Fim de ciclo do governo pós-neoliberal no Brasil: o PT, o Estado e o golpe institucional
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29437 |
Resumo: | A América Latina vive um “fim de ciclo” dos governos chamados “progressistas” ou “pósneoliberais”. Esse conjunto heterogêneo de forças políticas chegou aos postos de governo fruto do desgaste dos partidos neoliberais nos anos 1990 e da crise econômica latinoamericana de início dos anos 2000. Forças políticas que se autodenominavam “nacional e populares” como o kirchnerismo na Argentina, o chavismo na Venezuela, o evomoralismo na Bolívia e o petismo no Brasil assumiram a presidência destes países com um programa de redistribuição de renda e inclusão social, com o objetivo de assimilar os movimentos de resistência à ofensiva neoliberal no seio de um programa de colaboração com o setor do empresariado nacional. O objetivo dessa pesquisa foi encontrar algumas das razões que explicam a reversão do quadro pós-neoliberal no Brasil, que resultou, ainda que num processo impregnado de contradições, no reposicionamento das forças políticas pertencentes ao espectro da direita neoliberal, após o golpe institucional de 2016, e a chegada de um governo de extrema direita em 2018, com o auxílio de operações autoritárias do poder judiciário e a tutela das Forças Armadas. Como método, fizemos um percurso pela concepção de Estado do PT desde a década de 1980, passando pela política tida em relação às classes sociais enquanto esteve no governo federal, em diálogo com alguns dos autores que também se dedicaram a estudar a práxis petista, até o golpe institucional que removeu Dilma Rousseff da presidência em 2016. Concluímos nessa pesquisa que alguns dos fundamentos explicativos do problema do golpe institucional e sua continuidade estão na própria política adotada pelo PT. O estudo sobre a questão do Estado à época de fundação do PT e em seus Encontros Nacionais na década de 1980, os pilares da política econômica nas administrações petistas – especialmente o crescimento da taxa de precarização e a terceirização do trabalho – e a política de ajustes dos últimos anos do governo Dilma Rousseff contribuíram ao fortalecimento das frações políticas que chegaram ao poder com o golpe institucional de 2016. |
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Forças políticas que se autodenominavam “nacional e populares” como o kirchnerismo na Argentina, o chavismo na Venezuela, o evomoralismo na Bolívia e o petismo no Brasil assumiram a presidência destes países com um programa de redistribuição de renda e inclusão social, com o objetivo de assimilar os movimentos de resistência à ofensiva neoliberal no seio de um programa de colaboração com o setor do empresariado nacional. O objetivo dessa pesquisa foi encontrar algumas das razões que explicam a reversão do quadro pós-neoliberal no Brasil, que resultou, ainda que num processo impregnado de contradições, no reposicionamento das forças políticas pertencentes ao espectro da direita neoliberal, após o golpe institucional de 2016, e a chegada de um governo de extrema direita em 2018, com o auxílio de operações autoritárias do poder judiciário e a tutela das Forças Armadas. Como método, fizemos um percurso pela concepção de Estado do PT desde a década de 1980, passando pela política tida em relação às classes sociais enquanto esteve no governo federal, em diálogo com alguns dos autores que também se dedicaram a estudar a práxis petista, até o golpe institucional que removeu Dilma Rousseff da presidência em 2016. Concluímos nessa pesquisa que alguns dos fundamentos explicativos do problema do golpe institucional e sua continuidade estão na própria política adotada pelo PT. O estudo sobre a questão do Estado à época de fundação do PT e em seus Encontros Nacionais na década de 1980, os pilares da política econômica nas administrações petistas – especialmente o crescimento da taxa de precarização e a terceirização do trabalho – e a política de ajustes dos últimos anos do governo Dilma Rousseff contribuíram ao fortalecimento das frações políticas que chegaram ao poder com o golpe institucional de 2016.Latin America is facing a sort of “end cycle” of the governments that were known as “progressives” or “post-neoliberals”. This heterogeneous group of political forces attained the highest posts of command as a product of the weakening process of the neoliberal parties in the end of the 1990s, and of the economic crisis in Latin America in the early 2000s. Forces self-declared “national and popular” – as “kirchnerism” in Argentina, the government of Evo Morales in Bolivia, Hugo Chávez in Venezuela, and the Workers’ Party in Brazil – ascended to the presidency of these countries with a program of revenue redistribution and social inclusion, aiming to assimilate movements that opposed the neoliberal offensive within a platform of collaboration with local capitalists. Our aim was to find some of the reasons that called forth the reversal of the post-neoliberal political landscape in Brazil. This process resulted – amid severe contradictions – in the rearrangement of political forces traditionally belonging to the right-wing spectrum, after the parliamentary-judiciary coup d'etat in 2016, that ultimately led to the electoral triumph of Bolsonaro in 2018, aided by the Supreme Court of Justice and the tutelage of the Armed Forces. Methodologically, we went through the study of the conception of the State in the early discussions of foundation within the Workers’ Party, also in its National Congresses in the 80s, navigating through its policies when head of the State, in dialogue with some of the scholars who dedicated studies about this topic. We concluded that some of the reasons that explain this "reversal" in Brazil's political landscape are to be found in the Worker's Party own policies. The cornerstones of economic policies originated in the 90s and that had deepened in the Workers’ Party governments – specially the increasing process of outsourcing – and the further austerity measures adopted in Dilma Rousseff's second term collaborated in the strengthening of right-wing forces which attained power after 2016.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAISUFRNBrasilCNPQ::OUTROS::CIENCIAS SOCIAISAmérica LatinaGovernos pós-neoliberaisBrasilGolpe institucionalDilma RousseffLuiz Inácio Lula da SilvaPartido dos TrabalhadoresFim de ciclo do governo pós-neoliberal no Brasil: o PT, o Estado e o golpe institucionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTFimciclogoverno_Barbieri_2019.pdf.txtFimciclogoverno_Barbieri_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain592484https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29437/2/Fimciclogoverno_Barbieri_2019.pdf.txt75425178829c199779eaf51036d5dd7eMD52THUMBNAILFimciclogoverno_Barbieri_2019.pdf.jpgFimciclogoverno_Barbieri_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1289https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29437/3/Fimciclogoverno_Barbieri_2019.pdf.jpg28386cab685a0ad590bf9e656e4013a5MD53ORIGINALFimciclogoverno_Barbieri_2019.pdfapplication/pdf1763959https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29437/1/Fimciclogoverno_Barbieri_2019.pdf2abfc677e5b5f65687066297861494bcMD51123456789/294372020-07-05 04:47:41.894oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/29437Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-07-05T07:47:41Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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