Como era na favela? Como é no conjunto?: relações entre propriedades espaciais e modos de uso no caso do reassentamento da Favela do Maruim em Natal/RN
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25663 |
Resumo: | Nesta dissertação foram investigadas relações entre forma e usos da arquitetura visando identificar efeitos que alterações morfológicas nos espaços abertos de uso coletivo possam ter exercido sobre modos de uso desses espaços. Especificamente, buscou-se compreender se, e como, usos preexistentes foram modificados após o reassentamento de uma população de uma favela, assentamento orgânico, autoconstruído – Favela do Maruim – para um conjunto habitacional, planejado pelo estado – Conjunto São Pedro. Com base no referencial teórico da Sintaxe do Espaço (HILLIER; HANSON, 1984), partiu-se do pressuposto que a forma da Arquitetura – resultante do arranjo de cheios (massas construídas) e vazios (permeabilidades) – estrutura possibilidades e restrições ao ir e vir estar e enxergar, as quais definem campos potenciais de copresença e movimento de indivíduos no espaço. Neste caso, a hipótese foi de que a natureza morfológica do conjunto é oposta à da favela, sendo assim, alterou tipos de relações espaciais, da micro à macro escala, e possivelmente modificou padrões de copresença, uso do lugar e interação entre os diferentes indivíduos no espaço – moradores locais e estranhos (não locais). O conjunto subverteu a lógica autodefensiva e de proximidade entre os moradores da Favela para um movimento mais similar ao da cidade de maneira global – onde há maior potencial de encontro entre diferentes. A abertura para a cidade aproximou a população reassentada do discurso do medo, da reclusão dentro de casa e da criação de muros e barreiras para o espaço público. Na busca de comprovar a hipótese, foi realizado um estudo comparativo de instâncias potenciais e episódios reais de encontro através da análise dos espaços, e visitas in loco na favela e no conjunto. Técnicas da Análise Sintática do Espaço (ASE) caracterizaram a inserção de cada assentamento na malha da cidade na perspectiva de entender acessibilidades “ao caminhar” e “ao olhar” por meio de instrumentos que exploram relações topológicas e distâncias métricas. Para entender a relação entre a massa construída e a estrutura de espaços abertos foram examinados usos locais e relações entre espaços públicos e privados. Em busca de compreender os usos reais do espaço, foram observados o movimento peatonal e traços físicos do espaço; ainda foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a população. Os resultados mostram que a configuração da favela, desordenada e menos integrada ao tecido urbano da cidade, delineava um enclave que diminuía a interface de encontros entre diferentes (moradores e estranhos). Internamente, uma forte hierarquia e coesão entre acessibilidades (local e vicinal “ao caminhar” e “ao olhar”), privilegiava o uso de certos espaços abertos pelos moradores. Estes funcionavam como extensão da casa dos habitantes locais, como pontos de confluência de encontros, passagem de pedestres e de atividades com forte ligação público/privado. O conjunto, por sua vez, com uma ordem de acessibilidade e visibilidade mais homogênea, pouco hierárquica, com ligações público/privado frequentemente interrompidas, ainda que mais integrado à cidade, estimula a interface de encontros entre diferentes, enquanto restringe potenciais encontros entre moradores. Em um esforço de contornar as limitações da forma da arquitetura, moradores persistem em estar nos espaços coletivos do conjunto, ocupação aparentemente consubstanciada na presença dos tapumes, uma vez que estes contribuem para aproximar o conjunto da lógica de enclave da Favela, apartando-o do contínuo espacial da cidade e consolidando barreiras que vem, de resto, se tornando recorrentes na construção de residências em cidades brasileiras nos últimos anos. |
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Lopes, Flávia Monaliza Nunes SecundoTrigueiro, Edja Bezerra FariaBorges, Amadja HenriqueMonteiro, Circe Maria GamaTeixeira, Rubenilson Brazão2018-08-02T23:42:14Z2018-08-02T23:42:14Z2018-06-15LOPES, Flávia Monaliza Nunes Secundo. Como era na favela? Como é no conjunto?: relações entre propriedades espaciais e modos de uso no caso do reassentamento da Favela do Maruim em Natal/RN. 2018. 148f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25663Nesta dissertação foram investigadas relações entre forma e usos da arquitetura visando identificar efeitos que alterações morfológicas nos espaços abertos de uso coletivo possam ter exercido sobre modos de uso desses espaços. Especificamente, buscou-se compreender se, e como, usos preexistentes foram modificados após o reassentamento de uma população de uma favela, assentamento orgânico, autoconstruído – Favela do Maruim – para um conjunto habitacional, planejado pelo estado – Conjunto São Pedro. Com base no referencial teórico da Sintaxe do Espaço (HILLIER; HANSON, 1984), partiu-se do pressuposto que a forma da Arquitetura – resultante do arranjo de cheios (massas construídas) e vazios (permeabilidades) – estrutura possibilidades e restrições ao ir e vir estar e enxergar, as quais definem campos potenciais de copresença e movimento de indivíduos no espaço. Neste caso, a hipótese foi de que a natureza morfológica do conjunto é oposta à da favela, sendo assim, alterou tipos de relações espaciais, da micro à macro escala, e possivelmente modificou padrões de copresença, uso do lugar e interação entre os diferentes indivíduos no espaço – moradores locais e estranhos (não locais). O conjunto subverteu a lógica autodefensiva e de proximidade entre os moradores da Favela para um movimento