Estudo eletroencefalográfico dos ritmos observados nas áreas corticais sensoriomotoras durante as fases do ciclo menstrual

• Autor(a) principal: Lima, Luana Adalice Borges de Araujo
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44997
• topic: Ciências da Saúde; Ciclo Menstrual; Menstrual cycle; Imagética Motora Cinestésica; Kinesthetic motor imagery; Eletroencefalografia; Electroencephalography

A imagética motora (IM) tem sido aplicada para melhorar o desempenho em atividades esportivas e reabilitação de sequelas motoras decorrentes de doenças neurológicas, como acidente vascular cerebral e doença de Parkinson. Estudos sugerem que a flutuação dos hormônios sexuais femininos (HSF) ao longo do ciclo menstrual pode estar envolvida no desempenho das habilidades motoras e espaciais observadas em testes motores. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo investigar a influência dos HSF nos processos cognitivos sensoriomotores durante a prática da imagética motora cinestésica (IMC) em 30 mulheres saudáveis, com idade entre 18 e 30 anos, destras, em ciclo menstrual regular e que elas não faziam uso de anticoncepcionais hormonais. Durante a pesquisa, a IMC foi aplicada em 3 fases diferentes do ciclo menstrual (menstrual, folicular e luteal). A atividade cortical foi monitorada por meio de eletroencefalografia (EEG), e dados de dessincronização relacionada a eventos (ERD-– event-related dessyncronization) foram registrados para distribuição de normalidade para ritmos mu e beta, para os hemisférios esquerdo e direito (C3 e C4, respectivamente). Na análise, não foi possível encontrar diferença significativa entre as fases do ciclo para o mu-ERD (p = 0,08) ou entre os hemisférios cerebrais (p = 0,22). A fase folicular apresentou maior beta-ERD do que a fase menstrual (p = 0,013) e a fase luteal (p = 0,026). Nenhuma associação foi observada entre estradiol e progesterona e atividade de beta-ERD. Na análise complementar com dados da fase folicular tardia de 21 participantes, o beta-ERD foi maior no eletrodo C3 quando comparado ao eletrodo C4. Esses resultados nos permitem sugerir que as variações hormonais durante o ciclo menstrual influenciam a imagética motora, uma vez que houve uma facilitação nas áreas corticais sensoriomotoras envolvidas na geração do ritmo beta durante a fase folicular. Como a imagética motora é uma ferramenta utilizada para o tratamento e reabilitação de pacientes com deficiência motora, percebe-se a relevância de se considerar a intensificação dessa modalidade terapêutica na fase folicular, bem como para o treinamento de habilidades motoras em mulheres atletas.