Feminismo e capitalismo: um rompimento necessário
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/43676 |
Resumo: | Os movimentos de mulheres que endossam uma economia liberal, historicamente, demonstraram ser insuficientes e problemáticos diante das demandas sociais e políticas dos mais variados grupos que compõem a sociedade, pois não compreendem o que há por trás das opressões. É possível visualizar essa insuficiência a partir da obra de Betty Friedan (uma das representantes do feminismo liberal nos Estados Unidos da década de 1960), que trata a questão da subordinação feminina como uma questão autônoma, desvinculada das outras opressões mantidas e acentuadas pelo modo de produção capitalista. Para compreender esse problema e superá-lo, será necessário explorar a teoria do valor de Karl Marx e, partindo de autoras como Silvia Federici, Angela Davis, Heleieth Saffioti e Ana Montenegro, entender como o modo de produção capitalista se utiliza de desigualdades já existentes em sociedades pré-capitalistas para solidificar marcas sociais que permitam uma maior exploração. Ou seja, é a partir da desumanização ou inferiorização de certos grupos que se torna aceitável e se legitima que eles sejam ainda mais explorados em relação aos outros grupos. É nesse sentido que surge a necessidade de analisar o que há por trás das opressões sofridas pelas mulheres, entendendo que o feminismo não pode ser compreendido como um movimento político autônomo que busca somente a igualdade de gênero a partir de mudanças morais na construção da autonomia feminina, como propõe Friedan. Para ela, a libertação da mulher se limita à busca pela própria identidade. Essa perspectiva moraliza uma questão que demanda uma análise materialista-histórica e uma ruptura dentro do modo de produção antes de se deter nos aspectos subjetivos. Isso não significa que esses aspectos não sejam relevantes, mas sim que eles são insuficientes para realizar uma análise completa e profunda sobre as questões feministas. |
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É possível visualizar essa insuficiência a partir da obra de Betty Friedan (uma das representantes do feminismo liberal nos Estados Unidos da década de 1960), que trata a questão da subordinação feminina como uma questão autônoma, desvinculada das outras opressões mantidas e acentuadas pelo modo de produção capitalista. Para compreender esse problema e superá-lo, será necessário explorar a teoria do valor de Karl Marx e, partindo de autoras como Silvia Federici, Angela Davis, Heleieth Saffioti e Ana Montenegro, entender como o modo de produção capitalista se utiliza de desigualdades já existentes em sociedades pré-capitalistas para solidificar marcas sociais que permitam uma maior exploração. Ou seja, é a partir da desumanização ou inferiorização de certos grupos que se torna aceitável e se legitima que eles sejam ainda mais explorados em relação aos outros grupos. É nesse sentido que surge a necessidade de analisar o que há por trás das opressões sofridas pelas mulheres, entendendo que o feminismo não pode ser compreendido como um movimento político autônomo que busca somente a igualdade de gênero a partir de mudanças morais na construção da autonomia feminina, como propõe Friedan. Para ela, a libertação da mulher se limita à busca pela própria identidade. Essa perspectiva moraliza uma questão que demanda uma análise materialista-histórica e uma ruptura dentro do modo de produção antes de se deter nos aspectos subjetivos. Isso não significa que esses aspectos não sejam relevantes, mas sim que eles são insuficientes para realizar uma análise completa e profunda sobre as questões feministas.The women's movements that endorse a liberal economy have historically proven to be insufficient and problematic in the face of the social and political demands of the most varied groups that make up society, because they do not understand what is behind the oppressions. It is possible to visualize this insufficiency from the work of Betty Friedan (one of the representatives of liberal feminism in the United States in the 1960s), who treats the issue of female subordination as an autonomous question, disconnected from the other oppressions maintained and accentuated by the capitalist mode of production. In order to understand this problem and overcome it, it will be necessary to explore Karl Marx's theory of value and, based on authors such as Silvia Federici, Angela Davis, Heleieth Saffioti and Ana Montenegro, understand how the capitalist mode of production uses inequalities already present in pre-capitalist societies to solidify social marks which allow greater exploitation. It is from the dehumanization or inferiorization of certain groups it becomes acceptable and legitimate they are even more exploited in relation to other groups. It is in this sense that the need to analyze what is behind the oppressions suffered by women arises, understanding feminism cannot be understood as an autonomous political movement which seeks only gender equality from moral changes in the construction of female autonomy, as Friedan proposes. For her, women's liberation is limited to their search for their own identity. This perspective moralizes an issue that demands a historical materialist analysis and a rupture within the mode of production before focusing on the subjective aspects. This does not mean that these aspects are not relevant, but rather they are insufficient to carry out a complete and deep analysis of feminist issues.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIAUFRNBrasilFeminismoCapitalismoMarxismoOpressãoFeminismo e capitalismo: um rompimento necessárioinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALFeminismocapitalismorompimento_Rodrigues_2021.pdfapplication/pdf1135545https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/43676/1/Feminismocapitalismorompimento_Rodrigues_2021.pdf78087c73f6890ad7defc771fde674863MD51123456789/436762022-05-02 12:40:37.908oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/43676Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-02T15:40:37Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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