Petrografia e litoquímica de rochas ferríferas na região central do Estado do Rio Grande do Norte (Domínio Rio Piranhas – Seridó, NE da Província Borborema)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dantas, Alexandre Ranier
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23403
Resumo: As ocorrências de rochas ferríferas na região central do Rio Grande do Norte correspondem essencialmente a pequenos depósitos que aparentemente não apresentam potencial econômico. Em contrapartida, nos últimos anos, pequenos jazimentos desse bem mineral tem sido explotados em algumas áreas do Estado, especialmente os inseridos na região do Domínio Rio Piranhas-Seridó. As formações ferríferas ocorrem como intercalações decimétricas a algumas dezenas de metros em gnaisses da Formação Jucurutu, na base da sequência metavulcanossedimentar do Grupo Seridó. Menos frequentemente estão associadas às rochas metamáficas encaixadas em gnaisses do Complexo Caicó. Mapeamentos sistemáticos na escala de 1:100.000 (folhas Lajes e Currais Novos) e levantamento de recursos minerais executados pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais identificaram uma quantidade significativa de ocorrências minerais (cadastro de 48 ocorrências de rochas ferríferas). Neste trabalho será realizado uma caracterização petrográfica macro e microscópica de lâminas delgadas e seções bipolidas e polidas de rochas ferríferas, além da discussão dos dados de litoquímica, através da análise dos elementos maiores, assinatura dos elementos traços e terras raras para definição de protólitos e ambiente tectônico, quando for o caso, bem como o uso de MEV-EDS para estudo da composição química qualitativa de magnetitas e anfibólios. Basicamente são rochas compostas de quartzo, óxidos e hidróxidos de ferro, anfibólios (da série cummingtonita-grunerita e actinolita-tremolita principalmente), de granulação fina a média e textura granonematoblástica, por vezes com bandamento composicional. Normalmente apresentam teores de Fe2O3 variando entre 46 e 59% e de SiO2 entre 33 e 50%. Petrograficamente identificou-se dois grupos distintos: rochas ferríferas granulares e rochas ferríferas bandadas, encaixadas respectivamente em rochas correlatas ao embasamento gnáissico-migmatítico (Complexo Caicó) e rochas supracrustais correlatas a Formação Jucurutu. A litoquímica permitiu concluir que os grupos de rochas ferríferas granulares e bandadas apresentam comportamentos ora semelhantes, ora distintos. São rochas bimodais, compostas essencialmente de Si e Fe, com pequena proporção de elementos traços e terras raras. Os parâmetros químicos indicam ambiente dominantemente oxidante e grupos de rochas em posições intermediárias a mais próximas das fontes hidrotermais oceânicas. Quanto a natureza da formação das rochas ferríferas, gráficos binários com as relações entre Th, Zr e Ti permitiram identificar que são rochas puras quimicamente, com poucos níveis de terrígenos. Enquanto diagramas binários de SiO2 e Al2O3 e ternários de Al-Fe-Mn indicam que a totalidade das amostras de formações ferríferas bandadas e granulares configuram sedimentos químico-exalativos hidrotermais. Diagramas específicos para identificação dos ambientes tectônicos para formação das rochas ferríferas granulares e bandadas estudadas na Faixa Seridó indicam principalmente cadeias oceânicas localizadas nas imediações de margens continentais ativas transicionais a arco de ilha. O estudo das formações ferríferas é importante não apenas por concentrarem a maior fonte econômica de ferro nas rochas, como também por serem particularmente essenciais para o entendimento da evolução atmosférica e a composição química dos oceanos no período de sua deposição.
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Em contrapartida, nos últimos anos, pequenos jazimentos desse bem mineral tem sido explotados em algumas áreas do Estado, especialmente os inseridos na região do Domínio Rio Piranhas-Seridó. As formações ferríferas ocorrem como intercalações decimétricas a algumas dezenas de metros em gnaisses da Formação Jucurutu, na base da sequência metavulcanossedimentar do Grupo Seridó. Menos frequentemente estão associadas às rochas metamáficas encaixadas em gnaisses do Complexo Caicó. Mapeamentos sistemáticos na escala de 1:100.000 (folhas Lajes e Currais Novos) e levantamento de recursos minerais executados pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais identificaram uma quantidade significativa de ocorrências minerais (cadastro de 48 ocorrências de rochas ferríferas). Neste trabalho será realizado uma caracterização petrográfica macro e microscópica de lâminas delgadas e seções bipolidas e polidas de rochas ferríferas, além da discussão dos dados de litoquímica, através da análise dos elementos maiores, assinatura dos elementos traços e terras raras para definição de protólitos e ambiente tectônico, quando for o caso, bem como o uso de MEV-EDS para estudo da composição química qualitativa de magnetitas e anfibólios. Basicamente são rochas compostas de quartzo, óxidos e hidróxidos de ferro, anfibólios (da série cummingtonita-grunerita e actinolita-tremolita principalmente), de granulação fina a média e textura granonematoblástica, por vezes com bandamento composicional. Normalmente apresentam teores de Fe2O3 variando entre 46 e 59% e de SiO2 entre 33 e 50%. Petrograficamente identificou-se dois grupos distintos: rochas ferríferas granulares e rochas ferríferas bandadas, encaixadas respectivamente em rochas correlatas ao embasamento gnáissico-migmatítico (Complexo Caicó) e rochas supracrustais correlatas a Formação Jucurutu. A litoquímica permitiu concluir que os grupos de rochas ferríferas granulares e bandadas apresentam comportamentos ora semelhantes, ora distintos. São rochas bimodais, compostas essencialmente de