A construção da memória do caso Marielle Franco pelo Jornal Nacional: uma análise semiótica

• Autor(a) principal: Ribeiro, Leandro Lima
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/38410
• topic: Comunicação; Linguística; Semiótica; Jornalismo; Direitos Humanos. Semiótica. Marielle Franco. Jornal Nacional.

Nos últimos anos, a sociedade brasileira lida, de forma intensa, com violações de Direitos Humanos, sobretudo quando nos deparamos com a chegada ao poder de políticos com forte caráter autoritário e para os quais a aniquilação de seus opositores é peça fundamental para a consolidação de uma sociedade forjada à sua própria imagem ou por aquilo em que se acredita “aceitável”. Acrescenta-se a isso o recrudescimento de discursos de ódio contra a diversidade e a pluralidade de pensamento nos eventos e nas práticas sociais da sociedade civil. Nesse contexto, insere-se o assassinato de Marielle Franco em 2018, vereadora eleita democraticamente da cidade do Rio de Janeiro. O crime, amplamente noticiado pelos meios de comunicação, constitui-se como símbolo da ruptura do Estado Democrático de Direito. Nosso objetivo, diante do exposto, é elucidar o modus operandi da reportagem jornalística que intensifica o querer saber as reais causas do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes e, com resultado, faz com que o crime adentre à memória de uma coletividade. Para isso, o presente estudo ancora-se no aporte teórico-metodológico da Semiótica de linha francesa ou greimasiana, em especial aos seus recentes desdobramentos no campo da tensividade. O corpus, por sua vez, é composto por 22 reportagens do Jornal Nacional, o principal telejornal da TV Globo, veiculadas durante 15 e 22 de março de 2018. No que diz respeito aos resultados, observamos um sequenciamento narrativo em torno de uma sanção pragmática embasada por um crer ser uma execução efetuada por agentes policiais que, ao longo do tempo, recrudesce e se confirma com o desenrolar da investigação. Além disso, foi possível constatar que outros desdobramentos discursivos, como as relações dialógicas, somam-se à cobertura e intensificam o querer saber as reais causas.