A pesca e o pescador de lagosta em setor do litoral oriental do Nordeste do Brasil
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23365 |
Resumo: | A pesca da lagosta (Panulirus) conhecida como lagosta espinhosa, do caribe ou de rochas (Decapoda, Achelata, Palinuridae) é uma atividade que suporta uma das mais lucrativas pescarias do mundo. Apesar das medidas de manejo adotadas, trata-se de um recurso marinho bastante explorado. No Brasil, um conjunto de fatores concorre para essa exploração. As dificuldades se refletem na rotatividade das normas para a pesca da lagosta ao longo de 44 anos (de 1967 a 2010) e no não acompanhamento dos desembarques da pesca desde o ano de 2010. Soma-se a esse cenário a pesca realizada com apetrechos não legais, como a rede e o mergulho, livre ou com compressor e “marambaias”. Embora o uso do mergulho, em especial com o emprego do compressor, tenha tornado a pesca da lagosta uma atividade de maior precisão nas capturas, também passou a apresentar maior risco à saúde e à vida dos pescadores. Recifes costeiros são encontrados na plataforma continental do Rio Grande do Norte, litoral Nordeste oriental do Brasil, local da pesca de mergulho e de uma rica biodiversidade, destacando-se a população jovem das lagostas. Este trabalho foi realizado na perspectiva de uma abordagem integradora entre a pesca e o pescador mergulhador, com foco em três objetivos: fazer uma reconstrução histórica da pesca durante os anos de 2001-2010, descrever o perfil sociodemográfico, riscos e conflitos da atividade do mergulho e comparar seu conhecimento sobre a bioecologia da lagosta com o conhecimento científico. A análise da pesca foi baseada em planilhas do programa Estatpesca/IBAMA/RN. Foi utilizado um formulário formado por questões estruturadas e semiestruturadas, que coletou informações socioeconômicas dos pescadores (como idade, escolaridade, renda mensal, entre outras), suas estratégias da pesca (tais como, tipo de mergulho e apetrecho usado, procura ativa da lagosta, locais de pesca e profundidade atingida) e seu conhecimento sobre as normas de ordenamento e os riscos e conflitos. Também foram coletadas informações sobre o seu conhecimento a respeito da alimentação, estrutura trófica, reprodução e ciclo de vida da lagosta. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o software R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2012), adotando o nível de significância de 5% (ZAR, 2010). Cada tipo de análise foi computado separadamente para evitar conflitos computacionais e matemáticos. Foram ainda utilizados os seguintes pacotes estatísticos adicionais do software R: pacote “ca” (GRENACRE, 1993; NENADIC, GREENACRE, 2007), “stats” (Teste de Shapiro-Wilk, PCA, PCoA, correlação de Pearson, Teste de Mann-Whitney; R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2012) e “car” (Teste de Levene; FOX; WEISBERG, 2011). Com o modelo GLM, foi possível observar que a captura, em peso, era menor com o uso da rede, em relação ao compressor, mergulho e covo. O peso também foi significantemente maior para a embarcação grande, em relação à embarcação pequena. Analisando a escala temporal, por ano, a maior produção ocorreu em 2009 e 2010, e, quanto aos meses, independentemente do ano da amostra, o mês de agosto apresentou maior captura. Foram entrevistados 53 pescadores mergulhadores que se dedicam à pesca de lagosta. A maioria deles (89%) tem mais de 30 anos e nasceu na comunidade de Rio do Fogo. Muitos não concluíram o ensino fundamental I e são analfabetos funcionais (58,5%). Reconheceram dois grandes riscos nessa atividade: aqueles associados ao mergulho e os relacionados ao descumprimento das regras formais ou informais da captura da lagosta. Quanto aos riscos associados ao mergulho, o uso do compressor foi o mais citado pelos pescadores (48%), seguido por dormência nos membros, dores nas articulações ou sangramentos (leves) e sintomas da doença por descompressão (DCS). O não cumprimento as normas estabelecidas originam conflitos entre pescadores e órgãos fiscalizadores. Quanto ao conhecimento dos pescadores sobre a bioecologia da lagosta foi verificado que independe da idade e do tempo de experiência, já que não houve diferença significativa entre os que mergulham há mais tempo e que têm mais idade (kendall’s tau, p > 0,05). Também um grau alto de similaridade do conhecimento dos pescadores mergulhadores com a literatura científica a respeito da alimentação, estrutura trófica e habitat da lagosta foi verificado. Com base neste estudo, três relevantes aspectos devem ser considerados: a necessidade de um monitoramento desta pesca, os impactos causados pela pesca por mergulho na comunidades recifal e a importância de ser considerado o conhecimento do pescador a respeito da bioecologia da lagosta nos planos de gestão desta pesca. |