Si e Fe, com pequena proporção de elementos traços e terras raras. Os parâmetros químicos indicam ambiente dominantemente oxidante e grupos de rochas em posições intermediárias a mais próximas das fontes hidrotermais oceânicas. Quanto a natureza da formação das rochas ferríferas, gráficos binários com as relações entre Th, Zr e Ti permitiram identificar que são rochas puras quimicamente, com poucos níveis de terrígenos. Enquanto diagramas binários de SiO2 e Al2O3 e ternários de Al-Fe-Mn indicam que a totalidade das amostras de formações ferríferas bandadas e granulares configuram sedimentos químico-exalativos hidrotermais. Diagramas específicos para identificação dos ambientes tectônicos para formação das rochas ferríferas granulares e bandadas estudadas na Faixa Seridó indicam principalmente cadeias oceânicas localizadas nas imediações de margens continentais ativas transicionais a arco de ilha. O estudo das formações ferríferas é importante não apenas por concentrarem a maior fonte econômica de ferro nas rochas, como também por serem particularmente essenciais para o entendimento da evolução atmosférica e a composição química dos oceanos no período de sua deposição.Ferriferous rocks occurrences in Rio Grande do Norte central region essentially correspond to small deposits without apparent economic potential. In contrast, during the last years, small deposits of this mineral has been well exploited in some areas of the region, especially within the Rio Piranhas-Seridó Domain. The iron formations occur as decimeters to tens of meters layers intercalated with the Jucurutu Formation gneiss, at the base of Seridó Group metavolcano-sedimentary sequence. They may be associated, but less frequently, with metamafic rocks hosted in the gneiss and possible orthoderived metamorphic rocks from Caico Complex. Systematic mapping at the scales of 1:100,000 (Lajes and Currais Novos geological maps) and mineral resources survey carried out by the Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) identified a significant amount of mineral occurrences (registered 48 occurrences of ferriferous rocks). In this work will be performed a macroscopic and microscopic petrographic characterization of thin sections, bipolid and polished sections of banded iron rocks, besides the discussion of lithochemistry data by analyzing the major elements, trace signing and rare earth elements to defining protolith and tectonic environment, where appropriated, as well as the use of MEV-EDS to study the qualitative chemical composition of magnetites and amphiboles. Basically, these rocks are composed of quartz, iron oxides and hydroxides, amphibole (cummingtonite-grunerite and actinolite-tremolite series), fine- to medium grained and granonematoblastic texture, sometimes with compositional banding. They are formed by Fe2O3 content ranging between 46 and 59% and SiO2 content ranging between 33 and 50%. Petrographically it were identified two distinct groups of ferriferous rocks: granular and bandeds. They occur interlayered respectively, into the migmatitic gneisses from Caicó Complex and in the supracrustal rocks correlated to the Jucurutu Formation. The lithochemistry permited to conclude that groups of granular and banded iron rocks sometimes present a similar behavior, sometimes not. The bimodal rocks are mainly composed of Si and Fe, with small proportion of trace and rare earths elements. The chemical parameters indicate dominantly oxidant environment and groups of rocks, since intermediate positions to closest the oceanic hydrothermal vents. As for the nature of the formation of the iron rocks, binary graphs with the relations between Th, Zr and Ti allowed to identify that they are chemically pure rocks, with few levels of terrigenous. While binary diagrams of SiO2 and Al2O3 and Al-Fe-Mn ternaries indicate that all samples of ferriferous banded and granular formations form hydrothermal chemical-exhalation sediments. Specific diagrams for the identification of the tectonic environments for the formation of granular iron rocks and banded iron rocks studied in the Faixa Seridó indicate mainly oceanic chains located next to active continental margins transitional to island arc. The iron formation study is important not only because it is the most economical source of iron in the rocks, but is particularly essential to understanding the atmospheric evolution and to the oceanic chemical composition in the period of their deposition.porCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOFISICAFormações ferríferasPetrografiaLitoquímicaFaixa SeridóPetrografia e litoquímica de rochas ferríferas na região central do Estado do Rio Grande do Norte (Domínio Rio Piranhas – Seridó, NE da Província Borborema)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALAlexandreRanierDantas_DISSERT.pdfAlexandreRanierDantas_DISSERT.pdfapplication/pdf21893332https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23403/1/AlexandreRanierDantas_DISSERT.pdf1cae36f65cf580d6d421c824d1ab3ae2MD51TEXTAlexandreRanierDantas_DISSERT.pdf.txtAlexandreRanierDantas_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain369462https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23403/4/AlexandreRanierDantas_DISSERT.pdf.txt270848c68c85a63532ef4f297ed8c7adMD54THUMBNAILAlexandreRanierDantas_DISSERT.pdf.jpgAlexandreRanierDantas_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg4823https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23403/5/AlexandreRanierDantas_DISSERT.pdf.jpg0d0bde769d883367b3f141d7564262b2MD55123456789/234032017-11-04 21:34:35.753oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/23403Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-05T00:34:35Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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