Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Laurentino, Izabela Costa
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31389
Resumo: A Lontra longicaudis (Olfers, 1818) é um mamífero carnívoro com membranas interdigitais nos dedos das patas que permitem uma excelente adaptação ao estilo de vida semiaquático. Representantes da família Mustelidae e subfamília Lutrinae. A L.longicaudis possui uma das mais amplas distribuições geográficas, ocorrendo do norte do México até a Argentina. É um animal arisco e de difícil visualização, pois possuem, em geral, hábitos noturnos e crepusculares, principalmente no Nordeste do Brasil. Uma das maneiras de se estudar o habitat da espécie é através da observação indireta, juntamente com vestígios como carcaças, rastros, latrinas, muco anal e fezes. Apesar da distribuição da espécie ser considerada pelo IUCN (International Union for Conservation of Nature) como “Dados Insuficientes”, estudos recentes descrevem que a espécie é classificada como “Quase ameaçada” no Nordeste do Brasil e “Vulnerável” no domínio de Mata Atlântica devido ao alto nível de degradação do hábitat. Causas que ameaçam as lontras são os conflitos com pescadores e proprietários de psicultura e carcinicultura, consequentemente o desmatamento das margens dos rios. Pelo presente trabalho, já foram confirmados confirmou-se a ocorrência de L.longicaudis em 19 municípios inseridos em 08 bacias hidrográficas, no qual 12 desses municípios estão inseridos no Litoral Oriental do Estado. Dentre os 19 municípios, 13 estão inseridos em área de Mata Atlântica e 09 estão inseridos em Áreas de Proteção Ambiental (APA Bonfim Guaraíras e Piquiri-Una). Destacamos o município de Nísia Floresta, onde foi confirmado o número maior de ocorrência da espécie nos rios, possivelmente devido a concentração de atividades de psicultura carcinicultura. Através das latrinas, conseguimos registrar a presença de 09 espécies de vertebrados (mamíferos, répteis e aves) que utilizam o local oportunisticamente para se alimentar das fezes e/ou obter alimentos, como por exemplo os insetos. Os resultados revelaram que a dependência alimentar na Mata Atlântica não é sazonal, apresentando baixa relação com períodos menos produtivos (estação seca) ou de escassez de alimentos. Além disso, os indivíduos que comeram nas latrinas não têm os mesmos hábitos alimentares das lontras. Espécies insetívoras estão usando as latrinas para se alimentarem, mas eles podem não estar necessariamente consumindo matéria fecal, mas sim predando a fauna de invertebrados associada com as latrinas. Mesmo espécies herbívoras, como a iguana, acredita-se que esteja consumindo as fezes das para adquirir nutrientes importantes. Em geral, o consumo fecal de mamíferos, limitado a duas das cinco espécies de mamíferos capturadas em vídeo, não diferem significativamente de outros taxa. Portanto, latrinas comunitárias de Lontras Neotropicais são um importante recurso alimentar que volta para a comunidade de vertebrados da Mata Atlântica e invertebrados. Com relação as gravações realizadas, registramos um total de 83 filmagens de lontras, comprovando que a espécie no Rio Grande do Norte é bastante ativa no período noturno e/ou crepuscular, no qual através de uma análise comportamental das lontras em suas latrinas, formulamos um etograma com base em estudos já realizados com a espécie em cativeiro. Assim, podemos perceber que lontras em cativeiro possuem um comportamento mais limitado do que as lontras que estão em seu habitat natural. Não que a espécie limite seu comportamento em cativeiro, mas no habitat natural, mesmo sendo um mamífero topo de cadeia alimentar (semiaquático), conforme registros, os machos se deslocam frequentemente para realizar sua marcação territorial, forragear, bem como, possivelmente ir a procura de fêmeas para acasalamento. Portanto, comportamentos sociais da espécie, foram observados nos trazendo informações úteis sobre algumas e possíveis funções, se tratando da existência da comunicação intraespecífica nas latrinas, contradizendo um pouco da literatura, no qual esta descreve na maioria das vezes que a L. longicaudis possui hábitos solitários. Através de um sistema de vigilância por câmeras traps juntamente com o gravador Song Meter, realizamos gravações de áudios da Lontra longicaudis em habitat natural. As gravações foram analisadas através do programa RAVEN disponibilizado pelo Cornell Lab of Ornithology, no qual descrevemos 7 tipos de vocalizações da Lontra Neotropical