Ciência e história: viagens filosóficas no sertão longínquo da capitania do Ceará (1783-1814)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Cláudio César dos Santos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/34812
Resumo: Lígio José de Oliveira Maia, Fátima Martins Lopes e Carmen Margarida Oliveira Alveal
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Com as reformas pombalinas se intensificando na segunda metade do século XVIII, a ciência ganhava novos ares, principalmente com a reforma da Universidade de Coimbra, quando passa por importantes reformulações, sendo então caracterizada por ser uma instituição empírica e experimentalista, e ligada a ideais iluministas, desvirtuando-se pouco a pouco de valores teológicos. Nesse contexto de reformas, surgem as expedições filosóficas ou viagens filosóficas que tinham como principal característica explorar as conquistas que faziam parte do reino, buscando verificar suas potencialidades econômicas. Nesse sentido, buscar-se-á compreender o quanto foi importante esse empreendimento nos territórios do Império ultramarino português, em especial na América portuguesa, focando nossa análise nos esforços realizados na capitania do Ceará e suas regiões mais longínquas como a Serra da Ibiapaba, então na fronteira com a capitania do Piauí. Também não menos importante, é compreender o que levou as ciências naturais, com caráter de ciência moderna, a ter uma aceitação tão rápida entre os envolvidos, bem como, compreender a contribuição dessas expedições filosóficas para o reconhecimento desses territórios. Para alcançar tais objetivos, utilizar-se-á fontes históricas produzidas no final do século XVIII e início do XIX, entre os anos de 1783 a 1814, de funcionários régios e naturalistas enviados por autoridades que participaram desse empreendimento dito cientifico. Nessas fontes documentais estão inclusos memórias e observações de naturalistas e autoridades locais, que sob um olhar minucioso buscaram descrever cada aspecto da capitania do Ceará que pudessem contribuir para a Monarquia portuguesa. Assim, a utilização dessas fontes possibilitará analisar como eram feitos os procedimentos de coleta e exploração no sertão da América portuguesa, bem como entender os motivos que levaram os participantes desse empreendimento a se aventurarem nas expedições, já que alguns deles não possuíam formação intelectual para tal fim. Nesse sentido, como tem apontado alguns autores (Ronald Raminelli, Ângela Domingues, Maria Odila e outros), que serão discutidos ao longo deste trabalho, essas expedições tinham um valor que iria além da exploração territorial, para os participantes, já que eles a viam também como um meio de conseguir benefícios da Coroa portuguesa como a concessão da comenda de Hábitos de Cavaleiro Militar, que os possibilitariam a ascensão social e econômico. Daí a aceitação e interesse pelas ciências naturais no Império ultramarino português e sua expansão pelas regiões mais longínquas do reino como a capitania do Ceará.O desenvolvimento das ciências naturais, em Portugal, fora marcado por um período de amplas reformas na sede do Império ultramarino. Com as reformas pombalinas se intensificando na segunda metade do século XVIII, a ciência ganhava novos ares, principalmente com a reforma da Universidade de Coimbra, quando passa por importantes reformulações, sendo então caracterizada por ser uma instituição empírica e experimentalista, e ligada a ideais iluministas, desvirtuando-se pouco a pouco de valores teológicos. Nesse contexto de reformas, surgem as expedições filosóficas ou viagens filosóficas que tinham como principal característica explorar as conquistas que faziam parte do reino, buscando verificar suas potencialidades econômicas. Nesse sentido, buscar-se-á compreender o quanto foi importante esse empreendimento nos territórios do Império ultramarino português, em especial na América portuguesa, focando nossa análise nos esforços realizados na capitania do Ceará e suas regiões mais longínquas como a Serra da Ibiapaba, então na fronteira com a capitania do Piauí. Também não menos importante, é compreender o que levou as ciências naturais, com caráter de ciência moderna, a ter uma aceitação tão rápida entre os envolvidos, bem como, compreender a contribuição dessas expedições filosóficas para o reconhecimento desses territórios. Para alcançar tais objetivos, utilizar-se-á fontes históricas produzidas no final do século XVIII e início do XIX, entre os anos de 1783 a 1814, de funcionários régios e naturalistas enviados por autoridades que participaram desse empreendimento dito cientifico. 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