O problema da responsabilidade moral em Arthur Schopenhauer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Góis, Allanah Sâmela Leonez Ferreira de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30271
Resumo: Na filosofia de Schopenhauer, a liberdade reside apenas na Vontade, as ações são determinadas necessariamente pela causalidade. Diante disto, como seria compatível a atuação, simultânea no homem, da vontade metafísica livre e do determinismo das ações individuais? Schopenhauer assegura que todas as ações são determinadas na mesma proporção de um relógio, mas também assegura que o homem em sua essência é vontade, e esta por sua vez é livre, todo-poderosa e insondável. A aparente contradição pode levar ao questionamento: como o homem pode ser determinado, ou seja, não pode decidir ser outro, mas ainda assim pode ser considerado como sua própria obra? Seguiremos analisando os conceitos envolvidos na problemática levantada, buscando as respostas que podemos encontrar para elas na filosofia schopenhaueriana. Sabendo que as ações são resultados dos motivos conhecidos pelo intelecto em contato com o caráter individual, trataremos dos atributos do caráter, levando em consideração que ele se constitui da própria vontade objetivada no indivíduo, assim como trataremos da natureza secundária e acidental do intelecto, que, apesar de ser colocado pela tradição como núcleo do homem e centro de responsabilização moral, veremos que possui um papel auxiliar como parte de um organismo. A vontade, portanto, assume a primazia sobre o intelecto como essência e origem do homem. Para compreender sua posição de originariedade, vamos analisar o significado do termo asseidade, considerado pelo nosso autor como imprescindível para se pensar responsabilidade e imputabilidade. Abordaremos oportunamente as principais objeções e dificuldades encontradas pelos estudiosos e comentadores. A questão principal desta pesquisa consiste em compreender em que medida o homem pode ser responsabilizado moralmente por suas ações, enquanto é a sua própria obra, no sentido de possuir asseidade, considerando-se a liberdade da vontade e o determinismo das ações.
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A aparente contradição pode levar ao questionamento: como o homem pode ser determinado, ou seja, não pode decidir ser outro, mas ainda assim pode ser considerado como sua própria obra? Seguiremos analisando os conceitos envolvidos na problemática levantada, buscando as respostas que podemos encontrar para elas na filosofia schopenhaueriana. Sabendo que as ações são resultados dos motivos conhecidos pelo intelecto em contato com o caráter individual, trataremos dos atributos do caráter, levando em consideração que ele se constitui da própria vontade objetivada no indivíduo, assim como trataremos da natureza secundária e acidental do intelecto, que, apesar de ser colocado pela tradição como núcleo do homem e centro de responsabilização moral, veremos que possui um papel auxiliar como parte de um organismo. A vontade, portanto, assume a primazia sobre o intelecto como essência e origem do homem. Para compreender sua posição de originariedade, vamos analisar o significado do termo asseidade, considerado pelo nosso autor como imprescindível para se pensar responsabilidade e imputabilidade. Abordaremos oportunamente as principais objeções e dificuldades encontradas pelos estudiosos e comentadores. A questão principal desta pesquisa consiste em compreender em que medida o homem pode ser responsabilizado moralmente por suas ações, enquanto é a sua própria obra, no sentido de possuir asseidade, considerando-se a liberdade da vontade e o determinismo das ações.In Schopenhauer’s philosophy, freedom lies in the Will only, actions are necessarily determined by causality. Thus, how would this simultaneous performance be compatible in man, the freedom of metaphysical will and the determinism of individual actions? Schopenhauer assures that every action is determined in the same proportion as a clock, but he also declares that man in his essence is will, which is free, almighty and enigmatic. This apparent contradiction can lead to the following question: how can man be determined, as in, not able to decide to be otherwise, but yet may be considered as his own work? This research follows analyzing the concepts involved in the problem brought up, looking for the answers that we can find in Schopenhauer’s thought. Once understanding that according actions are the result of motives known by the intellect in contact with the individual character, we will deal with the attributes of the character, taking into account that it is the will in itself as it comes objectified in a individual, as well as the secondary and accidental nature of the intellect, which despite being placed by tradition as the nucleus of man and the center of moral responsibility, we will see that it has an auxiliary role as a mere part of an organism. The will takes therefore precedence over the intellect as the essence and origin of man. For an understanding of its originary position we will analyze the meaning of the term aseity, considered by our author as indispensable for thinking about responsibility and imputability. We will also deal with the main objections and difficulties raised by scholars and commentators of Schopenhauer’s thought. The main question is to understand to what extent man can be held morally responsible for his actions, while it is his own work, in the sense of possessing aseity as an attribute, considering the freedom of the will and the determinism of the actions.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIAUFRNBrasilSchopenhauerResponsabilidadeLiberdadeNecessidadeAsseidadeO problema da responsabilidade moral em Arthur Schopenhauerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALProblemaresponsabilidademoral_Gois_2020.pdfapplication/pdf564833https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30271/1/Problemaresponsabilidademoral_Gois_2020.pdfd2b2fcb01011424832b757257c63b93aMD51TEXTProblemaresponsabilidademoral_Gois_2020.pdf.txtProblemaresponsabilidademoral_Gois_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain172563https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30271/2/Problemaresponsabilidademoral_Gois_2020.pdf.txta0bac8864a75ad15ef4e49dd57f242daMD52THUMBNAILProblemaresponsabilidademoral_Gois_2020.pdf.jpgProblemaresponsabilidademoral_Gois_2020.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1167https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30271/3/Problemaresponsabilidademoral_Gois_2020.pdf.jpg0c28349909009258cc989a942daa0cdaMD53123456789/302712020-10-11 04:39:14.454oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/30271Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-10-11T07:39:14Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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