Regras macroecológicas em ermitões paguroidea latreille, 1802 do Atlântico Ocidental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vale, Valéria Fonseca
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44836
Resumo: O tamanho do corpo é uma das variáveis eco-evolutivas fundamentais de espécies e populações, refletindo a história de vida dos táxons, ou seja, variações fisiológicas e características de aptidão. Duas regras macroecológicas são fortemente relacionadas a morfologia dos organismos: a regra de Bergmann e a regra de Rensch. A regra de Bergmann afirma que os organismos são maiores em regiões mais frias (altas latitudes). A Regra de Rensch afirma que o dimorfismo sexual de tamanho aumenta quando os machos são maiores. Além do tamanho corporal, a forma do corpo é uma covariável nos taxa. Alguns organismos têm seu crescimento mediado por abrigo adiciona um efeito diferencial no espectro de influência da latitude e do sexo no tamanho e forma corporal. Os ermitões têm uma relação de metabiose obrigatória com conchas de gastrópodes tornando-se excelentes modelos para avaliar padrões macroecológicos e evolutivos frente à estas restrições. Assim, este estudo objetiva testar as regras de Bergmann e de Rensch em três espécies de ermitões do gênero Clibanarius (C. antillensis, C. symmetricus e C. sclopetarius) no Atlântico Ocidental em macro e microescala evolutiva. Com dados de tamanho corporal (literatura e in situ) foram realizados modelos de regressão para avaliar as regras isoladas e, conjuntamente, além de incorporar modelos com os tipos de abrigos utilizados. Além do tamanho, a abstração da forma foi empregada nas investigações com dados in situ (dimorfismo sexual). As três espécies de Clibanarius mostraram clinas interpopulacionais consistentes com a regra de Bergmann. Foram detectados monomorfismos de tamanho e forma sexual para Clibanarius entre as populações. Na regra de Rensch, apenas C. antillensis revelou um padrão inverso. Em nossa avaliação da divergência específica de sexo em resposta aos gradientes latitudinais, a latitude aumentou o efeito corporal interpopulacional apenas em fêmeas. Sugere-se que dessecação, temperatura, gastos energéticos distintos de crescimento, reprodução e táticas de história de vida podem influenciar o viés destas regras. A variação do tamanho corporal nas fêmeas é modulada pela seleção de fecundidade e plasticidade no tamanho corporal. Nossos dados também sugerem que a seleção natural é mais forte sobre as espécies de Clibanarius, onde forças restritivas atuam por meio de cada fitness sexual.
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A regra de Bergmann afirma que os organismos são maiores em regiões mais frias (altas latitudes). A Regra de Rensch afirma que o dimorfismo sexual de tamanho aumenta quando os machos são maiores. Além do tamanho corporal, a forma do corpo é uma covariável nos taxa. Alguns organismos têm seu crescimento mediado por abrigo adiciona um efeito diferencial no espectro de influência da latitude e do sexo no tamanho e forma corporal. Os ermitões têm uma relação de metabiose obrigatória com conchas de gastrópodes tornando-se excelentes modelos para avaliar padrões macroecológicos e evolutivos frente à estas restrições. Assim, este estudo objetiva testar as regras de Bergmann e de Rensch em três espécies de ermitões do gênero Clibanarius (C. antillensis, C. symmetricus e C. sclopetarius) no Atlântico Ocidental em macro e microescala evolutiva. Com dados de tamanho corporal (literatura e in situ) foram realizados modelos de regressão para avaliar as regras isoladas e, conjuntamente, além de incorporar modelos com os tipos de abrigos utilizados. Além do tamanho, a abstração da forma foi empregada nas investigações com dados in situ (dimorfismo sexual). As três espécies de Clibanarius mostraram clinas interpopulacionais consistentes com a regra de Bergmann. Foram detectados monomorfismos de tamanho e forma sexual para Clibanarius entre as populações. Na regra de Rensch, apenas C. antillensis revelou um padrão inverso. Em nossa avaliação da divergência específica de sexo em resposta aos gradientes latitudinais, a latitude aumentou o efeito corporal interpopulacional apenas em fêmeas. Sugere-se que dessecação, temperatura, gastos energéticos distintos de crescimento, reprodução e táticas de história de vida podem influenciar o viés destas regras. A variação do tamanho corporal nas fêmeas é modulada pela seleção de fecundidade e plasticidade no tamanho corporal. Nossos dados também sugerem que a seleção natural é mais forte sobre as espécies de Clibanarius, onde forças restritivas atuam por meio de cada fitness sexual.Body size is one of the fundamental eco-evolutionary variables of species and populations, reflecting the life history of taxa, i.e. physiological variations and fitness traits. Two macroecological rules are strongly related to the body size of organisms: Bergmann and Rensch. Bergmann’s rule states that organisms are larger in colder regions (high latitudes). The Rensch’s rule states that sexual size dimorphism increases when males are larger. In addition to body size, body shape is a covariate in taxa. Some organisms that have their growth mediated by shelter, hermit crabs, for example, have a mandatory metabiosis relationship with gastropod shells, making them excellent models for assessing macroecological and evolutionary patterns in the face of these constraints. Using body size data (literature and in situ), regression models were designed to evaluate the rules separately and jointly and also the types of used shelters. In addition to size, shape abstraction was used in investigations in situ data (sexual dimorphism). The three species of Clibanarius showed interpopulation clines consistent with Bergmann's rule. Monomorphisms of sexual size and shape for Clibanarius were detected among populations. In Rensch's rule, only C. antillensis revealed an inverse pattern. In our assessment of gender-specific divergence in response to latitudinal gradients, latitude increased the interpopulation body effect only in females. It is suggested that desiccation, temperature, energy expenditure different from growth, reproduction and life history tactics may influence the bias of these rules. The variation in body size in females is modulated by fecundity selection and plasticity in body size. Our data also suggest that natural selection is stronger on the species of Clibanarius, where restrictive forces act through each sexual fitness.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃOUFRNBrasilRegras ecogeográficasDimorfismo sexualAlometriaTamanhoFormaRegras macroecológicas em ermitões paguroidea latreille, 1802 do Atlântico Ocidentalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALRegrasmacroecologicasermitoes_Vale_2020.pdfapplication/pdf1764101https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/44836/1/Regrasmacroecologicasermitoes_Vale_2020.pdfb5ff0501b84a68bb03e2ca9621274b72MD51123456789/448362022-05-02 13:02:44.747oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/44836Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-02T16:02:44Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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