Avaliação de métodos de diagnóstico de vulvovaginites infecciosas em amostras cérvicos-vaginais coletadas no município de São Pedro/RN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Valdiery Silva de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32820
Resumo: A microbiota vaginal, diferentemente da microbiota da maioria dos outros locais do corpo, é muito dinâmica e se caracteriza por sofrer perturbações ocasionais que podem ser influenciadas pela idade, relações sexuais, higiene pessoal, menstruação e níveis hormonais. Estima-se que as infecções vaginais, isoladamente, representam acima de 10% das visitas de pacientes ao provedor de cuidados de saúde das mulheres. Com destaque para as causas mais comuns de vulvovaginite infecciosa são candidíase vulvovaginal, vaginose bacteriana (VB) e tricomoníase. O diagnóstico presuntivo de infecções do trato genital inferior leva invariavelmente a um número significativo de mulheres sendo diagnosticadas erroneamente ou que terminam sem diagnóstico adequado. Esta imprecisão é também causa de um número significativo de mulheres que são tratadas e rotuladas com infecção presumida que, de fato, não estão infectadas com os patógenos suspeitos. Nessa perspectiva, o objetivo principal deste trabalho é identificar o método mais adequado para o diagnóstico das principais vulvovaginites infeciosas dentre três técnicas distintas: coloração de GRAM, método a fresco e o teste de Papanicolaou. Para isso, foi realizado um estudo transversal descritivo com as amostras cervico-vaginais de 215 mulheres adultas do município de São Pedro/RN. Os resultados obtidos a partir do exame do fluxo vaginal pelos métodos de microscopia direta (método a fresco e coloração de GRAM) evidenciaram prevalência de Candida spp. em 24,7% das pacientes, 20% para VB e 1,9% para T. vaginalis. Entre essas mulheres, 32,1% não apresentavam qualquer queixa clínica enquanto 5,1%, todas elas. O ardor (27,4%), prurido (37,2%) e corrimento (32,6%) possuem maior prevalência quando avaliadas isoladamente, do que em associação entre elas. Comparando o exame Papanicolaou com o padrão ouro (microscopia direta), os valores de sensibilidades/especificidade de 58,5%/95,1%, 69,8%/97,7% e 75%/99,1% foram obtidos para Candida spp., vaginose bacteriana e T. vaginalis respectivamente. Evidencia-se, pois, o GRAM como método elegível no diagnóstico de vulvovaginites. No entanto, o exame de Papanicolaou não deve ser descartado devido a elevada especificidade; consequentemente, o resultado quando positivo é útil. Os achados desse trabalho poderão embasar políticas públicas estratégicas no âmbito da saúde da mulher, especificamente diagnóstico precoce eficaz das vulvovaginites.
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Estima-se que as infecções vaginais, isoladamente, representam acima de 10% das visitas de pacientes ao provedor de cuidados de saúde das mulheres. Com destaque para as causas mais comuns de vulvovaginite infecciosa são candidíase vulvovaginal, vaginose bacteriana (VB) e tricomoníase. O diagnóstico presuntivo de infecções do trato genital inferior leva invariavelmente a um número significativo de mulheres sendo diagnosticadas erroneamente ou que terminam sem diagnóstico adequado. Esta imprecisão é também causa de um número significativo de mulheres que são tratadas e rotuladas com infecção presumida que, de fato, não estão infectadas com os patógenos suspeitos. Nessa perspectiva, o objetivo principal deste trabalho é identificar o método mais adequado para o diagnóstico das principais vulvovaginites infeciosas dentre três técnicas distintas: coloração de GRAM, método a fresco e o teste de Papanicolaou. Para isso, foi realizado um estudo transversal descritivo com as amostras cervico-vaginais de 215 mulheres adultas do município de São Pedro/RN. Os resultados obtidos a partir do exame do fluxo vaginal pelos métodos de microscopia direta (método a fresco e coloração de GRAM) evidenciaram prevalência de Candida spp. em 24,7% das pacientes, 20% para VB e 1,9% para T. vaginalis. Entre essas mulheres, 32,1% não apresentavam qualquer queixa clínica enquanto 5,1%, todas elas. O ardor (27,4%), prurido (37,2%) e corrimento (32,6%) possuem maior prevalência quando avaliadas isoladamente, do que em associação entre elas. Comparando o exame Papanicolaou com o padrão ouro (microscopia direta), os valores de sensibilidades/especificidade de 58,5%/95,1%, 69,8%/97,7% e 75%/99,1% foram obtidos para Candida spp., vaginose bacteriana e T. vaginalis respectivamente. Evidencia-se, pois, o GRAM como método elegível no diagnóstico de vulvovaginites. No entanto, o exame de Papanicolaou não deve ser descartado devido a elevada especificidade; consequentemente, o resultado quando positivo é útil. Os achados desse trabalho poderão embasar políticas públicas estratégicas no âmbito da saúde da mulher, especificamente diagnóstico precoce eficaz das vulvovaginites.The vaginal microbiota, unlike the microbiota of most other parts of the body, is very dynamic and is characterized by occasional disturbances that can be influenced by age, sexual intercourse, personal hygiene, menses and hormone levels. It is estimated that vaginal infections alone account for over 10% of patient visits to the women's health care provider. Highlighting the most common causes of infectious vulvovaginitis are vulvovaginal candidiasis, bacterial vaginosis (BV) and trichomoniasis. The presumptive diagnosis of lower genital tract infections invariably leads to a significant number of women being misdiagnosed or ending up without an adequate diagnosis. This inaccuracy is also the cause of a significant number of women who are treated and labeled with a presumed infection who, in fact, are not infected with the suspected pathogens. In this perspective, the main objective of this work is to identify the most appropriate method for the diagnosis of the main infectious vulvovaginitis among three different techniques: GRAM staining, vaginal wet mount and the Papanicolaou test. For this, a cross-sectional descriptive study was carried out with the cervico-vaginal samples of 215 adult women from the city of São Pedro/RN. The results obtained from the examination of vaginal flow using direct microscopy methods (wet mount and GRAM staining) showed a prevalence of Candida spp. in 24.7% of the patients, 20% for BV and 1.9% for T. vaginalis. Among these women, 32.1% had no clinical complaints, while 5.1%, all of them. Burning (27.4%), itching (37.2%) and discharge (32.6%) have a higher prevalence when evaluated alone, than in association between them. Comparing the Pap test with the gold standard (direct microscopy), the sensitivity/specificity values of 58.5% / 95.1%, 69.8% / 97.7% and 75% / 99.1% were obtained for Candida spp., bacterial vaginosis and T. vaginalis respectively. Therefore, GRAM staining is evidenced as an eligible method in the diagnosis of vulvovaginitis. However, the Pap smear should not be ruled out due to its high specificity; consequently, the result when positive is useful. The findings of this work may support strategic public policies in the field of women's health, specifically early effective diagnosis of vulvovaginitis.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICASUFRNBrasilVulvovaginitesColoração de GramMétodo a frescoPapanicolauFluxo vaginalAvaliação de métodos de diagnóstico de vulvovaginites infecciosas em amostras cérvicos-vaginais coletadas no município de São Pedro/RNinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALAvaliacaometodosdiagnostico_Araujo_2020.pdfapplication/pdf2820478https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/32820/1/Avaliacaometodosdiagnostico_Araujo_2020.pdfc8efeee8c45cae572e79f438db9dcb2aMD51123456789/328202021-07-05 20:10:58.477oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/32820Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-07-05T23:10:58Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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