Avanço do neoconservadorismo e a opressão e exploração das mulheres: uma análise sobre a violência doméstica nos anos de Governo Bolsonaro (2019-2022)

• Autor(a) principal: Marques, Sarah Rebeca Sales
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50627
• topic: Patriarcado; Violência doméstica; Neoconservadorismo; Mulheres; Patriarchy; Domestic violence; Neoconservatism; Women

A vida das mulheres é atravessada pela violência, pois a sociedade na qual vivemos é fundamentada no capitalismo, no racismo e no patriarcado, sendo estes elementos base para a opressão e exploração das mulheres. Como forma de manutenção desse sistema, tem-se vivenciado o avanço do neoconservadorismo e do ultraneoliberalismo no contexto nacional, representado por Jair Messias Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), que foi presidente da República nos anos de 2019-2022. Este cenário é composto por ataques aos direitos das mulheres e à rede de enfrentamento à violência contra a mulher, sustentado pelo discurso neoconservador e pela agenda ultraneoliberal, os quais propiciaram uma intensificação dos índices de violência doméstica e feminicídio no país. Diante disso, buscou-se apreender o que está para além do aparente, assim como as determinações que envolvem o aumento dos índices de violência doméstica contra as mulheres nos anos de governo Bolsonaro (2019-2022), no qual se vive a pandemia do Covid-19, destacando a realidade do Estado do Rio Grande do Norte e como a violência doméstica afeta a vida das mulheres, sobretudo as mulheres negras e da classe trabalhadora, assim como as limitações da efetivação do acesso à rede de enfrentamento à violência contra a mulher nesses casos. Para analisar esta realidade, nos ancoramos no método materialista histórico-dialético, a partir da pesquisa bibliográfica e documental, evidenciando que aquilo que é vivido na imediaticidade tem relação com as bases sociohistóricas da sociedade capitalista, patriarcal e racista. Com base nisto, foi possível compreender as determinações sociais do processo de opressão e exploração das mulheres no contexto da ofensiva neoconservadora e ultraneoliberal, através dos índices de violência doméstica e feminicídio no Brasil e, especificamente, no Rio Grande do Norte. A partir dessa análise, concluímos que diante do cenário do ataque aos direitos das mulheres houve um aumento dos índices de violência doméstica e feminicídio no país nos anos de governo Bolsonaro e um sucateamento da rede de proteção à mulher vítima de violência, evidenciando, portanto, a relevância de se fortalecer enquanto classe e ocupar os espaços de disputa na busca pela garantia dos direitos sociais.