O que há por trás das diferenças individuais? Perfis comportamentais e fisiológicos em Betta splendens
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23842 |
Resumo: | De acordo com as mudanças ambientais, os indivíduos apresentam diferentes estratégias para lidar com os variados estímulos externos. Os diferentes comportamentos compreendem os diferentes fenótipos que compõem uma população. Essas diferenças podem ser explicadas por alterações endógenas, como a secreção hormonal. Por exemplo, os hormônios modulam comportamentos reprodutivos e processos cognitivos. Com o objetivo de caracterizar as diferenças individuais em uma população, o presente estudo teve como objetivo testar a relação entre os perfis comportamental e hormonal em um grupo de machos lutando peixes, Betta splendens. Um grupo de 86 machos foi observado para construção de ninho de bolha, exposições agonísticas em competições coespecíficas e desempenho em um protocolo de aprendizagem espacial. Depois disso, mediram-se os níveis plasmáticos de cortisol e testosterona. Um procedimento estatístico inovador e elegante foi aplicado ao conjunto de dados para separar animais em grupos relacionados ao seu comportamento de construção de ninhos (teste de médias de k) e depois mostrar quais os parâmetros comportamentais e fisiológicos que melhor explicam os perfis dos grupos (Random Forest and Classification Tree). Nossos resultados apontam para três perfis distintos: construtores de ninhos (ninhos de 30,74 ± 9,84 cm²), intermediários (ninhos de 13,57 ± 4,23 cm²) e não-construtores (ninhos de 2,17 ± 2,25 cm²). Estes grupos apresentaram diferenças nos comportamentos agonístico e de aprendizagem, bem como nos níveis hormonais. O cortisol foi o principal preditor apontado pelo teste Random Forest para a separação de indivíduos nos diferentes grupos: construtores de ninhos e intermediários apresentaram níveis mais baixos de cortisol, enquanto os não-construtores apresentaram os maiores valores de cortisol basal. O segundo mais importante preditor foi o desempenho de aprendizagem, que separou os animais intermediários dos construtores de ninhos (aqueles que aprenderam mais rápido), seguidos pelos níveis basais de testosterona e comportamentos agonísticos. Enquanto os níveis de testosterona não foram significativos para explicar as diferenças comportamentais, parece estar relacionado com o perfil de construção. Nosso achado mostra que diferentes perfis investem de forma diferente na reprodução e que o cortisol influencia negativamente o comportamento e a aprendizagem do nidificação. Em resumo, nossos dados sugerem que diferentes perfis em uma população são determinados por respostas hormonais e comportamentais, e essas diferenças conferem flexibilidade à população, permitindo a presença de animais que investem mais na reprodução enquanto outros mostram defesa e agressão como a dominante característica expressa. |
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Andrade, Priscilla Valessa de Castrohttp://lattes.cnpq.br/6281154411506530http://lattes.cnpq.br/7859231596449028Silva, Priscila Fernandeshttp://lattes.cnpq.br/7340942504610047Coelho, Nicole Leite Galvãohttp://lattes.cnpq.br/9256395169042054Freitas, Renato Hajenius Aché dehttp://lattes.cnpq.br/2728329926466893Luchiari, Ana Carolina2017-09-12T19:30:23Z2017-09-12T19:30:23Z2017-04-28ANDRADE, Priscilla Valessa de Castro. O que há por trás das diferenças individuais? Testes comportamentais e fisiológicos em Betta splendens. 2017. 63f. Dissertação (Mestrado em Psicobiologia) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23842De acordo com as mudanças ambientais, os indivíduos apresentam diferentes estratégias para lidar com os variados estímulos externos. Os diferentes comportamentos compreendem os diferentes fenótipos que compõem uma população. Essas diferenças podem ser explicadas por alterações endógenas, como a secreção hormonal. Por exemplo, os hormônios modulam comportamentos reprodutivos e processos cognitivos. Com o objetivo de caracterizar as diferenças individuais em uma população, o presente estudo teve como objetivo testar a relação entre os perfis comportamental e hormonal em um grupo de machos lutando peixes, Betta splendens. Um grupo de 86 machos foi observado para construção de ninho de bolha, exposições agonísticas em competições coespecíficas e desempenho em um protocolo de aprendizagem espacial. Depois disso, mediram-se os níveis plasmáticos de cortisol e testosterona. Um procedimento estatístico inovador e elegante foi aplicado ao conjunto de dados para separar animais em grupos relacionados ao seu comportamento de construção de ninhos (teste de médias de k) e depois mostrar quais os parâmetros comportamentais e fisiológicos que melhor explicam os perfis dos grupos (Random Forest and Classification Tree). Nossos resultados apontam para três perfis distintos: construtores de ninhos (ninhos de 30,74 ± 9,84 cm²), intermediários (ninhos de 13,57 ± 4,23 cm²) e não-construtores (ninhos de 2,17 ± 2,25 cm²). Estes grupos apresentaram diferenças nos comportamentos agonístico e de aprendizagem, bem como nos níveis hormonais. O cortisol foi o principal preditor apontado pelo teste Random Forest para a separação de indivíduos nos diferentes grupos: construtores de ninhos e intermediários apresentaram níveis mais baixos de cortisol, enquanto os não-construtores apresentaram os maiores valores de cortisol basal. O segundo mais importante preditor foi o desempenho de aprendizagem, que separou os animais intermediários dos construtores de ninhos (aqueles que aprenderam mais rápido), seguidos pelos níveis basais de testosterona e comportamentos agonísticos. Enquanto os níveis de testosterona não foram significativos para explicar as diferenças comportamentais, parece estar relacionado com o perfil de construção. Nosso achado mostra que diferentes perfis investem de forma diferente na reprodução e que o cortisol influencia negativamente o comportamento e a aprendizagem do nidificação. Em resumo, nossos dados sugerem que diferentes perfis em uma população são determinados por respostas hormonais e comportamentais, e essas diferenças conferem flexibilidade à população, permitindo a presença de animais que investem mais na reprodução enquanto outros mostram defesa e agressão como a dominante característica expressa.According to environmental changes, the individuals show different strategies to coping with the varied external stimuli. The different responders comprise the different phenotypes that compose a