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Apesar das medidas de manejo adotadas, trata-se de um recurso marinho bastante explorado. No Brasil, um conjunto de fatores concorre para essa exploração. As dificuldades se refletem na rotatividade das normas para a pesca da lagosta ao longo de 44 anos (de 1967 a 2010) e no não acompanhamento dos desembarques da pesca desde o ano de 2010. Soma-se a esse cenário a pesca realizada com apetrechos não legais, como a rede e o mergulho, livre ou com compressor e “marambaias”. Embora o uso do mergulho, em especial com o emprego do compressor, tenha tornado a pesca da lagosta uma atividade de maior precisão nas capturas, também passou a apresentar maior risco à saúde e à vida dos pescadores. Recifes costeiros são encontrados na plataforma continental do Rio Grande do Norte, litoral Nordeste oriental do Brasil, local da pesca de mergulho e de uma rica biodiversidade, destacando-se a população jovem das lagostas. Este trabalho foi realizado na perspectiva de uma abordagem integradora entre a pesca e o pescador mergulhador, com foco em três objetivos: fazer uma reconstrução histórica da pesca durante os anos de 2001-2010, descrever o perfil sociodemográfico, riscos e conflitos da atividade do mergulho e comparar seu conhecimento sobre a bioecologia da lagosta com o conhecimento científico. A análise da pesca foi baseada em planilhas do programa Estatpesca/IBAMA/RN. Foi utilizado um formulário formado por questões estruturadas e semiestruturadas, que coletou informações socioeconômicas dos pescadores (como idade, escolaridade, renda mensal, entre outras), suas estratégias da pesca (tais como, tipo de mergulho e apetrecho usado, procura ativa da lagosta, locais de pesca e profundidade atingida) e seu conhecimento sobre as normas de ordenamento e os riscos e conflitos. Também foram coletadas informações sobre o seu conhecimento a respeito da alimentação, estrutura trófica, reprodução e ciclo de vida da lagosta. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o software R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2012), adotando o nível de significância de 5% (ZAR, 2010). Cada tipo de análise foi computado separadamente para evitar conflitos computacionais e matemáticos. Foram ainda utilizados os seguintes pacotes estatísticos adicionais do software R: pacote “ca” (GRENACRE, 1993; NENADIC, GREENACRE, 2007), “stats” (Teste de Shapiro-Wilk, PCA, PCoA, correlação de Pearson, Teste de Mann-Whitney; R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2012) e “car” (Teste de Levene; FOX; WEISBERG, 2011). Com o modelo GLM, foi possível observar que a captura, em peso, era menor com o uso da rede, em relação ao compressor, mergulho e covo. O peso também foi significantemente maior para a embarcação grande, em relação à embarcação pequena. Analisando a escala temporal, por ano, a maior produção ocorreu em 2009 e 2010, e, quanto aos meses, independentemente do ano da amostra, o mês de agosto apresentou maior captura. Foram entrevistados 53 pescadores mergulhadores que se dedicam à pesca de lagosta. A maioria deles (89%) tem mais de 30 anos e nasceu na comunidade de Rio do Fogo. Muitos não concluíram o ensino fundamental I e são analfabetos funcionais (58,5%). Reconheceram dois grandes riscos nessa atividade: aqueles associados ao mergulho e os relacionados ao descumprimento das regras formais ou informais da captura da lagosta. Quanto aos riscos associados ao mergulho, o uso do compressor foi o mais citado pelos pescadores (48%), seguido por dormência nos membros, dores nas articulações ou sangramentos (leves) e sintomas da doença por descompressão (DCS). O não cumprimento as normas estabelecidas originam conflitos entre pescadores e órgãos fiscalizadores. Quanto ao conhecimento dos pescadores sobre a bioecologia da lagosta foi verificado que independe da idade e do tempo de experiência, já que não houve diferença significativa entre os que mergulham há mais tempo e que têm mais idade (kendall’s tau, p > 0,05). Também um grau alto de similaridade do conhecimento dos pescadores mergulhadores com a literatura científica a respeito da alimentação, estrutura trófica e habitat da lagosta foi verificado. Com base neste estudo, três relevantes aspectos devem ser considerados: a necessidade de um monitoramento desta pesca, os impactos causados pela pesca por mergulho na comunidades recifal e a importância de ser considerado o conhecimento do pescador a respeito da bioecologia da lagosta nos planos de gestão desta pesca.Spiny Lobsters, Caribbean lobster or Rock lobsters (Decapoda, Achelata, Palinuridae) are important resources and support one of the most profitable fisheries in the world. In Brazil, despite current management measures adopted, it is still a fully exploited marine resource and a number of factors contribute to this scenario. Difficulties are reflected in the rotation of standards for lobster fishing over 44 years (1967 to 2010 and non-monitoring of fisheries since 2010). Adding to this, fishing activity is carried out with non-legal paraphernalia such as nets and free diving, or compressors and "marambaias". The activity of diving in general