Teatro ou educação do absurdo? análise da peça "A Lição"

• Autor(a) principal: Falcão, Rafael Duarte
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/42418
• topic: Teatro do absurdo; Educação; Formação ideológica; A lição; Eugène Ionesco; Theatre of the absurd; Education; Ideological formation; The lesson; Eugène Ionesco.

A obra A Lição, escrita pelo dramaturgo Eugène Ionesco (1909–1994), retrata a atmosfera de dominação sempre presente nas relações professor-aluno. Martin Esslin (1918–2002) inseriu essa peça no escopo do Teatro do Absurdo em 1961. O objetivo geral deste artigo é analisar a concepção de educação que norteia essa obra e a possibilidade de pensar uma Educação do Absurdo. Para a análise, partimos do entendimento metodológico definido por Sérgio Freire (2014), em conformidade com Michel Pêcheux (1938–1983), procedendo a uma Análise de Discurso simultânea e integrada aos discursos, que procuramos identificar e evidenciar, e à formação ideológica que dá sustentação à peça em questão. Percebemos que Ionesco, diante de suas preocupações com a exposição dos limites da linguagem, da razão e da ordem político-social, apresenta-nos indícios de suas reflexões sobre educação como um processo de transmissão de conhecimentos, sobre linguagem como meio de comunicação e instrumento de poder e sobre a comunicação da experiência de estados da existência. A nossa constatação conclusiva é que há plausibilidade, diante disso, de conceber uma Educação do Absurdo, pois o mundo é moldado a partir de nossa compreensão sobre ele. Sendo assim, tudo o que nele existe será dessa forma configurado. Portanto, se o mundo é absurdo, se a vida é absurda, por que não uma Educação do Absurdo?