Para que enfim se colonizem estes sertões: a Câmara de Natal e a Guerra dos Bárbaros (1681-1722)
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24279 |
Resumo: | Neste trabalho pretendemos analisar o papel desempenhado pelo Senado da Câmara da cidade do Natal no processo de conquista do sertão da capitania do Rio Grande, a partir da atuação dessa instituição e dos homens que nela exerceram cargos oficiais durante a chamada Guerra dos Bárbaros, cujos acontecimentos se desenrolaram entre as duas últimas décadas do século XVII e as duas primeiras décadas do século XVIII. Consideramos que, estabelecida no litoral desde o início do século XVII, a Câmara de Natal foi constituída por indivíduos que atuaram, juntamente com outros personagens, no sentido de ordenar e efetivar a conquista colonial sobre os vastos sertões do Rio Grande. Dessa maneira, percebemos, através da leitura da documentação camarista, que o sertão e a cidade do Natal seriam espaços considerados como opostos, a saber, o mundo do caos e da falta de controle régio, em contraposição ao mundo da ordem e da cristandade, representado pelo litoral e pelas instituições civis e eclesiásticas nele estabelecidas. Mesmo construído a partir do litoral como o espaço da selvageria e da barbárie, o sertão colonial também era encarado como um espaço vazio e disponível, possibilitando o avanço da colonização e a geração de riquezas para a Coroa e para os moradores da América portuguesa, o que despertava o interesse dos diferentes grupos e atores sociais envolvidos no processo de conquista, gerando diversos conflitos entre eles. Assim, partimos principalmente da documentação oficial produzida pelos camarários da cidade do Natal – nas atas de reuniões da Câmara ou em comunicação com outras autoridades da capitania do Rio Grande e do Estado do Brasil, e com o próprio centro do império – para analisar de que maneira as concepções predominantes na sociedade colonial sobre os sertões e sobre os povos que neles habitavam, além dos interesses ligados à efetivação da conquista sobre tais espaços, influenciaram as ações que tornaram possível a sua conquista. |
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Dessa maneira, percebemos, através da leitura da documentação camarista, que o sertão e a cidade do Natal seriam espaços considerados como opostos, a saber, o mundo do caos e da falta de controle régio, em contraposição ao mundo da ordem e da cristandade, representado pelo litoral e pelas instituições civis e eclesiásticas nele estabelecidas. Mesmo construído a partir do litoral como o espaço da selvageria e da barbárie, o sertão colonial também era encarado como um espaço vazio e disponível, possibilitando o avanço da colonização e a geração de riquezas para a Coroa e para os moradores da América portuguesa, o que despertava o interesse dos diferentes grupos e atores sociais envolvidos no processo de conquista, gerando diversos conflitos entre eles. Assim, partimos principalmente da documentação oficial produzida pelos camarários da cidade do Natal – nas atas de reuniões da Câmara ou em comunicação com outras autoridades da capitania do Rio Grande e do Estado do Brasil, e com o próprio centro do império – para analisar de que maneira as concepções predominantes na sociedade colonial sobre os sertões e sobre os povos que neles habitavam, além dos interesses ligados à efetivação da conquista sobre tais espaços, influenciaram as ações que tornaram possível a sua conquista.En este trabajo pretendemos analizar el papel desempeñado por el Senado de la Cámara de la ciudad de Natal en el proceso de conquista del Sertão de la capitanía del Rio Grande, desde la actuación de esa institución y de los hombres que en ella ejercieron cargos oficiales durante la llamada Guerra de los Bárbaros, cuyos acontecimientos se desarrollaron entre las dos últimas décadas del siglo XVII y las dos primeras décadas del siglo XVIII. Consideramos que, establecida en la costa desde el inicio del siglo XVII, la Cámara de Natal fue constituida por individuos que actuaron juntamente con otros personajes, en el sentido de ordenar y realizar la conquista colonial sobre los vastos sertões de Rio Grande. De ese modo, percibimos, a través de la lectura de la documentación de la Cámara, que el sertão y la ciudad de Natal serian espacios considerados como opuestos, o sea, el mundo del caos y de la falta de control regio, en contraposición al mundo del orden y de la cristiandad, representado por la costa y