Fracionamento do fósforo em sedimentos da plataforma continental adjacente à foz do rio Doce (Espírito Santo) após o desastre de Fundão

• Autor(a) principal: Silva, Aline Maria Fernandes Galdino da
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/56610
• topic: CNPQ::ENGENHARIAS; Nutrientes; Fracionamento químico; Geoquímica sedimentar; Óxidos de ferro; Rejeitos de minério

O fósforo (P) é um elemento essencial para a vida e limita a produtividade biológica em ecossistemas marinhos. O ciclo biogeoquímico do fósforo nos oceanos envolve entradas externas, principalmente por fontes fluviais e estuarinas, bem como reciclagem interna e interações sedimento-coluna d’água. No sedimento, este elemento pode ocorrer associado às diferentes frações químicas, sendo as interações com óxidos-hidróxidos de ferro (Fe) reconhecidas por formar fortes complexos com P. Após o colapso da barragem de Fundão, no município de Mariana/MG, a entrada de rejeitos de minério de Fe na porção costeira afetou significativamente as quantidades e as espécies químicas de fósforo no sedimento do estuário, com impactos esperados na região marinha. Assim, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a variação espaço-temporal da mobilidade do fósforo nas diferentes frações do sedimento e água intersticial na plataforma continental adjacente à foz do Rio Doce, afetada pelo desastre de Fundão. Para isso, amostras de sedimento superficial foram coletadas em nove estações distribuídas na porção Central, Norte e Sul da foz do Rio Doce, durante quatro anos de amostragem (de novembro de 2018 a setembro de 2021), contemplando períodos secos e chuvosos. As diferentes frações de fósforo ligadas ao sedimento foram analisadas a partir da extração sequencial e quantificadas por espectrofotometria. Os resultados demonstraram maior mobilidade do fósforo no sedimento decorrente dos processos hidrodinâmicos da plataforma, e o aumento no teor de P total na água intersticial, principalmente no setor Sul. Além disso, nos anos iniciais observou-se o teor da fração ligada ao óxido de Fe cristalino e a posterior predominância da fração amorfa. Também foi observado a correlação negativa entre o P trocável e o Fe amorfo. Sendo assim, o aporte de sedimentos desencadeados pelo desastre de Fundão alterou o comportamento e a dinâmica de fósforo na região da foz do Rio Doce.