Competência vetorial de Triatoma brasiliensis e Triatoma pseudomaculata (Hemiptera: Reduviidae) infectados com diferentes DTUs (Discrete Typing Units) de Trypanosoma cruzi

• Autor(a) principal: Negreiros, Christiane Carlos Araújo de
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57174
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FARMACIA; Trypanosoma cruzi; Triatomíneos; Infecção experimental; Aspectos biológicos

O objetivo deste estudo foi avaliar os aspectos biológicos de Triatoma brasiliensis e Triatoma pseudomaculata infectados experimentalmente por diferentes DTUs (Discrete Typing Units) de Trypanosoma cruzi. Ninfas de 3º, 4º e 5º estádios de T. brasiliensis (n=120) e T. pseudomaculata (n=120) foram alimentadas em camundongos infectados com um isolado de T. cruzi ou mistura de isolados do parasito. Um grupo de insetos não infectado foi utilizado como controle. A infecção dos triatomíneos por T. cruzi foi avaliada diariamente e individualmente por análise das excretas até 90 dias após a infecção. Os aspectos biológicos dos triatomíneos como, excreção, ocorrência de ecdise e mortalidade foram avaliados diariamente. O volume de sangue ingerido (μL) e o peso (mg) 4h após repasto sanguíneo dos insetos foram verificados a cada 15 ou 30 dias. A infecção por T. cruzi foi detectada em todos os insetos da espécie T. brasiliensis, enquanto em T. pseudomaculata foi observada apenas nos espécimes com infecção única pelo isolado RN02 e naqueles infectados com os isolados RN02+RN23 e RN02+RN23+Clone CL-Brener. O percentual médio de infecção da espécie T. brasiliensis foi de 23,8% e 31,4%, em insetos que realizaram repasto sanguíneo em intervalos de 15 e 30 dias, respectivamente. Para o T. pseudomaculata o percentual médio de infecção foi de 28,6% (alimentação a cada 15 dias) e 15,4% (alimentação a cada 30 dias). O volume de sangue ingerido pelos insetos T. brasiliensis e T. pseudomaculata com infecção mista foi inferior aos insetos com infecção única e o controle. A ocorrência de ecdise foi mais elevada na espécie T. brasiliensis com infecção única e nos insetos controle de T. pseudomaculata. A mortalidade foi mais elevada em T. pseudomaculata com infecção mista, ao passo que não foi observada diferença significativa na espécie T. brasiliensis. A excreção foi mais elevada nos insetos controle de T. pseudomaculata. Pela primeira vez observamos a ocorrência de cleptohematofagia em T. brasiliensis. Esses dados evidenciaram que essas duas espécies são vetores potencialmente eficazes na transmissão de T. cruzi, sendo T. brasiliensis mais susceptível à infecção. Portanto, é fundamental a realização de atividades de controle vetorial de forma contínua e eficiente para reduzir o risco de transmissão de T. cruzi nas áreas endêmicas de ocorrência desses vetores.