Métricas de paisagem e serviços ecossistêmicos: uma abordagem geoecológica na ESEC-seridó e zona de amortecimento, NE - Brasil

• Autor(a) principal: Oliveira, Paulo Jerônimo Lucena de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47104
• topic: Semiárido; Caatinga; Paisagem; SIG

A abordagem da Geoecologia como o estudo do conjunto de elementos inter-relacionados entre a associação de seres vivos e suas condições ambientais, atuando em uma parte específica da paisagem, ou ainda em uma divisão natural do espaço, com diferentes dimensões espaciais, apresenta suas bases sólidas e bastante discutida na ciência geográfica. Sendo assim, o entendimento da paisagem a partir de diferentes procedimentos metodológicos se torna válido para a interpretação sistêmica dos aspectos ambientais. No âmbito das pesquisas na Caatinga, a abordagem geoecológica tem sido bastante aplicada para compreender a paisagem a partir da relação homem e natureza, focando na mudança do ambiente por meio da ação antrópica, corroborando com o processo de fragmentação e perdas das funções ecológicas. Essas pressões antrópicas aumentam a velocidade do processo de fragmentação florestais, no qual desencadeia uma sequência de desequilíbrios ao longo do sistema ambiental, provocando baixas na qualidade da prestação dos Serviços Ecossistêmicos (SE). Nesse sentido, esta pesquisa traz como objetivo geral analisar a paisagem a partir da aplicação de diferentes abordagens metodológicas na zona de amortecimento da ESECSeridó. Para tanto, foram utilizadas imagens do satélite dos anos de 1988, 1998, 2008 e 2019 para compreender a dinâmica temporal da cobertura vegetal, onde foram obtidos 04 classes de cobertura vegetal: solo exposto, vegetação rala, vegetação aberta e vegetação densa/ripária. Verificou-se que a classe mais representativa foi vegetação aberta, apresentando cerca de 43% para os anos de 1988, 1998 e 2008, com Caatinga rala sendo a mais expressiva em 2019 (29%). Posteriormente avaliouse o grau de fragmentação dos remanescentes florestais a partir das métricas de paisagem em três categorias: área, forma e borda. Foram identificados 394 fragmentos florestais dos quais 25% apresentam valores inferiores a 05 hectares e que tendem a apresentar maiores características de ambientes instáveis. Em seguida, foi avaliada a capacidade da área de estudo para prover de serviços ecossistêmicos de controle de erosão por meio da Equação Universal de Perda do Solo (USLE) e sequestro de Carbono por meio do índice de reflectância fotoquímica melhorado. Foi identificado que cerca de 64% da área de estudo apresenta uma alta capacidade relevante de controle de erosão, com as áreas que não apresenta nenhuma capacidade relevante representando por volta de 6% da área total. Já o estoque de Carbono apresenta uma capacidade relevante de 38%, sendo a de maior valor das demais. Conclui-se que as junções de diferentes procedimentos metodológicos para uma leitura da paisagem se tornam eficazes, potencializando o planejamento e ordenamento territorial nas paisagens semiáridas.