with the aid compressors has made catches more accurate. But on the other hand, it presents greater risks to the fishers ‘life and health. Coastal reefs are found on the continental shelf of Rio Grande do Norte in Brazil's northeastern coast. It is a place for diving that has rich biodiversity, and presents a young lobster population. This work was carried out in a perspective of an integrative approach between the fisherman and the diver fisher with a focus on three objectives. To make a historical reconstruction of fishing during the years 2001-2010, to describe the sociodemographic profile, risks and conflicts of the activity and to compare his knowledge on the bioecology of the lobster with the scientific knowledge. The fishery analysis was based on spreadsheets enabled by the Estatpesca, a software program developed by the Brazilian Institute of Environment and Natural Resources (IBAMA) in Rio Grande do Norte. A structured and semi-structured questionnaire was applied in order to collect the subject´s socio-economic information (age, education, monthly income, etc.), their fishing strategies (such as type of dive and equipment use, active lobster fishing depth) and their knowledge of the rules on risks and conflict management. Other type of information was also collected related to their knowledge on food, trophic structure, reproduction and lobster life cycle. Statistical analysis was performed using the R (R Development Core Team 2012) software, considering 5% significance level (Zar 2010). Each type of analysis was computed separately to avoid computational and mathematical conflicts. The following statistical software packages were also used: "ca" package (Grenacre 1993, Nenadic & Greenacre 2007), stats (Shapiro-Wilk test, PCA, PCoA, Pearson correlation, Mann-Whitney test; R Development Core Team 2012) and 'car' (Levene Test; Fox & Weisberg 2011). With the GLM model, it was possible to observe that the capture, by weight was smaller with the use of the net, in relation to the compressor, dive and cages. Greater weight was also significantly larger for the large vessel in relation to small vessels. Analyzing the time scale, the highest production per year occurred in 2009 and 2010. As for the monthly fishery, independently of the year sampled, the month of August showed a larger catch. 53 lobster fisher-divers were interviewed. The great majority (89%) are over 30 years old and were born in the community of Rio do Fogo. Many fishers have not completed elementary school and are illiterate (58.5%). They recognized two major risks in this activity: those associated with diving and those due to noncompliance with the formal or informal rules of catching lobsters. The risks associated with diving with the use of the compressors were most cited (48%), some pointed out limb numbness, joint pain or mild bleeding as well as symptoms related to decompression sickness (DCS). The results indicate that fisher´s knowledge of the lobster bio-ecology does not depend on age or experience. There were no significant differences between those who dive longer and are older (Kendall's tau, p> 0.05). There was a high degree of similarity in knowledge on behalf of fishers and scientific literature regarding feeding, trophic structure and lobster habitation. Based on this study, three aspects should be considered: the need for a monitoring of this fishery, impacts caused by dive fishing on the reef communities, and the importance of considering the fisherman's knowledge about the bio-ecology of the lobster in the fishery management plans.porCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS: DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMAPanulirusPesca artesanalConhecimento dos pescadoresRiscos da pescaA pesca e o pescador de lagosta em setor do litoral oriental do Nordeste do BrasilThe fishery and fisherman of lobster in the east coast of the northeast of Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALRosangelaGondimDOliveira_TESE.pdfRosangelaGondimDOliveira_TESE.pdfapplication/pdf2570777https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23365/1/RosangelaGondimDOliveira_TESE.pdfe86405d8810d13800878009bf056607dMD51TEXTRosangelaGondimDOliveira_TESE.pdf.txtRosangelaGondimDOliveira_TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain290612https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23365/4/RosangelaGondimDOliveira_TESE.pdf.txt27dcaa8fa780dcc0a33ec8b0b1f8777cMD54THUMBNAILRosangelaGondimDOliveira_TESE.pdf.jpgRosangelaGondimDOliveira_TESE.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg4743https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23365/5/RosangelaGondimDOliveira_TESE.pdf.jpg47c05c59388d94707eb7fe05fc0469d1MD55123456789/233652017-11-04 19:01:02.632oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/23365Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-04T22:01:02Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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