“Ô de casa. Com licença. Posso entrar?” São os agentes comunitários de saúde e suas práticas de letramento situadas no Programa Saúde da Família

• Autor(a) principal: Silva, Carlos Henrique da
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49769
• topic: Práticas de letramento; Atividades laborais; Agentes Comunitários de Saúde

Os estudos sobre as atividades de linguagem no âmbito do trabalho têm despertado o interesse da academia no sentido de compreender sua importância na vida dos sujeitos e do mundo que o cerca. Assim, não é exagero caracterizar a relação entre linguagem e trabalho como “visceral” (DUARTE; FEITOSA, 1998). Nesse sentido, este estudo objetiva descrever práticas de letramento efetivadas por Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em serviço no Programa Saúde da Família (PSF), no intuito de compreender como se desenvolve a escrita nessa área. Para tanto, utilizaremos algumas categorias basilares dos estudos de letramento propostas por Hamilton (2000), as quais compreendem elementos como participantes, domínio, artefatos e atividades. Como pressupostos complementares, lançaremos mão de aspectos da teoria das representações sociais (MOSCOVICI, 1984; 2003; JODELET, 1994; 2001), dos estudos que versam sobre linguagem e trabalho (DUARTE; FEITOSA, 1998; NOUROUDINE, 2002), assim como da teoria dos gêneros (BAKHTIN, 2011; BRAKLING, 2012), dentre outras. Trata-se de pesquisa de caráter qualitativo na medida em que resulta da interação entre pesquisador e colaboradores (STAKE, 2011), por meio da utilização de técnicas do perguntar e do registrar com vistas a depreender melhor as práticas de letramento em estudo. As descrições realizadas revelam que as práticas de escritas implementadas pelos ACS constituem registros que atendem ao cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo PSF no tocante à assistência básica de saúde. A relevância da pesquisa situa-se na observância de uso de práticas de letramento que ultrapassam as já estabelecidas pelo Ministério da Saúde, como o caso dos relatórios de monitoramento. Outro aspecto importante diz respeito à possibilidade deste trabalho expandir as discussões sobre letramento, direcionando o foco para as atividades laborais, mais especifícamente para a esfera das políticas públicas em saúde, já que o foco nos trabalhos sobre letramento ainda está direcionado ao domínio escolar.