Extratos de Talisia esculenta apresentam compostos bioativos com atividade antioxidante e potencial anti-inflamatório, em modelos in vitro e in vivo
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57651 |
Resumo: | Conhecida popularmente como Pitombeira, Talisia esculenta (Sapindaceae) é uma espécie nativa do nordeste brasileiro que possui potencial econômico e medicinal. Os frutos desta planta são utilizados na alimentação e suas cascas atualmente têm seu potencial farmacológico pouco explorado, sendo descartado sem nenhuma aplicação biotecnológica A infusão de suas folhas é utilizada na medicina popular com indicação contra dores no quadril, reumatismo e pressão alta, porém, até o momento estudos de avaliação de seu potencial farmacológico, toxicológico e composição fitoquímica são escassos. Diante desse contexto, esse estudo teve como objetivos obter os extratos hidroetanólicos e as infusões das folhas e cascas dos frutos de T. esculenta, realizar sua caracterização fitoquímica e investigar seu potencial antioxidante e antiinflamatório in vitro e sua toxicidade e capacidade antioxidante in vivo, utilizando dois modelos animais, Tenebrio molitor e Zebrafish. Para isso, foram preparados o extrato hidroetanólico (70%) e o extrato aquoso (infusão) a partir das folhas frescas e cascas dos frutos da espécie, obtendo-se assim o extrato hidroetanólico das folhas (HF), infusão das folhas (IF), extrato hidroetanólico das cascas dos frutos (HC) e infusão das cascas dos frutos (IC). Inicialmente, a avaliação da capacidade antioxidante foi realizada por meio dos ensaios de Capacidade Antioxidante Total (CAT), sequestro do radical DPPH, poder redutor e quelação de Cobre. Os extratos tiveram seu efeito citotoxico avaliado pelo teste MTT e foram analisados quanto ao seu efeito sobre a migração celular e sua capacidade antioxidante em células NHI/3T3. Os extratos IF e HC foram selecionados para ter seus efeitos investigados em T. molitor e para caracterização fitoquímica, que foi realizada por meio da quantificação do teor de fenolicos, flavonoides e análise por CLAE-DAD (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detecção por arranjo de diodos). Também foi analizado nesse trabalho, o potencial antioxidante e antiinflamatório de todos os extratos de T. esculenta sobre a linhagem de macrófagos RAW 264.7. Ademais, investigou-se os efeitos protetores dos extratos de T. esculenta com os modelos de estresse oxidativo induzido por H2O2 e CuSO4 e ascorbato em Zebrafish, com base na análise dos níveis de espécies reativas de oxigênio (ERO). Os resultados revelaram que ambos os extratos apresentaram capacidade de sequestro de radicais, assim como uma elevada capacidade de quelação de íons cobre. Observou-se que os extratos de T. esculenta não apresentaram efeitos citotóxicos sobre a linhagem NHI/3T3, e apresentaram efeitos protetores contra o dano oxidativo induzido por CuSO4 e ascorbato. A análise da sobrevivência em larvas de T. molitor mostrou que IF e HC não apresentaram toxicidade significativa, nas concentrações avaliadas e foram capazes de reduzir o efeito do CuSO4 sobre os animais, uma vez que foi verificado uma maior sobrevivência de larvas tratadas com os extratos, com relação ao controle positivo, bem como menor melanização nos animais. A análise por CLAE-DAD revelou a presença de compostos em sua maioria da classe dos flavonoides, e identificou-se a presença de ácido gálico, quercitrina e rutina. Os resultados com modelo celular RAW 264.7 demonstraram a ausência de citotoxicidade pelo ensaio MTT e que os extratos de T. esculenta também foram capazes de reduzir os danos causados pelo estresse oxidativo induzido por H2O2 nos macrófagos. No entanto, apenas HC foi capaz de reduzir a produção de óxido nítrico (NO), quando os macrófagos foram estimulados com Lipopolissacarídeo (LPS). Todos os extratos reduziram os níveis de ERO nas larvas de Zebrafish expostas ao H2O2, no entanto uma redução mais significativa foi verificada para HF, IF e HC que foram iguais estatisticamente ao controle negativo. Ambas as amostras também reduziram os níveis de ERO no modelo de estresse induzido por CuSO4 e ascorbato em Zebrafish, de forma elevada. Em conjunto, esses dados demonstram que T. esculenta é uma fonte de compostos com potentes efeitos antioxidantes e potencial anti-inflamatório que deve ser mais profundamente estudado para futuras aplicações biotecnológicas. |
