Cenário da vigilância entomológica e controle dos vetores de Trypanosoma cruzi nas diferentes mesorregiões do estado do Rio Grande do Norte

• Autor(a) principal: Sales, Letícia Mikardya Lima
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/35677
• topic: Triatomíneos; Vigilância entomológica; Controle vetorial; Trypanosoma cruzi; Rio Grande do Norte

A avaliação da vigilância entomológica e do controle vetorial nas diferentes mesorregiões do estado do Rio Grande do Norte foi realizada para a identificação das áreas com possibilidades de transmissão de Trypanosoma cruzi, utilizando dados fornecidos pela Secretaria do Estado da Saúde Pública referentes à busca ativa de triatomíneos no período de 2005 a 2015. A análise da estratificação de risco de transmissão de T. cruzi revelou que a mesorregião Oeste apresenta o maior número de municípios de alto e médio risco e também apresentou um número elevado de unidades domiciliares pesquisadas. A execução do controle químico nas unidades domiciliares infestadas ocorreu de forma descontínua nas três mesorregiões, sendo os números de unidades borrifadas menores do que os números de unidades positivas nos 11 anos investigados. Os municípios de Apodi (mesorregião Oeste) e Currais Novos (mesorregião Central) se destacaram pelo elevado número de triatomíneos capturados nas unidades domiciliares (>2.500). As mesorregiões Oeste e Central apresentaram elevados índices de colonização intradomiciliar em todos os anos avaliados, sobretudo em 2006, correspondendo a 39,6% e 38,5%, respectivamente. Na mesorregião Agreste, não houve registro de ninfas no intradomicílio em 2008. O índice de infestação total variou ao longo dos anos e foi mais elevado em 2007 na mesorregião Agreste, em 2011 na Central e em 2015 na mesorregião Oeste, correspondendo a 21,2%, 10,7% e 9,8%, respectivamente. Os índices mais elevados de infestação intradomiciliar e peridomiciliar foram registrados na mesorregião Oeste, 1,8% em 2005 e 2013 e 6,9% em 2015. A espécie Triatoma brasiliensis (n = 16.056) foi a mais capturada, seguida de Triatoma pseudomaculata (n = 14.811), Rhodnius nasutus (n = 3.764), Panstrongylus lutzi (n = 3.145) Triatoma petrocchiae (n = 182) e Panstrongylus megistus (n = 17). Nas três mesorregiões foram encontrados adultos e ninfas de Triatoma brasiliensis, Triatoma pseudomaculata e Rhodnius nasutus nos ambientes intradomiciliar e peridomiciliar. O índice de infecção natural por T. cruzi mais elevado (32,1%) foi observado na mesorregião Central, enquanto nas mesorregiões Agreste e Oeste os índices foram baixos 2,2% e 0,8%, respectivamente. Os dados de infestação, colonização e infecção natural alertam para a possibilidade de transmissão vetorial e indicam a necessidade de execução contínua e sistemática das atividades de vigilância entomológica e de controle vetorial para prevenir a transmissão do parasito no estado.