(Lou) cure-se!!!: corpos vividos em instaurações cênicas no hospital Dr. João Machado
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23441 |
Resumo: | Esta dissertação enfoca uma proposta de investigação com metodologia de pesquisa ação; sobre o denominado ser louco, sua corporeidade e as relações intersubjetivas que esses corpos travam e que se revelam na cena cotidiana de uma instituição psiquiátrica, quando em contato direto com processos artísticos de instaurações de cenas; lembrando sempre que, esses corpos sob o signo da loucura lidam com o estigma.Trata-se de pesquisar o modo de ser corporalmente predominante por restrições e desorganização na relação que essas pessoas têm com o outro, com o tempo e com o espaço, para tanto observa-se o modo como esses corpos se estruturam e se movimentam nos espaços sociais que parecem estar impregnados por uma ideologia de valores, crenças e preconceitos adquiridos no processo histórico-social. O tratamento dado ao louco é definido historicamente por uma prática de exclusão e pela diferença que faz do louco um ser desprovido de razão e consciência, amoral e nocivo, e deste modo, a discriminação é efetivada pelo controle através do enclausuramento e/ou da medicação exacerbada; As marcas cruéis desta ideologia opressora que caracterizam a história da loucura, onde o louco ainda ocupa o lugar do oprimido, são visíveis neste recorte pesquisado e percebidas nas gestualidades e expressões orais e corporais; A história desses corpos são presentificadas em dramas narrados e pela carga emocional impregnada nos gestos, na tonalidade da voz em falas, cantos e gritos que se revelam na cena cotidiana. Deste modo, este trabalho se propõe a uma articulação entre loucura e arte e para isto, procura-se encontrar conexões entre conceitos e questões que permeiam o tema da loucura e os processos de criação, enfatizando a importância do contato e da vivência humana com a linguagem da arte através do contato dos internos no Hospital Psiquiátrico Dr. João Machado com a coligação Cruor Arte Contemporânea, grupo permanente de Arte e Cultura, residente no DEART/UFRN, grupo de prática cênica do Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Artes Cênicas e Espetaculares. Articular arte e loucura neste estudo está vinculado a experiência vivida na interação desses corpos nos encontros. Trata-se da relação desses corpos rotulados e institucionalizados nomeados como doentes mentais, por terem um histórico de enclausuramento em internações hospitalares, denominadas de manicômio, que contém uma cultura de controle social coercitivo. Investiga-se o encontro os corpos de artistas que trazem em si a experiência da arte e a partir dai se pensa na possibilidade de uma estética existencial das relações entre corpo, espaço, tempo e movimento nas instituições totalitárias e em um sentido mais amplo, nas condições determinadas historicamente ao louco, marcadas pelo abandono e ausência desse corpo, como também pela desorientação temporal e espacial, para tanto tenho o aporte da Psicologia Corporal em uma leitura fenomenológica existencial e da Psicologia Analítica através do estudo do significado dos símbolos na relação do ser humano consigo mesmo e com o ambiente. Essas perspectivas teóricas apresentadas foram escolhidas por trazerem contribuições para o estudo do ser humano em seus aspectos simbólicos, corporais e existenciais sob a ótica da arte. Estudos estes, essenciais para a construção da experiência fenomenológica do sujeito enquanto trajeto de vida, em sua relação consigo mesmo e com o outro através da vivência da loucura com a presença da arte. No decorrer deste processo investigativo compreendemos que estudar as atuais cenas cotidianas protagonizadas no hospital Dr. João Machado por subjetividades diferenciadas como portadoras de transtorno mental ou pessoas em sofrimento psíquico perpassa pelo entendimento de que na sociedade atual temos novas formas de produção da loucura, novos modos de ser louco, e reafirmando pois que a fabricação dessas emergentes formas subjetivas de ser louco é social e histórica e a arte pode ser um caminho para esta compreensão. Pois, é possível permitir a plasticidade e estéticas para outras formas de vivências, e “ser” com abertura para ousar, criar e refletir suas questões, seus estranhamentos, suas posturas adotadas e lugares assumidos na coletividade. E neste sentido, pela arte, em um espaço de saúde e ciência produzir conhecimento sobre o real e o vivido, com a linguagem artística das artes cênicas, pois esta facilita ao ser humano expressar e perceber o mundo de uma forma mais intensa. Vislumbrou-se pensar pedagogias vivenciais e corporais para lidar com as cenas e os corpos que circulam e se fazem presentes naquela realidade institucionalizada, assim foi criada com alguns pacientes a instauração cênica (Lou) Cure-se!!!, apresentada ao público nos meses de julho e agosto de 2016, nas dependências do hospital psiquiátrico Dr. João Machado. |
