Estudo etnofarmacológico sobre o uso de plantas medicinais por feirantes, Natal/RN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Júlia Medeiros
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Abrantes, Caio Henrique de Oliveira, Cardoso, Matheus Hugo da Silva, Lucena, Monyke Gomes da Costa, Santos, Marcelo dos
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45264
Resumo: INTRODUÇÃO: Desde os primórdios da humanidade, a estreita relação mantida entre o homem e a natureza proporcionou melhores condições de vida e aumentou as chances de sobrevivência da espécie humana. Tal interação é fortemente evidenciada pelo uso de plantas com propriedades medicinais, uma prática bastante antiga que, atualmente, ganha importância por representar alternativa para o tratamento de muitas doenças, especialmente para comunidades distantes dos centros de saúde e com recursos financeiros limitados. O uso terapêutico dessas plantas oferece algumas vantagens, como a ampla disponibilidade na natureza, os menores riscos de causarem efeitos colaterais e os baixos custos quando comparadas aos medicamentos alopáticos. Nesse contexto, é de grande relevância utilizar-se da abordagem etnofarmacológica, que combina estudos científicos aos conhecimentos adquiridos junto às comunidades, e figura entre os caminhos que mais evoluiu nos últimos anos para a descoberta de produtos naturais bioativos. OBJETIVOS: Identificar as principais plantas medicinais utilizadas por feirantes da Ceasa, importante feira localizada no município de Natal – Rio Grande do Norte. Concomitantemente, buscou-se detectar o conhecimento popular a respeito das finalidades terapêuticas dessas plantas, bem como suas formas e frequência de uso, modo de preparo e partes mais usadas. METODOLOGIA: Os dados foram obtidos através da aplicação de questionários estruturados em versão digitalizada, acessados através do aplicativo Magpi®, da empresa DataDyne Group. O instrumento foi aplicado nos feirantes da Ceasa, Natal/RN, após concordância prévia com o TCLE e direcionou a coleta de dados socioeconômicos dos participantes, além de informações referentes às plantas medicinais usadas, tais como: a finalidade do uso; frequência (todo dia, raramente, apenas quando necessário); a parte utilizada da planta (folhas, casca, raízes, sementes, frutos, flor, seiva e/ou toda a planta); a forma de preparo (infusão, decocção, maceração, uso sob a forma de lambedor, batido no liquidificador ou mascando a planta); local de obtenção (mercado, farmácia, na natureza, quintal de casa ou de conhecidos) e a forma de uso (oral, inalado, tópico, aplicado no ambiente). Posteriormente, os dados foram tabulados e analisados descritivamente no software Excel. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram entrevistados 24 feirantes, 17 (70,8%) homens e 7 (29,2%) mulheres, com idade média de 42,1 anos (desvio padrão=15,7), variando de 17 a 71 anos. Grande parte dos feirantes reside no estado do RN (91,7%), sendo 16 (66,7%) da área urbana de Natal. Com relação ao grau de escolaridade, observaram-se dois picos, o ensino fundamental incompleto (41,7%) e o ensino médio completo (33,3%). Quase metade dos entrevistados (45,8%) é autônomo, com renda média de 1 a 3 salários mínimos para a maioria dos participantes (70,8%). A lista de plantas medicinais permitiu identificar 30 diferentes espécies, citadas 49 vezes, destacando-se o boldo (14,3%), babosa (8,2%), capim-santo (8,2%) e a camomila (6,1%). O fácil acesso e consenso quanto ao uso terapêutico dessas plantas, desde gerações passadas, podem explicar o seu destaque. O uso oral (86,5%) e a preparação por infusão (48,1%) foram mais presentes, sendo a folha a parte mais utilizada (53,3%). Resultados semelhantes aparecem na literatura, tendo a infusão como técnica mais empregada para preparação de chás de folhas, flores e frutos. Os usos terapêuticos mais citados foram para fins cicatrizantes (12,2%), distúrbios gastrointestinais (32,6%), inflamatórios (16,3%) e gripe (12,2%), corroborando com dados da literatura. O tratamento inadequado da água justifica, em parte, o vasto uso de plantas para problemas gastrointestinais, assim como a ampla utilização para gripes e inflamações é explicada pela alta incidência dessas condições. CONCLUSÕES: O estudo permitiu traçar o perfil sociodemográfico dos feirantes entrevistados no município de Natal/RN, assim como identificar as plantas medicinais mais utilizadas por eles. Com base nos achados, é possível concluir que as folhas do boldo, da babosa, do capim-santo e da camomila são as mais utilizadas com a finalidade medicinal, preferencialmente para tratar desordens gastrointestinais, respiratórios e inflamatórios. É importante destacar que os dados refletem a realidade local dos participantes da pesquisa, visto que cada cultura constrói uma imagem própria de sua natureza e percebe de maneira distinta suas riquezas e potencialidades, adotando estratégias particulares de consumo dos recursos naturais. Assim, o manuseio específico dessas plantas reflete a identidade dos feirantes do estudo, bem como as suas relações com o meio ambiente que os cerca.
