant of decreased pH and increased their productivity. Thereby, these macroalgae can be relevant for CO2 sequestration in mangrove ecosystems. However, the ocean warming and increased salinity in estuaries will be detrimental to the physiological performance of macroalgae from both climatic niches, even as they adjust their metabolism to synthesize compounds related to thermal and saline tolerance. Our data suggest that tropical populations are more vulnerable to the warming than subtropical populations, since tropical populations already live closer to their upper thermal tolerance limits. Our data also demonstrate that increased solar radiation on mangrove swamps will be harmful to both Bostrychia species, with B. montagnei more affected than B. calliptera. In our investigation, we documented for the first time the effects of ocean acidification on Bostrychia species, the first COI-5P sequences generated for both species, physiological strategies of Bostrychia spp. for thermal acclimation, a lethal temperature condition for Bostrychia species (34 ºC for the tropical specimens), a new organic osmolyte distribution pattern in Bostrychia species (only dulcitol in B. calliptera under low salinities), and the deleterious effects of increased light on Bostrychia spp.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES2024-07-20Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIADivergência genéticaDulcitolEcofisiologiaMacroalgasManguezaisMudanças climáticasEfeitos de mudanças globais na fisiologia de haplótipos de Bostrychia spp. (Rhodophyta) de populações tropicais e subtropicaisEffects of global change on the physiology of Bostrychia (Rhodophyta) haplotypes from tropical and subtropical populationsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALEfeitosmudancasglobais_Borburema_2022.pdfapplication/pdf7087307https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/49182/1/Efeitosmudancasglobais_Borburema_2022.pdf92250e63c35d5df0a01668905d8c3141MD51123456789/491822024-03-19 01:06:27.612oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/49182Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2024-03-19T04:06:27Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Também demonstramos que as macroalgas de ambos os nichos climáticos são tolerantes a redução de pH (7,6 e 7,2) por incremento de CO2 na água do mar (acidificação dos oceanos), aumentando seu crescimento nos tratamentos de pH reduzido devido a maior disponibilidade de CO2 para a fotossíntese. Bostrychia montagnei da região tropical aumentou seu conteúdo de polissacarídeos e aloficocianina sob pH 7,2, assim como B. montagnei da região subtropical aumentou seu conteúdo de carboidratos de baixo peso molecular sob esta condição. No segundo artigo (doi.org/10.1016/j.marenvres.2022.105662), reportamos que B. montagnei e B. calliptera de ambos os nichos climáticos diminuíram seu crescimento e desempenho fotossintetizante sob aumento simultâneo de temperatura (aquecimento dos oceanos) e salinidade. 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Bostrychia montagnei e B. calliptera de ambas as localidades aumentaram suas concentrações de dulcitol e sorbitol sob aumento de temperatura, demonstrando que além de osmólitos orgânicos estes polióis são termoprotetores. Em conclusão, nossos dados demonstram que espécimes tropicais e subtropicais de Bostrychia montagnei e B. calliptera são geneticamente divergentes e beneficiados por aumento de CO2 na água do mar, uma vez que as macroalgas toleraram a redução de pH e aumentaram sua produtividade. Assim, elas podem ser relevantes para o sequestro de CO2 em manguezais. Entretanto, o aquecimento dos oceanos e o aumento da salinidade estuarina serão prejudiciais para o desempenho fisiológico de B. montagnei e B. calliptera de ambos os nichos climáticos, mesmo elas ajustando seu metabolismo para sintetizar compostos relacionados à tolerância térmica e salina. 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