Soroprevalência e fatores de risco associados à infecção por Toxoplasma gondii no município de Tangará-RN

• Autor(a) principal: Mendonça, Eliene Guilherme
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51883
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; soroprevalência; Toxoplasma gondii; saúde pública; seroprevalence; Toxoplasma gondii; Public health

A toxoplasmose é uma das infecções parasitárias mais comuns em todo o mundo e as estimativas de soroprevalência para populações humanas apresentam grandes variações até mesmo dentro de uma mesma região. Estudos relacionados à toxoplasmose nos estados do Nordeste são poucos e nenhum trabalho neste sentido foi encontrado na literatura no que diz respeito ao município de Tangará – RN. Neste trabalho foi analisada a prevalência da infecção por T. gondii e identificadas as infecções recentes e crônicas na amostra populacional. Também foram analisados os fatores de risco relacionados à infecção pelo protozoário. Para isso, os participantes no município de Tangará, foram abordados em suas residências e o processo para amostragem ocorreu de forma proporcional, levando em consideração o número de famílias por área. Tal informação foi obtida por meio dos agentes comunitários de saúde e todas as etapas deste estudo foram aprovadas pelo comitê de ética em pesquisa (CAAE 38688720.00000.5568). O ensaio imunoenzimático (ELISA) utilizado para detectar IgG mostrou que 70,7% dos 362 participantes apresentava anticorpos anti-T. gondii. A classificação da infecção por T. gondii em recente e crônica nos voluntários com sorologia IgG+ baseou-se na avidez do anticorpo IgG. A análise estatística mostrou que 1,15% dos voluntários apresentaram infecção recente, ou seja, apresentaram uma avidez inferior a 50%. A maioria dos voluntários (83,21%) apresentou avidez superior a 81%, indicando que um número significativo de participantes se encontra no estado crônico da doença. As mulheres soronegativas (29,8%) diagnosticadas neste estudo se encontravam, em sua maioria, em idade reprodutiva, o que tem grande importância para a saúde pública devido à toxoplasmose congênita. Os fatores de risco associados à infecção foram identificados através da aplicação de questionário. As características socioeconômicas dos voluntários como idade (p=0,046) e grau de escolaridade (P=0,014) mostraram associação estatística com a infecção por T. gondii. Os aspectos comportamentais como ingestão de água proveniente de caminhão pipa (p=0,045) e ingestão de carne mal passada de boi (p=0,003) também mostraram associação com a infecção. Para aqueles voluntários que possuíam gatos que tinham acesso à rua também foi observada uma associação com infecção pelo protozoário (p=0,020). O reconhecimento da origem da infecção e o diagnóstico da doença sistêmica pós-natal são essenciais para o entendimento dos mecanismos básicos da infecção, principalmente para a proteção dos pacientes de risco, para o planejamento de programas de prevenção e para orientação quanto às consequências terapêuticas.