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Cordeiro, Maria Lúcia da Silvahttp://lattes.cnpq.br/2753398293028955https://orcid.org/0000-0002-4690-2785http://lattes.cnpq.br/4808910380593455Rocha, Hugo Alexandre de Oliveirahttps://orcid.org/0000-0003-2252-1221http://lattes.cnpq.br/4651814546820796Uchoa, Adriana FerreiraGomes, Dayanne LopesSantos, Deborah Yara Alves Cursino dosCâmara, Rafael Barros Gomes daScortecci, Katia Castanho2024-02-19T17:41:25Z2024-02-19T17:41:25Z2023-10-24CORDEIRO, Maria Lúcia da Silva. Extratos de Talisia esculenta apresentam compostos bioativos com atividade antioxidante e potencial anti-inflamatório, em modelos in vitro e in vivo. Orientadora: Dra. Katia Castanho Scortecci. 2023. 115f. Tese (Doutorado em Bioquímica e Biologia Molecular) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57651Conhecida popularmente como Pitombeira, Talisia esculenta (Sapindaceae) é uma espécie nativa do nordeste brasileiro que possui potencial econômico e medicinal. Os frutos desta planta são utilizados na alimentação e suas cascas atualmente têm seu potencial farmacológico pouco explorado, sendo descartado sem nenhuma aplicação biotecnológica A infusão de suas folhas é utilizada na medicina popular com indicação contra dores no quadril, reumatismo e pressão alta, porém, até o momento estudos de avaliação de seu potencial farmacológico, toxicológico e composição fitoquímica são escassos. Diante desse contexto, esse estudo teve como objetivos obter os extratos hidroetanólicos e as infusões das folhas e cascas dos frutos de T. esculenta, realizar sua caracterização fitoquímica e investigar seu potencial antioxidante e antiinflamatório in vitro e sua toxicidade e capacidade antioxidante in vivo, utilizando dois modelos animais, Tenebrio molitor e Zebrafish. Para isso, foram preparados o extrato hidroetanólico (70%) e o extrato aquoso (infusão) a partir das folhas frescas e cascas dos frutos da espécie, obtendo-se assim o extrato hidroetanólico das folhas (HF), infusão das folhas (IF), extrato hidroetanólico das cascas dos frutos (HC) e infusão das cascas dos frutos (IC). Inicialmente, a avaliação da capacidade antioxidante foi realizada por meio dos ensaios de Capacidade Antioxidante Total (CAT), sequestro do radical DPPH, poder redutor e quelação de Cobre. Os extratos tiveram seu efeito citotoxico avaliado pelo teste MTT e foram analisados quanto ao seu efeito sobre a migração celular e sua capacidade antioxidante em células NHI/3T3. Os extratos IF e HC foram selecionados para ter seus efeitos investigados em T. molitor e para caracterização fitoquímica, que foi realizada por meio da quantificação do teor de fenolicos, flavonoides e análise por CLAE-DAD (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detecção por arranjo de diodos). Também foi analizado nesse trabalho, o potencial antioxidante e antiinflamatório de todos os extratos de T. esculenta sobre a linhagem de macrófagos RAW 264.7. Ademais, investigou-se os efeitos protetores dos extratos de T. esculenta com os modelos de estresse oxidativo induzido por H2O2 e CuSO4 e ascorbato em Zebrafish, com base na análise dos níveis de espécies reativas de oxigênio (ERO). Os resultados revelaram que ambos os extratos apresentaram capacidade de sequestro de radicais, assim como uma elevada capacidade de quelação de íons cobre. Observou-se que os extratos de T. esculenta não apresentaram efeitos citotóxicos sobre a linhagem NHI/3T3, e apresentaram efeitos protetores contra o dano oxidativo induzido por CuSO4 e ascorbato. A análise da sobrevivência em larvas de T. molitor mostrou que IF e HC não apresentaram toxicidade significativa, nas concentrações avaliadas e foram capazes de reduzir o efeito do CuSO4 sobre os animais, uma vez que foi verificado uma maior sobrevivência de larvas tratadas com os extratos, com relação ao controle positivo, bem como menor melanização nos animais. A análise por CLAE-DAD revelou a presença de compostos em sua maioria da classe dos flavonoides, e identificou-se a presença de ácido gálico, quercitrina e rutina. 