em habitat natural. Os resultados mostraram tipos vocais semelhantes com das espécies Lutra lutra, Enhydra lutris, e Lontra canadensis. O repertório vocal descrito é composto por sete tipo de som, onde quatro já foram descritos anteriormente por outras espécies, como o “whine” (Enhydra lutris), “chirp” (Lutra lutra), “grunt” (Enhydra lutris), e “blow” (Lutra lutra). Este é o primeiro estudo à examinar os comportamentos sociais de L.longicaudis em latrinas, bem como o seu repertório vocal, ambos de grande importância para conservação da espécie. Nesse aspecto, para reverter a situação do seu Estado de Conservação “Quase Ameaçada (NT) ou Vulnerável”, antes que a L. longicaudis se encontre “Ameaçada” e posteriormente entre em “Extinção”, faz-se necessário uma série de medidas públicas ,, em especial: [i] melhoraria da legislação vigente;[ii] maior investimento em educação e programa de proteção ambiental; [iii] aperfeiçoamento do controle da poluição e desmatamento.
id UFRN_563e155c732f51265de620e9409a66fd
oai_identifier_str oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/31389
network_acronym_str UFRN
network_name_str Repositório Institucional da UFRN
repository_id_str
spelling Laurentino, Izabela Costahttp://lattes.cnpq.br/7454448890161528http://lattes.cnpq.br/0274040885278760Mobley, Renata Santoro de Sousa Limahttp://lattes.cnpq.br/1514389007687960Ferreira, Luane Maria Stamattohttp://lattes.cnpq.br/8906977726202357Leuchtenberger, Carolinehttp://lattes.cnpq.br/8341586305528253Corso, Gilberto2021-02-04T17:56:05Z2021-02-04T17:56:05Z2020-08-19LAURENTINO, Izabela Costa. Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil. 2020. 85f. Dissertação (Mestrado Em Ciências Biológicas) - Centro De Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31389A Lontra longicaudis (Olfers, 1818) é um mamífero carnívoro com membranas interdigitais nos dedos das patas que permitem uma excelente adaptação ao estilo de vida semiaquático. Representantes da família Mustelidae e subfamília Lutrinae. A L.longicaudis possui uma das mais amplas distribuições geográficas, ocorrendo do norte do México até a Argentina. É um animal arisco e de difícil visualização, pois possuem, em geral, hábitos noturnos e crepusculares, principalmente no Nordeste do Brasil. Uma das maneiras de se estudar o habitat da espécie é através da observação indireta, juntamente com vestígios como carcaças, rastros, latrinas, muco anal e fezes. Apesar da distribuição da espécie ser considerada pelo IUCN (International Union for Conservation of Nature) como “Dados Insuficientes”, estudos recentes descrevem que a espécie é classificada como “Quase ameaçada” no Nordeste do Brasil e “Vulnerável” no domínio de Mata Atlântica devido ao alto nível de degradação do hábitat. Causas que ameaçam as lontras são os conflitos com pescadores e proprietários de psicultura e carcinicultura, consequentemente o desmatamento das margens dos rios. Pelo presente trabalho, já foram confirmados confirmou-se a ocorrência de L.longicaudis em 19 municípios inseridos em 08 bacias hidrográficas, no qual 12 desses municípios estão inseridos no Litoral Oriental do Estado. Dentre os 19 municípios, 13 estão inseridos em área de Mata Atlântica e 09 estão inseridos em Áreas de Proteção Ambiental (APA Bonfim Guaraíras e Piquiri-Una). Destacamos o município de Nísia Floresta, onde foi confirmado o número maior de ocorrência da espécie nos rios, possivelmente devido a concentração de atividades de psicultura carcinicultura. Através das latrinas, conseguimos registrar a presença de 09 espécies de vertebrados (mamíferos, répteis e aves) que utilizam o local oportunisticamente para se alimentar das fezes e/ou obter alimentos, como por exemplo os insetos. Os resultados revelaram que a dependência alimentar na Mata Atlântica não é sazonal, apresentando baixa relação com períodos menos produtivos (estação seca) ou de escassez de alimentos. Além disso, os indivíduos que comeram nas latrinas não têm os mesmos hábitos alimentares das lontras. Espécies insetívoras estão usando as latrinas para se alimentarem, mas eles podem não estar necessariamente consumindo matéria fecal, mas sim predando a fauna de invertebrados associada com as latrinas. Mesmo espécies herbívoras, como a iguana, acredita-se que esteja consumindo as fezes das para adquirir nutrientes importantes. Em geral, o consumo fecal de mamíferos, limitado a duas das cinco espécies de mamíferos capturadas em vídeo, não diferem significativamente de outros