O direito à morte e o compromisso literário: Maurice Blanchot e Jean-Paul Sartre
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24037 |
Resumo: | Esta dissertação tem como tema a tensão entre Maurice Blanchot e Jean-Paul Sartre quanto ao aspecto ético, político e filosófico da literatura. Entendemos que essa tensão faz parte da subjetividade artística moderna, tendida entre a liberdade de recusa soberana e a aceitação do compromisso com a história, de modo que ambos os autores acirram essa contradição da literatura. Se, por um lado, Blanchot (2011b) afirma que a literatura é a porta para uma experiência além dela mesma, experiência que busca tornar a morte possível, Sartre (2004) afirma que a literatura é o âmbito de uma relação entre liberdades onde tem lugar uma dialética fundamental que implica a tomada de consciência. Ambos os autores concebem a realidade humana como negatividade, por isso a importância de Hegel como fundo comum de onde a tensão emerge. A filosofia hegeliana, através dos cursos de Alexandre Kojéve (2012), com sua ênfase na ideia de morte, terá em Blanchot uma rearticulação sem a qual não poderíamos compreender suas ideias sobre a literatura. Em Sartre, a filosofia hegeliana é igualmente importante, uma vez que suas ideias sobre o existencialismo articulam não apenas a fenomenologia husserliana e o marxismo (posteriormente), mas a dialética da negatividade e do universal concreto. Para Blanchot, a literatura manifesta uma liberdade absoluta, uma interrogação radical que põe em causa todos os projetos humanos. Para Sartre, essa liberdade absoluta, que pode ter sido o afã do surrealismo, é concebida como tentação da irresponsabilidade. A literatura permanece o lugar de uma ambiguidade que está presente nos dois autores. |
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Entendemos que essa tensão faz parte da subjetividade artística moderna, tendida entre a liberdade de recusa soberana e a aceitação do compromisso com a história, de modo que ambos os autores acirram essa contradição da literatura. Se, por um lado, Blanchot (2011b) afirma que a literatura é a porta para uma experiência além dela mesma, experiência que busca tornar a morte possível, Sartre (2004) afirma que a literatura é o âmbito de uma relação entre liberdades onde tem lugar uma dialética fundamental que implica a tomada de consciência. Ambos os autores concebem a realidade humana como negatividade, por isso a importância de Hegel como fundo comum de onde a tensão emerge. A filosofia hegeliana, através dos cursos de Alexandre Kojéve (2012), com sua ênfase na ideia de morte, terá em Blanchot uma rearticulação sem a qual não poderíamos compreender suas ideias sobre a literatura. Em Sartre, a filosofia hegeliana é igualmente importante, uma vez que suas ideias sobre o existencialismo articulam não apenas a fenomenologia husserliana e o marxismo (posteriormente), mas a dialética da negatividade e do universal concreto. Para Blanchot, a literatura manifesta uma liberdade absoluta, uma interrogação radical que põe em causa todos os projetos humanos. Para Sartre, essa liberdade absoluta, que pode ter sido o afã do surrealismo, é concebida como tentação da irresponsabilidade. A literatura permanece o lugar de uma ambiguidade que está presente nos dois autores.This dissertation is about the tension between Maurice Blanchot and Jean-Paul Sartre, as to the ethical, political and philosophical aspect of literature. We understand that this tension is part of modern artistic subjectivity, stretched between freedom of sovereign refusal and acceptance of commitment to history, so that both writers stir up this contradiction of literature. If, on the one hand, Blanchot (2011b) affirms that literature is the door to an experience beyond itself, an experience seeks to make death possible, Sartre (2004) says that literature is the space of a relation between freedoms where a fundamental dialectic takes place that implies an awareness. Both authors conceive the human reality as negativity, hence the importance of Hegel as common ground from which tension emerges. The Hegelian philosophy, through the courses of Alexandre Kojéve (2012), with its emphasis on the idea of death, will have in Blanchot an rearticulation without which we could not understand his ideas about literature. In Sartre, Hegel’s philosophy is equally important, since his ideas about existentialism articulate not only phenomenology and Marxism (later), but the dialectic of negativity and the concrete universal. For Blanchot, literature manifests an absolute freedom, a radical interrogation that calls into question all human projects. For Sartre, this absolute freedom, which was the desire of surrealism, is conceived as a temptation to irresponsibility. The literature holds the place of an ambiguity that is present in the two authors.porCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAMaurice BlanchotJean-Paul SartreLiteraturaLinguagemExperiênciaDialéticaO direito à morte e o compromisso literário: Maurice Blanchot e Jean-Paul Sartreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALJeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdfJeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdfapplication/pdf853938https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24037/1/JeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdfba1dc589595928a0c56eec2c3ddf74daMD51TEXTJeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdf.txtJeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain405628https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24037/4/JeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdf.txt19a3d7811f614008a79b051ca072eb1dMD54THUMBNAILJeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdf.jpgJeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg1674https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24037/5/JeffersonEduardoDaPazBarbosa_DISSERT.pdf.jpga168a239796d63cdf55cffd6a884bf27MD55123456789/240372022-03-30 16:27:11.621oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/24037Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-03-30T19:27:11Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Esta dissertação tem como tema a tensão entre Maurice Blanchot e Jean-Paul Sartre quanto ao aspecto ético, político e filosófico da literatura. Entendemos que essa tensão faz parte da subjetividade artística moderna, tendida entre a liberdade de recusa soberana e a aceitação do compromisso com a história, de modo que ambos os autores acirram essa contradição da literatura. Se, por um lado, Blanchot (2011b) afirma que a literatura é a porta para uma experiência além dela mesma, experiência que busca tornar a morte possível, Sartre (2004) afirma que a literatura é o âmbito de uma relação entre liberdades onde tem lugar uma dialética fundamental que implica a tomada de consciência. Ambos os autores concebem a realidade humana como negatividade, por isso a importância de Hegel como fundo comum de onde a tensão emerge. A filosofia hegeliana, através dos cursos de Alexandre Kojéve (2012), com sua ênfase na ideia de morte, terá em Blanchot uma rearticulação sem a qual não poderíamos compreender suas ideias sobre a literatura. Em Sartre, a filosofia hegeliana é igualmente importante, uma vez que suas ideias sobre o existencialismo articulam não apenas a fenomenologia husserliana e o marxismo (posteriormente), mas a dialética da negatividade e do universal concreto. Para Blanchot, a literatura manifesta uma liberdade absoluta, uma interrogação radical que põe em causa todos os projetos humanos. Para Sartre, essa liberdade absoluta, que pode ter sido o afã do surrealismo, é concebida como tentação da irresponsabilidade. A literatura permanece o lugar de uma ambiguidade que está presente nos dois autores. |
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