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Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23441Esta dissertação enfoca uma proposta de investigação com metodologia de pesquisa ação; sobre o denominado ser louco, sua corporeidade e as relações intersubjetivas que esses corpos travam e que se revelam na cena cotidiana de uma instituição psiquiátrica, quando em contato direto com processos artísticos de instaurações de cenas; lembrando sempre que, esses corpos sob o signo da loucura lidam com o estigma.Trata-se de pesquisar o modo de ser corporalmente predominante por restrições e desorganização na relação que essas pessoas têm com o outro, com o tempo e com o espaço, para tanto observa-se o modo como esses corpos se estruturam e se movimentam nos espaços sociais que parecem estar impregnados por uma ideologia de valores, crenças e preconceitos adquiridos no processo histórico-social. O tratamento dado ao louco é definido historicamente por uma prática de exclusão e pela diferença que faz do louco um ser desprovido de razão e consciência, amoral e nocivo, e deste modo, a discriminação é efetivada pelo controle através do enclausuramento e/ou da medicação exacerbada; As marcas cruéis desta ideologia opressora que caracterizam a história da loucura, onde o louco ainda ocupa o lugar do oprimido, são visíveis neste recorte pesquisado e percebidas nas gestualidades e expressões orais e corporais; A história desses corpos são presentificadas em dramas narrados e pela carga emocional impregnada nos gestos, na tonalidade da voz em falas, cantos e gritos que se revelam na cena cotidiana. Deste modo, este trabalho se propõe a uma articulação entre loucura e arte e para isto, procura-se encontrar conexões entre conceitos e questões que permeiam o tema da loucura e os processos de criação, enfatizando a importância do contato e da vivência humana com a linguagem da arte através do contato dos internos no Hospital Psiquiátrico Dr. João Machado com a coligação Cruor Arte Contemporânea, grupo permanente de Arte e Cultura, residente no DEART/UFRN, grupo de prática cênica do Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Artes Cênicas e Espetaculares. Articular arte e loucura neste estudo está vinculado a experiência vivida na interação desses corpos nos encontros. Trata-se da relação desses corpos rotulados e institucionalizados nomeados como doentes mentais, por terem um histórico de enclausuramento em internações hospitalares, denominadas de manicômio, que contém uma cultura de controle social coercitivo. Investiga-se o encontro os corpos de artistas que trazem em si a experiência da arte e a partir dai se pensa na possibilidade de uma estética existencial das relações entre corpo, espaço, tempo e movimento nas instituições totalitárias e em um sentido mais amplo, nas condições determinadas historicamente ao louco, marcadas pelo abandono e ausência desse corpo, como também pela desorientação temporal e espacial, para tanto tenho o aporte da Psicologia Corporal em uma leitura fenomenológica existencial e da Psicologia Analítica através do estudo do significado dos símbolos na relação do ser humano consigo mesmo e com o ambiente. Essas perspectivas teóricas apresentadas foram escolhidas por trazerem contribuições para o estudo do ser humano em seus aspectos simbólicos, corporais e existenciais sob a ótica da arte. Estudos estes, essenciais para a construção da experiência fenomenológica do sujeito enquanto trajeto de vida, em sua relação consigo mesmo e com o outro através da vivência da loucura com a presença da arte. No decorrer deste processo investigativo compreendemos que estudar as atuais cenas cotidianas protagonizadas no hospital Dr. João Machado por subjetividades diferenciadas como portadoras de transtorno mental ou pessoas em sofrimento psíquico perpassa pelo entendimento de que na sociedade atual temos novas formas de produção da loucura, novos modos de ser louco, e reafirmando pois que a fabricação dessas emergentes formas subjetivas de ser louco é social e histórica e a arte pode ser um caminho para esta compreensão. Pois, é possível permitir a plasticidade e estéticas para outras formas de vivências, e “ser” com abertura para ousar, criar e refletir suas questões, seus estranhamentos, suas posturas adotadas e lugares assumidos na coletividade. E neste sentido, pela arte, em um espaço de saúde e ciência produzir conhecimento sobre o real e o vivido, com a linguagem artística das artes cênicas, pois esta facilita ao ser humano expressar e perceber o mundo de uma forma mais intensa. Vislumbrou-se pensar pedagogias vivenciais e corporais para lidar com as cenas e os corpos que circulam e se fazem presentes naquela realidade institucionalizada, assim foi criada com alguns pacientes a instauração cênica (Lou) Cure-se!!!, apresentada ao público nos meses de julho e agosto de 2016, nas dependências do hospital psiquiátrico Dr. João Machado.This thesis focuses on a research proposal, with a research-action methodology, on the so-called be crazy, its corporeality and interpersonal relations established by these bodies and that are revealed in everyday scene of a psychiatric institution, when in direct contact with artistic processes of the instauration of scenes; always remembering that these bodies under the sign of madness deal with stigma. It is about finding the way of being bodily predominant by restrictions and disruption in the relationship that these people create with one another, with time and space. With that in mind, it is observed how these bodies are structured and how they move in social spaces that appear to be impregnated by an ideology of values, beliefs and prejudices acquired in the socio-historical process. The treatment of the insane is historically defined by a practice of exclusion and difference that makes the crazy a being destitute of reason and conscience, amoral and harmful, and thus discrimination is effected by control through the enclosure and/or exacerbated medication; The cruel marks of this oppressive ideology that characterizes the history of madness, where the crazy still occupies the place of the oppressed, are still visible in this research and perceived in gestures and oral and body expressions; the history of these bodies is personalized in narrated dramas and by the emotional charge impregnated in gestures, the tone of voice in speeches, songs and screams that are revealed in the everyday scene. Thus, this