population. These differences can be explained by endogenous changes, such as hormonal secretion. For instance, hormones modulate reproductive behaviors and cognitive processes. In order to characterize individual differences in a population, the present study aimed to testing the relationship between behavioral and hormonal profiles in a group of males Fighting fish, Betta splendens. A group of 86 males were observed for bubble nest construction, agonistic displays in conspecific contests and performance in a spatial learning protocol. After that, cortisol and testosterone plasma levels were measured. An innovative and stylish statistical procedure was applied to the data set in order to separate animal in groups related to its nest building behavior (k-means test) and then shown which behavioral and physiological parameters better explain the groups’ profiles (Random forest and Classification tree). Our results point to three distinct profiles: nest builders (nests of 30.74 ± 9.84 cm²), intermediates (nests of 13.57 ± 4.23 cm²) and non-builders (nests of 2.17 ± 2.25 cm²). These groups presented marked different in agonistic and learning behavior, as well as hormone levels. Cortisol was the main predictor prepared by the Random Forest test for the separation of individuals in the different groups: nest builders and intermediates showed lower levels of cortisol while non-builders presented the highest basal cortisol values. The second most important predictor was learning performance, that separated animals from the intermediate from the nest builders (faster learners), followed by basal testosterone levels and agonistic behavior displays. While the testosterone levels were not significant to explain behavioral differences, it seems to be related to the construction profile. Our finding shows that different profiles invest differently in reproduction and that cortisol negatively influences nesting behavior and learning. In summary, our data suggest that different profiles in a population are determined by both hormonal and behavioral responses, and these differences confer flexibility to the population, allowing the presence of animals that invest the most in reproduction while other show defense and aggression as the dominant feature expressed.porCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS: PSICOBIOLOGIAPerfil comportamentalCortisolTestosteronaPeixe de brigaAprendizagemRandom forestClassification treeO que há por trás das diferenças individuais? Perfis comportamentais e fisiológicos em Betta splendensinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALPriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdfPriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdfapplication/pdf1845688https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23842/1/PriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdf2597dae0847719bb592893b9c4b9c30aMD51TEXTPriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdf.txtPriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain107579https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23842/4/PriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdf.txt64d9a1d6691f2b3e161affa48e8d3081MD54THUMBNAILPriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdf.jpgPriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3298https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23842/5/PriscillaValessaDeCastroAndrade_DISSERT.pdf.jpg70bd5a8323d8d9c3ce5bc5057c05234fMD55123456789/238422017-11-05 00:51:15.049oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/23842Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-05T03:51:15Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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De acordo com as mudanças ambientais, os indivíduos apresentam diferentes estratégias para lidar com os variados estímulos externos. Os diferentes comportamentos compreendem os diferentes fenótipos que compõem uma população. Essas diferenças podem ser explicadas por alterações endógenas, como a secreção hormonal. Por exemplo, os hormônios modulam comportamentos reprodutivos e processos cognitivos. Com o objetivo de caracterizar as diferenças individuais em uma população, o presente estudo teve como objetivo testar a relação entre os perfis comportamental e hormonal em um grupo de machos lutando peixes, Betta splendens. Um grupo de 86 machos foi observado para construção de ninho de bolha, exposições agonísticas em competições coespecíficas e desempenho em um protocolo de aprendizagem espacial. Depois disso, mediram-se os níveis plasmáticos de cortisol e testosterona. Um procedimento estatístico inovador e elegante foi aplicado ao conjunto de dados para separar animais em grupos relacionados ao seu comportamento de construção de ninhos (teste de médias de k) e depois mostrar quais os parâmetros comportamentais e fisiológicos que melhor explicam os perfis dos grupos (Random Forest and Classification Tree). Nossos resultados apontam para três perfis distintos: construtores de ninhos (ninhos de 30,74 ± 9,84 cm²), intermediários (ninhos de 13,57 ± 4,23 cm²) e não-construtores (ninhos de 2,17 ± 2,25 cm²). Estes grupos apresentaram diferenças nos comportamentos agonístico e de aprendizagem, bem como nos níveis hormonais. O cortisol foi o principal preditor apontado pelo teste Random Forest para a separação de indivíduos nos diferentes grupos: construtores de ninhos e intermediários apresentaram níveis mais baixos de cortisol, enquanto os não-construtores apresentaram os maiores valores de cortisol basal. O segundo mais importante preditor foi o desempenho de aprendizagem, que separou os animais intermediários dos construtores de ninhos (aqueles que aprenderam mais rápido), seguidos pelos níveis basais de testosterona e comportamentos agonísticos. Enquanto os níveis de testosterona não foram significativos para explicar as diferenças comportamentais, parece estar relacionado com o perfil de construção. Nosso achado mostra que diferentes perfis investem de forma diferente na reprodução e que o cortisol influencia negativamente o comportamento e a aprendizagem do nidificação. Em resumo, nossos dados sugerem que diferentes perfis em uma população são determinados por respostas hormonais e comportamentais, e essas diferenças conferem flexibilidade à população, permitindo a presença de animais que investem mais na reprodução enquanto outros mostram defesa e agressão como a dominante característica expressa. |
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