mais similar ao da cidade de maneira global – onde há maior potencial de encontro entre diferentes. A abertura para a cidade aproximou a população reassentada do discurso do medo, da reclusão dentro de casa e da criação de muros e barreiras para o espaço público. Na busca de comprovar a hipótese, foi realizado um estudo comparativo de instâncias potenciais e episódios reais de encontro através da análise dos espaços, e visitas in loco na favela e no conjunto. Técnicas da Análise Sintática do Espaço (ASE) caracterizaram a inserção de cada assentamento na malha da cidade na perspectiva de entender acessibilidades “ao caminhar” e “ao olhar” por meio de instrumentos que exploram relações topológicas e distâncias métricas. Para entender a relação entre a massa construída e a estrutura de espaços abertos foram examinados usos locais e relações entre espaços públicos e privados. Em busca de compreender os usos reais do espaço, foram observados o movimento peatonal e traços físicos do espaço; ainda foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a população. Os resultados mostram que a configuração da favela, desordenada e menos integrada ao tecido urbano da cidade, delineava um enclave que diminuía a interface de encontros entre diferentes (moradores e estranhos). Internamente, uma forte hierarquia e coesão entre acessibilidades (local e vicinal “ao caminhar” e “ao olhar”), privilegiava o uso de certos espaços abertos pelos moradores. Estes funcionavam como extensão da casa dos habitantes locais, como pontos de confluência de encontros, passagem de pedestres e de atividades com forte ligação público/privado. O conjunto, por sua vez, com uma ordem de acessibilidade e visibilidade mais homogênea, pouco hierárquica, com ligações público/privado frequentemente interrompidas, ainda que mais integrado à cidade, estimula a interface de encontros entre diferentes, enquanto restringe potenciais encontros entre moradores. Em um esforço de contornar as limitações da forma da arquitetura, moradores persistem em estar nos espaços coletivos do conjunto, ocupação aparentemente consubstanciada na presença dos tapumes, uma vez que estes contribuem para aproximar o conjunto da lógica de enclave da Favela, apartando-o do contínuo espacial da cidade e consolidando barreiras que vem, de resto, se tornando recorrentes na construção de residências em cidades brasileiras nos últimos anos.This study addresses relations between form and use of architecture with the aim of investigating whether morphological changes regarding open spaces shared by a housing community might have exerted over the way people use those spaces. It aims to shed light on whether and how the reallocation of a self-built organic settlement – Favela do Maruim – to a regularly schemed, state-funded housing estate – Conjunto São Pedro – led to alterations in the way people used common open spaces in their previous environs. Guided by the Space Syntax theory (HILLIER; HANSON, 1984), the investigation approach stems from the assumption, that architectural form - structured by masses (buildings) and voids (permeability) - offer possibilities and restrictions concerning moving, being and seeing, and, therefore, define potential fields of co-presence and movement by individuals in space. The hypothesis underlying the case study was that because the morphological nature of the housing estate diverges from that of the Favela settlement, spatial relations are altered from the micro to the macro scale, thus prompting changes in patterns of co-presence, use of communal areas and interaction among diverse individuals in space – inhabitants, visitors and strangers (insiders and outsiders). In the Housing Estate the self-defensive logic of nearness among residents that existed in the Favela was subverted and replaced by another more similar to that which prevails in the city as a whole, with a higher potential of encounter fields. The less enclosed arrangement appears to threat the resettled population, bringing about the discourse of fear, which enforces reclusion inside an area severed from the public space by walls and barriers. In the search to test the hypothesis, comparative studies of potential and real instances of encounter were carried out by means of spatial analysis and of in loco visits regarding actual use in the Favela and the Housing Estate. Space syntax analysis was applied to quantify the insertion of each settlement in the city grid, in topological and metric distances, to gauge accessibilities “by foot” and “to the eye”. In order to understand the relation between the built mass and the structure of open spaces, local uses and relations between public and private spaces were analysed. To understand the real uses of space, the data gathering process included the observation of pedestrian movement and physical traces of space; and enquiries about the ways people use common areas, by means of semi-structured interviews. The results show that the Favela configuration, disorderly and less integrated with the city urban grid, outlined an enclave that decreased the potential encounter field between insiders and outsiders. Internally, a stronger hierarchy and cohesion concerning diverse accessibility catchment levels (local, vicinal, to the feet or the eyes) privileged the use of certain open spaces by the inhabitants. Those points that showed strong public/private connections, worked as extensions to the houses and as confluence points for encounter, pedestrian flows and activities. In the Housing Estate, on the other hand, a homogeneous, less hierarchical internal structure, with low cohesion concerning accessibility levels, less openings connecting closed/open spaces and higher integration to the city grid, stimulate the interface between insiders and outsiders, whereas restraining the potential encounter field amongst inhabitants. On an effort to overcome the limitations of the architectural spatial form, inhabitants persist on being in the Housing Estate common areas, an occupation apparently consubstantiated by the presence of construction fences that approximates the Estate’s spatial structure to the Favela’s enclave logic, setting it apart from the city continuous space and consolidating barriers, which at any rate, are becoming the norm, concerning residential premises in Brazilian cities.