work proposes a link between madness and art and for this, we try to find connections between concepts and issues that permeate the theme of madness and creation processes, emphasizing the importance of the contact and of the human experience with the language of art through the contact with the residents of the Psychiatric Hospital Dr. João Machado, working together with Cruor Arte Contemporânea, a permanent group of art and culture, from the DEART/UFRN (Art Department), a dramaturgy group from the Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Artes Cênicas e Espetaculares (Interdisciplinary Center for Research on Performing and Spectacular Arts). Articulating art and madness in this study is linked to the experience obtained in the interaction of these bodies in the meetings. This is the relationship of these labeled and institutionalized bodies appointed as mentally ill, for having a record of enclosure in hospital stays, places termed madhouse, which contains a coercive social control culture. We investigate the encounter of the bodies of artists who bring in themselves the experience of art and, from there, we consider the possibility of an existential aesthetic of the relationship between body, space, time and movement in totalitarian institutions and in a wider sense, in conditions historically determined for the crazy, marked by abandonment and absence of this body, as well as the temporal and spatial disorientation. In order to study this scenario, we took advantage of the contribution of the Body Psychology added to an existential phenomenological reading and of the Analytical Psychology, by studying the meaning of the symbols in the relationship of the human with themselves and the environment. These theoretical perspectives presented were chosen for bringing contributions to the study of the human being in its symbolic, bodily and existential aspects, from the perspective of art. Such studies are essential to the construction of the phenomenological experience of the subject as a way of life in their relationship with themselves and the other through the experience of madness with the presence of art. During this investigative process, we understood that studying the current everyday scenes enthralled in the hospital Dr. João Machado by considering differentiated subjectivities as mentally disabled or people in psychological distress pervades the understanding that in today's society there are new forms of production of madness, e.g., new ways to be crazy, and therefore reaffirming that the manufacture of these emerging subjective ways of being crazy is social and historical and the art can show a way for this understanding. Then, it is possible to allow the plasticity and aesthetics to other forms of experiences, and "be" with openness to dare, create and reflect their issues, their strangeness, their adopted positions and places undertaken in the community. In this sense, by the art, in a space of health and science to produce knowledge about the real and the lived, with the artistic language of the performing arts, as this makes the human being being able to express and perceive the world in a more intense way. It was in sight to consider experiential and body pedagogies to handle the scenes and the bodies that circulate and are present in that institutionalized reality, and it was created, with some patients, the scenic instauration (Lou)Cure-se!!! [(Un)Heal Yourself!], presented to the public in July and August 2016, on the premises of the psychiatric hospital Dr. João Machado.porCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES CÊNICASCorpoLoucuraEspaçoTempoInstituiçãoVivênciaArteCriatividadeProcessos criativosSubjetividadeInstauração cênica(Lou) cure-se!!!: corpos vividos em instaurações cênicas no hospital Dr. João Machadoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICASUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINAL(Lou)cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdf(Lou)cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdfapplication/pdf2011646https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23441/1/%28Lou%29cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdf7b7493ff564140a893cb649c7768cbc1MD51TEXTJosadaqueAlbuquerqueDaSilvaPires_DISSERT.pdf.txtJosadaqueAlbuquerqueDaSilvaPires_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain309842https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23441/4/JosadaqueAlbuquerqueDaSilvaPires_DISSERT.pdf.txtfab6f721e9d464937a5ebf608df2015dMD54(Lou)cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdf.txt(Lou)cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdf.txtExtracted texttext/plain309842https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23441/6/%28Lou%29cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdf.txtfab6f721e9d464937a5ebf608df2015dMD56THUMBNAILJosadaqueAlbuquerqueDaSilvaPires_DISSERT.pdf.jpgJosadaqueAlbuquerqueDaSilvaPires_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3022https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23441/5/JosadaqueAlbuquerqueDaSilvaPires_DISSERT.pdf.jpgbfca27010024769d6c8b6a403ca190dfMD55(Lou)cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdf.jpg(Lou)cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3018https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23441/7/%28Lou%29cure-seCorposVividos_Pires_2016.pdf.jpgeebc3b77e883b35bbc9b512468ae463eMD57123456789/234412019-01-30 06:29:26.215oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/23441Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-01-30T09:29:26Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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