Nietzsche e a celebração da mentira poética
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/48548 |
Resumo: | Segundo Nietzsche, a linguagem não é capaz de revelar a verdade; tudo o que ela produz são metáforas, transposições, criações antropomórficas. Para ele, o homem “conhece ao inventar e inventa ao conhecer”. Criar e relacionar metáforas faz dele o único ser capaz de inventar, produzir imagens e transformá-las em signos linguísticos. Para Nietzsche, não existe adequação entre as palavras e as coisas, já que a origem da linguagem é ilógica e arbitrária, e o que se denomina como verdade é resultado de convenções humanas que foram, ao longo do tempo, poética e retoricamente enfatizadas; então, o que existem são mentiras, arbitrariedades ou, simplesmente, invenções que por inconsciência e esquecimento do animal humano não são reconhecidas como tais. O objetivo central desta tese é compreender qual é a interpretação de Nietzsche sobre a noção de mentira e também a diferença por ele estabelecida entre dois tipos de mentira: as que degeneram a vida e as que a intensificam. As mentiras negativas, contrárias à vida, estão ligadas ao sacerdote religioso e aos filósofos dogmáticos, que não se reconhecem como inventores. Nietzsche denomina as mentiras que estão a serviço da vida como mentiras poéticas ou mentiras artísticas; estas são produzidas por aqueles que se reconhecem como criadores, sabem que todo conhecimento é uma invenção humana; eles são artistas que inventam mentiras poéticas para embelezar a vida. Como veremos, as mentiras, dependendo de quem as inventa, podem levar a vida à degeneração ou à sua integral afirmação. |
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