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O uso terapêutico dessas plantas oferece algumas vantagens, como a ampla disponibilidade na natureza, os menores riscos de causarem efeitos colaterais e os baixos custos quando comparadas aos medicamentos alopáticos. Nesse contexto, é de grande relevância utilizar-se da abordagem etnofarmacológica, que combina estudos científicos aos conhecimentos adquiridos junto às comunidades, e figura entre os caminhos que mais evoluiu nos últimos anos para a descoberta de produtos naturais bioativos. OBJETIVOS: Identificar as principais plantas medicinais utilizadas por feirantes da Ceasa, importante feira localizada no município de Natal – Rio Grande do Norte. Concomitantemente, buscou-se detectar o conhecimento popular a respeito das finalidades terapêuticas dessas plantas, bem como suas formas e frequência de uso, modo de preparo e partes mais usadas. METODOLOGIA: Os dados foram obtidos através da aplicação de questionários estruturados em versão digitalizada, acessados através do aplicativo Magpi®, da empresa DataDyne Group. O instrumento foi aplicado nos feirantes da Ceasa, Natal/RN, após concordância prévia com o TCLE e direcionou a coleta de dados socioeconômicos dos participantes, além de informações referentes às plantas medicinais usadas, tais como: a finalidade do uso; frequência (todo dia, raramente, apenas quando necessário); a parte utilizada da planta (folhas, casca, raízes, sementes, frutos, flor, seiva e/ou toda a planta); a forma de preparo (infusão, decocção, maceração, uso sob a forma de lambedor, batido no liquidificador ou mascando a planta); local de obtenção (mercado, farmácia, na natureza, quintal de casa ou de conhecidos) e a forma de uso (oral, inalado, tópico, aplicado no ambiente). Posteriormente, os dados foram tabulados e analisados descritivamente no software Excel. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram entrevistados 24 feirantes, 17 (70,8%) homens e 7 (29,2%) mulheres, com idade média de 42,1 anos (desvio padrão=15,7), variando de 17 a 71 anos. Grande parte dos feirantes reside no estado do RN (91,7%), sendo 16 (66,7%) da área urbana de Natal. Com relação ao grau de escolaridade, observaram-se dois picos, o ensino fundamental incompleto (41,7%) e o ensino médio completo (33,3%). Quase metade dos entrevistados (45,8%) é autônomo, com renda média de 1 a 3 salários mínimos para a maioria dos participantes (70,8%). A lista de plantas medicinais permitiu identificar 30 diferentes espécies, citadas 49 vezes, destacando-se o boldo (14,3%), babosa (8,2%), capim-santo (8,2%) e a camomila (6,1%). O fácil acesso e consenso quanto ao uso terapêutico dessas plantas, desde gerações passadas, podem explicar o seu destaque. O uso oral (86,5%) e a preparação por infusão (48,1%) foram mais presentes, sendo a folha a parte mais utilizada (53,3%). Resultados semelhantes aparecem na literatura, tendo a infusão como técnica mais empregada para preparação de chás de folhas, flores e frutos. Os usos terapêuticos mais citados foram para fins cicatrizantes (12,2%), distúrbios gastrointestinais (32,6%), inflamatórios (16,3%) e gripe (12,2%), corroborando com dados da literatura. O tratamento inadequado da água justifica, em parte, o vasto uso de plantas para problemas gastrointestinais, assim como a ampla utilização para gripes e inflamações é explicada pela alta incidência dessas condições. CONCLUSÕES: O estudo permitiu traçar o perfil sociodemográfico dos feirantes entrevistados no município de Natal/RN, assim como identificar as plantas medicinais mais utilizadas por eles. Com base nos achados, é possível concluir que as folhas do boldo, da babosa, do capim-santo e da camomila são as mais utilizadas com a finalidade medicinal, preferencialmente para tratar desordens gastrointestinais, respiratórios e inflamatórios. 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