taxa. Portanto, latrinas comunitárias de Lontras Neotropicais são um importante recurso alimentar que volta para a comunidade de vertebrados da Mata Atlântica e invertebrados. Com relação as gravações realizadas, registramos um total de 83 filmagens de lontras, comprovando que a espécie no Rio Grande do Norte é bastante ativa no período noturno e/ou crepuscular, no qual através de uma análise comportamental das lontras em suas latrinas, formulamos um etograma com base em estudos já realizados com a espécie em cativeiro. Assim, podemos perceber que lontras em cativeiro possuem um comportamento mais limitado do que as lontras que estão em seu habitat natural. Não que a espécie limite seu comportamento em cativeiro, mas no habitat natural, mesmo sendo um mamífero topo de cadeia alimentar (semiaquático), conforme registros, os machos se deslocam frequentemente para realizar sua marcação territorial, forragear, bem como, possivelmente ir a procura de fêmeas para acasalamento. Portanto, comportamentos sociais da espécie, foram observados nos trazendo informações úteis sobre algumas e possíveis funções, se tratando da existência da comunicação intraespecífica nas latrinas, contradizendo um pouco da literatura, no qual esta descreve na maioria das vezes que a L. longicaudis possui hábitos solitários. Através de um sistema de vigilância por câmeras traps juntamente com o gravador Song Meter, realizamos gravações de áudios da Lontra longicaudis em habitat natural. As gravações foram analisadas através do programa RAVEN disponibilizado pelo Cornell Lab of Ornithology, no qual descrevemos 7 tipos de vocalizações da Lontra Neotropical em habitat natural. Os resultados mostraram tipos vocais semelhantes com das espécies Lutra lutra, Enhydra lutris, e Lontra canadensis. O repertório vocal descrito é composto por sete tipo de som, onde quatro já foram descritos anteriormente por outras espécies, como o “whine” (Enhydra lutris), “chirp” (Lutra lutra), “grunt” (Enhydra lutris), e “blow” (Lutra lutra). Este é o primeiro estudo à examinar os comportamentos sociais de L.longicaudis em latrinas, bem como o seu repertório vocal, ambos de grande importância para conservação da espécie. Nesse aspecto, para reverter a situação do seu Estado de Conservação “Quase Ameaçada (NT) ou Vulnerável”, antes que a L. longicaudis se encontre “Ameaçada” e posteriormente entre em “Extinção”, faz-se necessário uma série de medidas públicas ,, em especial: [i] melhoraria da legislação vigente;[ii] maior investimento em educação e programa de proteção ambiental; [iii] aperfeiçoamento do controle da poluição e desmatamento.Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Neotropical Otter, is a medium-sized, carnivorous, semiaquatic mammal with a wide geographic distribution from Mexico to Uruguay. Although the number of studies on this species has been increasing, the vast majority of them focus on diet and habitat use. This paper updates the distribution of this species by providing new records from 19 municipalities (13 in the Atlantic Forest) in the state of Rio Grande do Norte. These new records are important for the conservation of L. longicaudis.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICASUFRNBrasilLontra neotropicalLatrinasBioacústica e comportamento SocialComportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALComportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdfapplication/pdf2947761https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31389/1/Comportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf00b42b5e1e13ff61cdcc92fad3606f64MD51TEXTComportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf.txtComportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain167015https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31389/2/Comportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf.txt4fbb0f846ceff08a076b1bb1075be746MD52THUMBNAILComportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf.jpgComportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1257https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31389/3/Comportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf.jpgc188b4818fa7754dfe338c688a812041MD53123456789/313892021-02-07 05:26:53.574oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/31389Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-02-07T08:26:53Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil
title Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil
spellingShingle Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil
Laurentino, Izabela Costa
Lontra neotropical
Latrinas
Bioacústica e comportamento Social
title_short Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil
title_full Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil
title_fullStr Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil
title_full_unstemmed Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil
title_sort Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil
author Laurentino, Izabela Costa
author_facet Laurentino, Izabela Costa
author_role author
dc.contributor.authorID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7454448890161528
dc.contributor.advisorID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0274040885278760
dc.contributor.advisor-co1ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees1.none.fl_str_mv Ferreira, Luane Maria Stamatto
dc.contributor.referees1ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees1Lattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/8906977726202357
dc.contributor.referees2.none.fl_str_mv Leuchtenberger, Caroline
dc.contributor.referees2ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees2Lattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/8341586305528253
dc.contributor.author.fl_str_mv Laurentino, Izabela Costa
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Mobley, Renata Santoro de Sousa Lima
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1514389007687960
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Corso, Gilberto
contributor_str_mv Mobley, Renata Santoro de Sousa Lima
Corso, Gilberto
dc.subject.por.fl_str_mv Lontra neotropical
Latrinas
Bioacústica e comportamento Social
topic Lontra neotropical
Latrinas
Bioacústica e comportamento Social
description A Lontra longicaudis (Olfers, 1818) é um mamífero carnívoro com membranas interdigitais nos dedos das patas que permitem uma excelente adaptação ao estilo de vida semiaquático. Representantes da família Mustelidae e subfamília Lutrinae. A L.longicaudis possui uma das mais amplas distribuições geográficas, ocorrendo do norte do México até a Argentina. É um animal arisco e de difícil visualização, pois possuem, em geral, hábitos noturnos e crepusculares, principalmente no Nordeste do Brasil. Uma das maneiras de se estudar o habitat da espécie é através da observação indireta, juntamente com vestígios como carcaças, rastros, latrinas, muco anal e fezes. Apesar da distribuição da espécie ser considerada pelo IUCN (International Union for Conservation of Nature) como “Dados Insuficientes”, estudos recentes descrevem que a espécie é classificada como “Quase ameaçada” no Nordeste do Brasil e “Vulnerável” no domínio de Mata Atlântica devido ao alto nível de degradação do hábitat. Causas que ameaçam as lontras são os conflitos com pescadores e proprietários de psicultura e carcinicultura, consequentemente o desmatamento das margens dos rios. Pelo presente trabalho, já foram confirmados confirmou-se a ocorrência de L.longicaudis em 19 municípios inseridos em 08 bacias hidrográficas, no qual 12 desses municípios estão inseridos no Litoral Oriental do Estado. Dentre os 19 municípios, 13 estão inseridos em área de Mata Atlântica e 09 estão inseridos em Áreas de Proteção Ambiental (APA Bonfim Guaraíras e Piquiri-Una). Destacamos o município de Nísia Floresta, onde foi confirmado o número maior de ocorrência da espécie nos rios, possivelmente devido a concentração de atividades de psicultura carcinicultura. Através das latrinas, conseguimos registrar a presença de 09 espécies de vertebrados (mamíferos, répteis e aves) que utilizam o local oportunisticamente para se alimentar das fezes e/ou obter alimentos, como por exemplo os insetos. Os resultados revelaram que a dependência alimentar na Mata Atlântica não é sazonal, apresentando baixa relação com períodos menos produtivos (estação seca) ou de escassez de alimentos. Além disso, os indivíduos que comeram nas latrinas não têm os mesmos hábitos alimentares das lontras. Espécies insetívoras estão usando as latrinas para se alimentarem, mas eles podem não estar necessariamente consumindo matéria fecal, mas sim predando a fauna de invertebrados associada com as latrinas. Mesmo espécies herbívoras, como a iguana, acredita-se que esteja consumindo as fezes das para adquirir nutrientes importantes. Em geral, o consumo fecal de mamíferos, limitado a duas das cinco espécies de mamíferos capturadas em vídeo, não diferem significativamente de outros