A consubstancialidade das relações de sexo, raça e classe: o feminicídio como expressão da violência machista
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32650 |
Resumo: | O trabalho ora apresentado teve como objeto de estudo os casos de feminicídio no Estado do Rio Grande do Norte (RN) no ano de 2016. Nosso objetivo geral, para tanto, foi analisar a relação entre patriarcado, machismo, racismo e feminicídio como especificidade da violência machista, considerando a particularidade do RN, estado brasileiro, que segundo o Atlas da Violência (2018), é o que registra o maior crescimento de assassinato de mulheres em todo território nacional, com um percentual de 138,1% entre os anos de 2006 e 2016, enquanto o crescimento do país no mesmo período, foi de 15,3%. Tivemos como objetivos específicos: analisar o feminicídio como expressão do patriarcado no Estado do RN; analisar a formação sócio histórica brasileira e o Estado Democrático de Direito no Brasil, a partir do recrudescimento das legislações que versam sobre a violência machista; conhecer e analisar o perfil socioeconômico das mulheres potiguares vítimas de feminicídio; e, por fim, conhecer e analisar o perfil sócio econômico das mulheres potiguares vítimas de feminicídios, cuja motivação alegada pelo agressor para o crime foi o ciúme. Para a realização deste estudo, realizamos pesquisa bibliográfica e documental. Na pesquisa bibliográfica, partimos da teoria marxiana que orienta a produção do feminismo-materialista e que guiou as análises realizadas. Para a realização da pesquisa documental, utilizamos a base de dados do Observatório da Violência Letal Intencional no RN (OBVIO). Os dados do OBVIO registraram no ano de 2016 cento e nove assassinatos de mulheres e destes, vinte e seis foram registrados como feminicídio, equivalente a 23,85% do total. Os casos analisados apontam que, no que se refere às vítimas, em sua maioria são mulheres negras (66% dos casos), na faixa etária entre vinte cinco até os trinta e nove anos (57,69% casos) e com renda de até 2 salários mínimo. Os casos foram registrados em vários municípios do RN, sendo a média estadual de 1,61 feminicídio para cada cem mil mulheres. Os municípios no interior apresentam números até vinte vezes maiores, como é o caso de São João do Sabugi que possui uma média de 33,34 casos de feminicídio para cada cem mil mulheres, tendo sido, portanto, o município mais violento para uma mulher viver no RN, no ano de 2016. Conclui-se, portanto, que o patriarcado mata constantemente e em todos os lugares do RN e que as relações de sexo, classe e raça/etnia são consubstanciais e coextensivas. |
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Nosso objetivo geral, para tanto, foi analisar a relação entre patriarcado, machismo, racismo e feminicídio como especificidade da violência machista, considerando a particularidade do RN, estado brasileiro, que segundo o Atlas da Violência (2018), é o que registra o maior crescimento de assassinato de mulheres em todo território nacional, com um percentual de 138,1% entre os anos de 2006 e 2016, enquanto o crescimento do país no mesmo período, foi de 15,3%. Tivemos como objetivos específicos: analisar o feminicídio como expressão do patriarcado no Estado do RN; analisar a formação sócio histórica brasileira e o Estado Democrático de Direito no Brasil, a partir do recrudescimento das legislações que versam sobre a violência machista; conhecer e analisar o perfil socioeconômico das mulheres potiguares vítimas de feminicídio; e, por fim, conhecer e analisar o perfil sócio econômico das mulheres potiguares vítimas de feminicídios, cuja motivação alegada pelo agressor para o crime foi o ciúme. Para a realização deste estudo, realizamos pesquisa bibliográfica e documental. Na pesquisa bibliográfica, partimos da teoria marxiana que orienta a produção do feminismo-materialista e que guiou as análises realizadas. Para a realização da pesquisa documental, utilizamos a base de dados do Observatório da Violência Letal Intencional no RN (OBVIO). Os dados do OBVIO registraram no ano de 2016 cento e nove assassinatos de mulheres e destes, vinte e seis foram registrados como feminicídio, equivalente a 23,85% do total. Os casos analisados apontam que, no que se refere às vítimas, em sua maioria são mulheres negras (66% dos casos), na faixa etária entre vinte cinco até os trinta e nove anos (57,69% casos) e com renda de até 2 salários mínimo. Os casos foram registrados em vários municípios do RN, sendo a média estadual de 1,61 feminicídio para cada cem mil mulheres. Os municípios no interior apresentam números até vinte vezes maiores, como é o caso de São João do Sabugi que possui uma média de 33,34 casos de feminicídio para cada cem mil mulheres, tendo sido, portanto, o município mais violento para uma mulher viver no RN, no ano de 2016. Conclui-se, portanto, que o patriarcado mata constantemente e em todos os lugares do RN e que as relações de sexo, classe e raça/etnia são consubstanciais e coextensivas.The present paper had as its object of study the cases of femicide in the State of Rio Grande do Norte (RN) in 2016. Our general objective was to analyze the relationship between patriarchy, machismo, racism and femicide as a specificity of macho violence, considering the particularity of RN, which of according to the Atlas of Violence (2018), it is the Brazilian state, one that records the highest growth of the murder of women throughout the country, with a percentage of 138.1% between 2006 and 2016, while the country's growth in the same period was 15.3%. Our specific objectives were: to analyze femicide as an expression of patriarchy in the state of RN; analyze the brazilian socio-historical formation and the Democratic Estate of Law in Brazil, from the resurgence of the legislations that deal with the macho violence; know and analyze the socioeconomic profile of potiguar women victims of femicide; and, finally, to know and analyze the socioeconomic profile of women potiguar victims of femicide, whose motivation alleged by the aggressor to the crime was jealousy. For this study, we conducted bibliographic and documentary research. In bibliographical research, we start from the marxian theory that guides the production of materialist feminism and which guided the analyzes performed. For the documentary research, we used the database of the Observatory of Intentional Lethal Violence in the RN (OBVIO). The data of the OBVIO recorded in 2016 one hundred and nine murders of women and of these, twentysix were recorded as femicide, equivalent to 23.85% of the total. The analyzed cases indicate that, as far as the victims are concerned, most of them are black women (66% of cases), aged between twenty five to thirty-nine years (57.69% cases) and with income of up to 2 minimum wages. The cases were registered in several municipalities of RN, with the state average of 1.61 femicide for every one hundred thousand women. The municipalities in the interior show numbers up to twenty times higher, as is the case of São João do Sabugi which has an average of 33.34 cases of femicide for every one hundred thousand women, and was, therefore, the most violent municipality for a woman to live in the RN. It is concluded, therefore, that patriarchy kills constantly and everywhere in the RN and that the relations of sex, of class and of race / ethnicity are consubstantial and coextensive.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIALUFRNBrasilFeminicídioPatriarcadoMachismoRelações sociais de sexo, raça e classeConsubstancialidadeA consubstancialidade das relações de sexo, raça e classe: o feminicídio como expressão da violência machistaThe consubstantiality of relations of sex, of race and of class: the feminicide as an expression of macho violenceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALConsubstancialidaderelacoessexo_Silva_2019.pdfapplication/pdf1617193https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/32650/1/Consubstancialidaderelacoessexo_Silva_2019.pdf01a7d6540f58ad9948ec514e82050653MD51123456789/326502021-06-10 19:30:55.326oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/32650Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-06-10T22:30:55Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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