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Em conjunto, esses dados demonstram que T. esculenta é uma fonte de compostos com potentes efeitos antioxidantes e potencial anti-inflamatório que deve ser mais profundamente estudado para futuras aplicações biotecnológicas.Talisia esculenta (Sapindaceae) is an indigenous species endemic to Northeastern Brazil, known as Pitombeira, with economic importance and potential medicinal use. While the fruit can be used as a food source, its remains unkonwn its pharmacological applications and is often discarded without further biotechnological exploration. Traditional folk medicine employs leaf infusions from T. esculenta as medicine for hip pain, rheumatism, and hypertension. However, there is a lack of knowledge ofr its pharmacological efficacy, toxicological profile, and phytochemical constituents. In this context, the aim of this study was to obtain hydroethanolic extracts and infusions of the leaves and fruit peels of T. esculenta, and then perform its phytochemical characterization, measure its antioxidant and anti-inflammatory potential in vitro and its toxicity and antioxidant capacity in vivo. For in vivo analysis it was used two animal models- Tenebrio molitor and Zebrafish. The hydroethanolic extract (70%) and the aqueous extract (infusion) were prepared from the fresh leaves and fruit peels, obtaining the hydroethanolic extract of the leaves (HF), infusion of the leaves (IF), hydroethanolic extract of the fruit peels (HC), and infusion of the fruit peels (IC). Firstly, the antioxidant capacity was assessed using various assays: Total Antioxidant Capacity (CAT), DPPH radical scavenging, reducing power, and copper chelation. The extracts had their cytotoxic effect assessed by the MTT assay and it was analyzed their effect on cell migration and antioxidant capacity using NHI/3T3 cell line. As the extracts IF and HC were selected for further investigation on their effects on T. molitor and for the phytochemical characterization by quantifying the content of phenolics and flavonoids and analyzing them by CLAE-DAD (High-Performance Liquid Chromatography with Diode-Array Detection). This work also analysed the antioxidant and anti-inflammatory potential of all the T. esculenta extracts on the RAW 264.7 (macrophage strain). In addition, the protective effects of T. esculenta extracts were investigated using models of oxidative stress induced by H2O2 and CuSO4 and ascorbate in Zebrafish, based on the analysis of levels of reactive oxygen species (ROS). These assays indicated that both extract types exhibited effective radical scavenging capabilities and a high capacity for copper ion chelation. It was observed that T. esculenta extracts had no effects on MTT reduction or cell migration. Furthermore, these extracts protected cells from oxidative stress induced by both CuSO4 and ascorbate. Survival analysis showed that IF and HC exhibited no toxicity at the evaluated concentrations. Moreover, these extracts mitigated the effects of CuSO4 exposure on T. molitor larvae. Specifically, an increase in larval survival was observed when treated with these extracts compared to the positive control. Additionally, a reduction in melanization was verified in the animals. The CLAE-DAD analyse revealed the presence of compounds mostly from the flavonoid class, and the presence of gallic acid, quercitrin and rutin was identified. In RAW 264.7 cell assays, the extracts demonstrated no cytotoxicity as per MTT tests and effectively mitigated oxidative damage induced by H2O2 in macrophages. However, only HC was able to reduce nitric oxide (NO) production in LPS-stimulated macrophages. Moreover, the protective effects of T. esculenta extracts on H2O2 and CuSO4 and ascorbate-induced oxidative stress model in zebrafish were also investigated based on the analysis of ROS levels by fluorescence microscopy. All extracts reduced ROS levels in larvae exposed to H2O2, however a significant reduction was verified for HF, IF and HC, which were statistically equal to the negative control. All samples reduced ROS levels in the CuSO4 and ascorbate-induced stress model. Considering all above, these findings suggest that T. esculenta can be a promising source of bioactive compounds with potent antioxidant and anti-inflammatory properties, and it may have an interesting potential biotechnological applications.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULARUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASSapindaceaeEstresse oxidativoTenebrio molitorPlanta medicinalZebrafishExtratos de Talisia esculenta apresentam compostos bioativos com atividade antioxidante e potencial anti-inflamatório, em modelos in vitro e in vivoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALExtratosTalisiaesculenta_Cordeiro_2023.pdfapplication/pdf18638053https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/57651/1/ExtratosTalisiaesculenta_Cordeiro_2023.pdf50f8c83d3fb6bee94f5bd6565b55380eMD51123456789/576512024-02-19 14:41:55.857oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/57651Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2024-02-19T17:41:55Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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