Concepções acerca dos ciclos de vida e sua importância para a formação e atuação do pedagogo

• Autor(a) principal: Pinto, Lorrine Borges
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/42289
• topic: Formação de professores; Periodização do desenvolvimento; Psicologia educacional

O presente trabalho tem como objetivo analisar as concepções dos licenciandos de Pedagogia da UFRN acerca dos processos de ensino e aprendizagem nos ciclos de vida, ressaltando a importância dos conhecimentos provenientes do estudo da periodização do desenvolvimento psicológico para a formação e atuação profissional do Pedagogo. A revisão de literatura revela que o desenvolvimento humano é objeto de investigação de diferentes teorias psicológicas, sendo priorizado, para fins desse trabalho, as contribuições oriundas do campo histórico-cultural, com ênfase nas teorizações de Vygotsky, Leontiev, Luria e Elkonin. Para a realização da pesquisa empírica, foram aplicados questionários semiestruturados com 113 licenciandos do curso de Pedagogia presencial da UFRN, sendo 59 que não haviam cursado componentes de Psicologia Educacional e 54 que já haviam cursado, entre o primeiro e quinto período do referido curso. Adicionalmente, foram realizados dois grupos focais com 5 estudantes que haviam respondido aos questionários e se disponibilizaram a colaborar com a continuidade da pesquisa. Por fim, procedeu-se também a análise das ementas das disciplinas de Psicologia Educacional que integram o currículo do curso de Pedagogia ora investigado. Os dados oriundos dos questionários foram analisados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin, subsidiando a formação de categorias a posteriori. Os resultados dos questionários demonstram que 43,9% dos estudantes que não cursaram e 28,3% dos que já cursaram componentes de Psicologia Educacional apresentaram concepções de ensino e aprendizagem centradas no professor; enquanto 50,8% dos que não cursaram e 52,8% dos que já cursaram expressaram concepções incoerentes entre si. Em relação aos ciclos de vida, 47,5% dos discentes que não cursaram e 65,4% dos que cursaram não diferenciaram os ciclos; enquanto 49,1% dos estudantes que não cursaram e 25% dos que cursaram os diferenciou com base em estereótipos. Na continuidade da pesquisa, as categorias extraídas da análise dos questionários foram objeto de discussão dos grupos focais, o que confirmou algumas constatações, mas também trouxe novas informações que enriqueceram a discussão, como o uso de vivências pessoais para explicitar as concepções de ensino, aprendizagem e ciclos de vida. Em relação aos processos de ensino e aprendizagem, percebe-se que a maioria dos participantes dos grupos focais se encontra em uma fase de transição entre as concepções empirista e sociointeracionista. E a maior dificuldade desses está relacionada aos ciclos de vida, seja para diferenciar os processos de ensino e aprendizagem de acordo com a infância, adolescência, juventude e vida adulta, seja para determinar recursos e estratégias de acordo com esses ciclos de vida. É possível compreender melhor tais resultados à luz da análise das ementas das disciplinas de Psicologia Educacional dos estudantes respondentes, pois nestas há lacunas quanto ao estudo do desenvolvimento humano e dos ciclos de vida. Nesse sentido, estar pensando e repensando o papel da Psicologia Educacional nos cursos de formação do Pedagogo é imprescindível, pois esta favorece que o futuro professor possa refletir acerca de suas próprias concepções, bem como planejar e atuar de acordo com os momentos dos ciclos de vida e as características dos indivíduos de cada etapa do ensino, desse modo contribuindo para a formação de profissionais mais preparados e para processos de ensino e aprendizagem contextualizados e de qualidade.