por las instituciones civiles y eclesiásticas pertenecientes a él. Incluso construido a partir de la costa como el espacio de salvajismo y de la barbarie, el sertão colonial también era visto como un espacio vacío y disponible, posibilitando el avance de la colonización y el aumento de riquezas para la Corona y para los habitantes de América portuguesa, lo que despertaba el interés de los distintos grupos y actores sociales involucrados en el proceso de conquista, generando conflictos entre ellos. Por lo tanto, empezamos principalmente por la documentación oficial producida por los oficiales de Cámara de la ciudad de Natal – en las actas de reuniones de la Cámara o en comunicación con otras autoridades de la capitanía de Rio Grande y del Estado de Brasil, y con el propio centro del imperio – para analizar de qué manera las concepciones predominantes en la sociedad colonial sobre los sertões y sobre todos los habitantes que vivían allí, además de los intereses enlazados a la realización de la conquista sobre tales espacios, influenciaron las acciones que hicieron posible su conquista.porCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIACapitania do Rio GrandeSenado da Câmara da cidade do NatalSertãoGuerra dos BárbarosPara que enfim se colonizem estes sertões: a Câmara de Natal e a Guerra dos Bárbaros (1681-1722)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALJulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdfJulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdfapplication/pdf2589602https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24279/1/JulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdfdbd4373ed716e16cf68f5d85f6ffe11bMD51TEXTJulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdf.txtJulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain672375https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24279/2/JulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdf.txt4843a22b8bce9fa04cd21d268b768c47MD52THUMBNAILJulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdf.jpgJulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg1960https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/24279/3/JulioCesarVieiraDeAlencar_DISSERT.pdf.jpg73660e0441ab7270f7e068652f7ce98eMD53123456789/242792022-05-03 15:41:13.863oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/24279Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-03T18:41:13Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Neste trabalho pretendemos analisar o papel desempenhado pelo Senado da Câmara da cidade do Natal no processo de conquista do sertão da capitania do Rio Grande, a partir da atuação dessa instituição e dos homens que nela exerceram cargos oficiais durante a chamada Guerra dos Bárbaros, cujos acontecimentos se desenrolaram entre as duas últimas décadas do século XVII e as duas primeiras décadas do século XVIII. Consideramos que, estabelecida no litoral desde o início do século XVII, a Câmara de Natal foi constituída por indivíduos que atuaram, juntamente com outros personagens, no sentido de ordenar e efetivar a conquista colonial sobre os vastos sertões do Rio Grande. Dessa maneira, percebemos, através da leitura da documentação camarista, que o sertão e a cidade do Natal seriam espaços considerados como opostos, a saber, o mundo do caos e da falta de controle régio, em contraposição ao mundo da ordem e da cristandade, representado pelo litoral e pelas instituições civis e eclesiásticas nele estabelecidas. Mesmo construído a partir do litoral como o espaço da selvageria e da barbárie, o sertão colonial também era encarado como um espaço vazio e disponível, possibilitando o avanço da colonização e a geração de riquezas para a Coroa e para os moradores da América portuguesa, o que despertava o interesse dos diferentes grupos e atores sociais envolvidos no processo de conquista, gerando diversos conflitos entre eles. Assim, partimos principalmente da documentação oficial produzida pelos camarários da cidade do Natal – nas atas de reuniões da Câmara ou em comunicação com outras autoridades da capitania do Rio Grande e do Estado do Brasil, e com o próprio centro do império – para analisar de que maneira as concepções predominantes na sociedade colonial sobre os sertões e sobre os povos que neles habitavam, além dos interesses ligados à efetivação da conquista sobre tais espaços, influenciaram as ações que tornaram possível a sua conquista. |
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