taxa. Portanto, latrinas comunitárias de Lontras Neotropicais são um importante recurso alimentar que volta para a comunidade de vertebrados da Mata Atlântica e invertebrados. Com relação as gravações realizadas, registramos um total de 83 filmagens de lontras, comprovando que a espécie no Rio Grande do Norte é bastante ativa no período noturno e/ou crepuscular, no qual através de uma análise comportamental das lontras em suas latrinas, formulamos um etograma com base em estudos já realizados com a espécie em cativeiro. Assim, podemos perceber que lontras em cativeiro possuem um comportamento mais limitado do que as lontras que estão em seu habitat natural. Não que a espécie limite seu comportamento em cativeiro, mas no habitat natural, mesmo sendo um mamífero topo de cadeia alimentar (semiaquático), conforme registros, os machos se deslocam frequentemente para realizar sua marcação territorial, forragear, bem como, possivelmente ir a procura de fêmeas para acasalamento. Portanto, comportamentos sociais da espécie, foram observados nos trazendo informações úteis sobre algumas e possíveis funções, se tratando da existência da comunicação intraespecífica nas latrinas, contradizendo um pouco da literatura, no qual esta descreve na maioria das vezes que a L. longicaudis possui hábitos solitários. Através de um sistema de vigilância por câmeras traps juntamente com o gravador Song Meter, realizamos gravações de áudios da Lontra longicaudis em habitat natural. As gravações foram analisadas através do programa RAVEN disponibilizado pelo Cornell Lab of Ornithology, no qual descrevemos 7 tipos de vocalizações da Lontra Neotropical em habitat natural. Os resultados mostraram tipos vocais semelhantes com das espécies Lutra lutra, Enhydra lutris, e Lontra canadensis. O repertório vocal descrito é composto por sete tipo de som, onde quatro já foram descritos anteriormente por outras espécies, como o “whine” (Enhydra lutris), “chirp” (Lutra lutra), “grunt” (Enhydra lutris), e “blow” (Lutra lutra). Este é o primeiro estudo à examinar os comportamentos sociais de L.longicaudis em latrinas, bem como o seu repertório vocal, ambos de grande importância para conservação da espécie. Nesse aspecto, para reverter a situação do seu Estado de Conservação “Quase Ameaçada (NT) ou Vulnerável”, antes que a L. longicaudis se encontre “Ameaçada” e posteriormente entre em “Extinção”, faz-se necessário uma série de medidas públicas ,, em especial: [i] melhoraria da legislação vigente;[ii] maior investimento em educação e programa de proteção ambiental; [iii] aperfeiçoamento do controle da poluição e desmatamento.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-08-19
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-02-04T17:56:05Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-02-04T17:56:05Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv LAURENTINO, Izabela Costa. Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil. 2020. 85f. Dissertação (Mestrado Em Ciências Biológicas) - Centro De Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31389
identifier_str_mv LAURENTINO, Izabela Costa. Comportamento e análise bioacústica do repertório vocal da Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Rio Grande do Norte, Brasil. 2020. 85f. Dissertação (Mestrado Em Ciências Biológicas) - Centro De Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
url https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31389
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio Grande do Norte
dc.publisher.program.fl_str_mv PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFRN
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio Grande do Norte
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRN
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron:UFRN
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron_str UFRN
institution UFRN
reponame_str Repositório Institucional da UFRN
collection Repositório Institucional da UFRN
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31389/1/Comportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31389/2/Comportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf.txt
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/31389/3/Comportamentoanalisebioacustica_Laurentino_2020.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 00b42b5e1e13ff61cdcc92fad3606f64
4fbb0f846ceff08a076b1bb1075be746
c188b4818fa7754dfe338c688a812041
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1802117842019024896