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ARQUITETURA E URBANISMOForma da arquiteturaUsos do espaçoReassentamento de favelasConjuntos habitacionaisFavela do MaruimNatalComo era na favela? Como é no conjunto?: relações entre propriedades espaciais e modos de uso no caso do reassentamento da Favela do Maruim em Natal/RNinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMOUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTComoEraFavela_Lopes_2018.pdf.txtComoEraFavela_Lopes_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain272983https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25663/2/ComoEraFavela_Lopes_2018.pdf.txtf0bb30ade040b7471a9ff0fa866645a5MD52THUMBNAILComoEraFavela_Lopes_2018.pdf.jpgComoEraFavela_Lopes_2018.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg9239https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25663/3/ComoEraFavela_Lopes_2018.pdf.jpg37e56c9dbbefd5c99a75a8c023287015MD53ORIGINALComoEraFavela_Lopes_2018.pdfapplication/pdf12783312https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/25663/1/ComoEraFavela_Lopes_2018.pdff8faf055082fc21f33e9b7c6818d68e1MD51123456789/256632019-01-30 08:54:55.483oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/25663Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-01-30T11:54:55Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Nesta dissertação foram investigadas relações entre forma e usos da arquitetura visando identificar efeitos que alterações morfológicas nos espaços abertos de uso coletivo possam ter exercido sobre modos de uso desses espaços. Especificamente, buscou-se compreender se, e como, usos preexistentes foram modificados após o reassentamento de uma população de uma favela, assentamento orgânico, autoconstruído – Favela do Maruim – para um conjunto habitacional, planejado pelo estado – Conjunto São Pedro. Com base no referencial teórico da Sintaxe do Espaço (HILLIER; HANSON, 1984), partiu-se do pressuposto que a forma da Arquitetura – resultante do arranjo de cheios (massas construídas) e vazios (permeabilidades) – estrutura possibilidades e restrições ao ir e vir estar e enxergar, as quais definem campos potenciais de copresença e movimento de indivíduos no espaço. Neste caso, a hipótese foi de que a natureza morfológica do conjunto é oposta à da favela, sendo assim, alterou tipos de relações espaciais, da micro à macro escala, e possivelmente modificou padrões de copresença, uso do lugar e interação entre os diferentes indivíduos no espaço – moradores locais e estranhos (não locais). O conjunto subverteu a lógica autodefensiva e de proximidade entre os moradores da Favela para um movimento mais similar ao da cidade de maneira global – onde há maior potencial de encontro entre diferentes. A abertura para a cidade aproximou a população reassentada do discurso do medo, da reclusão dentro de casa e da criação de muros e barreiras para o espaço público. Na busca de comprovar a hipótese, foi realizado um estudo comparativo de instâncias potenciais e episódios reais de encontro através da análise dos espaços, e visitas in loco na favela e no conjunto. Técnicas da Análise Sintática do Espaço (ASE) caracterizaram a inserção de cada assentamento na malha da cidade na perspectiva de entender acessibilidades “ao caminhar” e “ao olhar” por meio de instrumentos que exploram relações topológicas e distâncias métricas. Para entender a relação entre a massa construída e a estrutura de espaços abertos foram examinados usos locais e relações entre espaços públicos e privados. Em busca de compreender os usos reais do espaço, foram observados o movimento peatonal e traços físicos do espaço; ainda foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a população. Os resultados mostram que a configuração da favela, desordenada e menos integrada ao tecido urbano da cidade, delineava um enclave que diminuía a interface de encontros entre diferentes (moradores e estranhos). Internamente, uma forte hierarquia e coesão entre acessibilidades (local e vicinal “ao caminhar” e “ao olhar”), privilegiava o uso de certos espaços abertos pelos moradores. Estes funcionavam como extensão da casa dos habitantes locais, como pontos de confluência de encontros, passagem de pedestres e de atividades com forte ligação público/privado. O conjunto, por sua vez, com uma ordem de acessibilidade e visibilidade mais homogênea, pouco hierárquica, com ligações público/privado frequentemente interrompidas, ainda que mais integrado à cidade, estimula a interface de encontros entre diferentes, enquanto restringe potenciais encontros entre moradores. Em um esforço de contornar as limitações da forma da arquitetura, moradores persistem em estar nos espaços coletivos do conjunto, ocupação aparentemente consubstanciada na presença dos tapumes, uma vez que estes contribuem para aproximar o conjunto da lógica de enclave da Favela, apartando-o do contínuo espacial da cidade e consolidando barreiras que vem, de resto, se tornando recorrentes na construção de residências em cidades brasileiras nos últimos anos. |
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