Estrutura e composição de macroinvertebrados bentônicos ocorrentes ao longo dos rios Mucambo e Punaú em hidroperíodos diferentes no Rio Grande do Norte, Nordeste brasileiro

• Autor(a) principal: Cavalcanti, Víctor Henrique Silva
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44664
• topic: Chironomidae; Biodiversidade; Ecossistemas lóticos; Variáveis ambientais; Chironomidae; Biodiversity; Lotic ecossystems; Environmental variables

Ao longo dos anos as sociedades dependem dos recursos hídricos não só para satisfazer suas necessidades domésticas, industriais e agrícolas, mas também para proporcionar condições de saúde e bem-estar. A qualidade do habitat é um dos fatores mais importante para o melhor resultado na colonização e estabelecimento das comunidades biológicas em ambientes fluviais. Os invertebrados mostram várias adaptações para manter sua posição ante a correnteza, como presença de garras tarsais e formato achatado e a favor como leques encefálicos. O objetivo desse trabalho é avaliar a estrutura e a distribuição de macroinvertebrados bentônicos ocorrentes nos rios Mucambo e Punaú durante os hidroperíodos seco e chuvoso. As áreas de estudo estão situadas nos rios Mucambo e Punaú. As coletas ocorreram na nascente, trecho médio e na foz de cada um dos rios. As coletas foram realizadas com uma rede entomológica do tipo rapiché, com malha de 500 μm. O material coletado foi acondicionado em frascos plásticos de 500 ml e adicionado álcool a 70% para a conservação dos organismos. O material foi triado, identificado, contado, fotografado e acondicionado em eppendorffs com álcool. Foram feitas a determinação da composição da comunidade, caracterização da função trófica, riqueza taxonômica, índice de diversidade de Shannon–Wiener e diversidade de Simpson e o índice de Equitabilidade. Foram coletados 10.731 indivíduos, sendo 3.105 no rio Mucambo e 1.697 no rio Punaú no período seco. No período chuvoso foram 3.207 no rio Mucambo e 2.722 no rio Punaú. Os rios Mucambo e Punaú apresentaram uma grande diversidade quanto à composição da comunidade, sendo a família Thiaridae com maior número de indivíduos coletados, seguida pela família Chironomidae. O maior grupo trófico encontrado foi o coletor para ambos os rios. O rio Punaú apresentou uma riqueza taxonômica maior em relação ao rio Mucambo como também uma maior diversidade e equitabilidade. A família Thiaridae foi bastante representativa, em ambos os rios, sendo um organismo comum e abundante no ambiente aquático e tolerante as degradações no ecossistema. A composição e a distribuição podem ser influenciadas por diversos fatores, como vazão da água, tipo de substrato, velocidade da corrente, temperatura, competição entre as diferentes espécies e guildas e disponibilidade de alimentos, além das relações tróficas existentes as quais os organismos estão inseridos. A maior foi riqueza foi observada no hidroperíodo seco uma vez que com a maior estabilidade do ambiente, o baixo volume pluviométrico os organismos conseguem se locomover e encontrarem mais abrigos no ambiente mais facilmente. Os índices de diversidade e equitabilidade mostram uma alta diversidade e igualdade da comunidade no rio Punaú no hidroperíodo seco, já os menores valores no rio Mucambo indicam uma diversidade e equitabilidade mais baixa. A qualidade do habitat evidenciou uma elevada dominância da classe Insecta. Os grupos funcionais mais evidentes nos rios Mucambo e Punaú foram os predadores. A riqueza da comunidade foi maior nos hidroperíodo seco, já o período de cheia contribuiu com o decréscimo na riqueza da comunidade. Conclui-se que a sazonalidade influenciou na estrutura da comunidade dos macroinvertebrados bentônicos e, portanto, a diversidade.