Desigualdade na mortalidade por violência interpessoal em idosos no Brasil
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21348 |
Resumo: | Este estudo objetivou investigar a distribuição espacial da mortalidade por agressão em idosos e a correlação com os determinantes sociais da saúde. Trata-se de um estudo ecológico realizado nas Regiões de Articulação Urbana do Brasil entre 2009 e 2013. Os dados foram provenientes do Sistema de Informação sobre Mortalidade, Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Atlas de Desenvolvimento Humano, coletados entre janeiro e agosto de 2015. Os óbitos para o cálculo da taxa de mortalidade por agressão em idosos foram definidos segundo a Classificação Internacional das Doenças - 10ª Revisão (CID-10). Foi utilizado o programa Tabwin 3.2 para a coleta de dados. Em seguida, realizou-se a análise estatística com a correlação de Pearson, com um nível de significância estatística de 95%. Foram encontrados 12.600 óbitos por agressão em idosos, a maioria (85,53%) do sexo masculino, faixa etária de 60 a 69 anos (49,61%), raça/cor parda (46,39%), escolaridade de 1 a 3 anos de estudo (17,34%). O local de ocorrência foi no hospital (28%) e a principal fonte de informação foi o boletim de ocorrência (57,37%). Os tipos de causas mais frequentes foram agressão por meio de disparo de arma de fogo ou de arma não especificada (X95) (37,25%) e agressão por meio de objeto cortante ou penetrante (X99) (22,95%). A taxa de mortalidade por agressão em idosos nacional foi de 9,97 por 100.000, as regiões sul e sudeste foram as maiores: 18,33/100.000 e 18,42/100.000. Dentre as Unidades da Federação, foram: Roraima (23,51 por 100.000), Rondônia (22,90 por 100.000), Alagoas (22,11 por 100.000), Acre (20,88 por 100.000) e Mato Grosso (20,20 por 100.000). Das Regiões de Articulação Urbana, as maiores taxas foram: Uruguaiana (59,87 por 100.000), Curitiba (47,75 por 100.000), São Félix do Araguaia - Confresa - Vila Rica (44,32 por 100.000), Macaé (42,40 por 100.000) e Marabá (41,91 por 100.000). Na análise de correlação de Pearson, as variáveis com significância estatística e correlação fraca foram: índice de Gini (r=0,394, p<0,001), proporção de idosos residentes em domicílios na condição de outro parente (r=0,222, p<0,005), razão de dependência de idosos (r=-0,399, p<0,001), proporção de idosos que vivem em domicílio adequado (r=-0,147, p<0,06) e mortalidade da população em geral por agressão (r=0,518, p<0,001). As altas taxas de mortalidade por violência em idosos são explicadas pela estrutura social, econômica e de sistemas políticos no território brasileiro que geram iniquidades sociais, onde a violência está arraigada a essa estrutura atingindo toda a população do país. |
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Os dados foram provenientes do Sistema de Informação sobre Mortalidade, Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Atlas de Desenvolvimento Humano, coletados entre janeiro e agosto de 2015. Os óbitos para o cálculo da taxa de mortalidade por agressão em idosos foram definidos segundo a Classificação Internacional das Doenças - 10ª Revisão (CID-10). Foi utilizado o programa Tabwin 3.2 para a coleta de dados. Em seguida, realizou-se a análise estatística com a correlação de Pearson, com um nível de significância estatística de 95%. Foram encontrados 12.600 óbitos por agressão em idosos, a maioria (85,53%) do sexo masculino, faixa etária de 60 a 69 anos (49,61%), raça/cor parda (46,39%), escolaridade de 1 a 3 anos de estudo (17,34%). O local de ocorrência foi no hospital (28%) e a principal fonte de informação foi o boletim de ocorrência (57,37%). Os tipos de causas mais frequentes foram agressão por meio de disparo de arma de fogo ou de arma não especificada (X95) (37,25%) e agressão por meio de objeto cortante ou penetrante (X99) (22,95%). A taxa de mortalidade por agressão em idosos nacional foi de 9,97 por 100.000, as regiões sul e sudeste foram as maiores: 18,33/100.000 e 18,42/100.000. Dentre as Unidades da Federação, foram: Roraima (23,51 por 100.000), Rondônia (22,90 por 100.000), Alagoas (22,11 por 100.000), Acre (20,88 por 100.000) e Mato Grosso (20,20 por 100.000). Das Regiões de Articulação Urbana, as maiores taxas foram: Uruguaiana (59,87 por 100.000), Curitiba (47,75 por 100.000), São Félix do Araguaia - Confresa - Vila Rica (44,32 por 100.000), Macaé (42,40 por 100.000) e Marabá (41,91 por 100.000). Na análise de correlação de Pearson, as variáveis com significância estatística e correlação fraca foram: índice de Gini (r=0,394, p<0,001), proporção de idosos residentes em domicílios na condição de outro parente (r=0,222, p<0,005), razão de dependência de idosos (r=-0,399, p<0,001), proporção de idosos que vivem em domicílio adequado (r=-0,147, p<0,06) e mortalidade da população em geral por agressão (r=0,518, p<0,001). As altas taxas de mortalidade por violência em idosos são explicadas pela estrutura social, econômica e de sistemas políticos no território brasileiro que geram iniquidades sociais, onde a violência está arraigada a essa estrutura atingindo toda a população do país.This study was intended to investigate the spatial distribution of the mortality from aggression in elderly people and the correlation with the social determinants of health. This is an ecological study held in Brazilian Regions of Urban Articulation between 2009 and 2013. Data were originated from the System on Mortality Information, System on Health Indicators and Follow-up of Policies for Elderly People, Brazilian Institute of Geography and Statistics, and Atlas of Human Development, collected between January and August 2015. The deaths for calculating the mortality rate from aggression in elderly people were defined according to the International Classification of Diseases – 10th Revision (ICD-10). The Tabwin 3.2 software was used to collect data. After that, there was the statistical analysis with the Pearson correlation, with a statistical significance level of 95%. 12.600 deaths from aggression were found in elderly people, the majority (85,53%) were male, aged from 60 to 69 years (49,61%), mixed race/color (46,39%), schooling level between 1 and 3 years of study (17,34%). The place of occurrence was in the hospital (28%) and the main source of information was the police report (57,37%). The most frequent types of causes were aggression by means of shooting of a firearm or another unspecified handgun (X95) (37,25%) and aggression by means of sharp or needle-stick objects (X99) (22,95%). The national mortality rate from aggression in elderly people was 9,97 per 100.000, and the South and Southeast regions were the most prominent: 18,33/100.000 and 18,42/100.000. Among the Federation Units, emerged: Roraima (23,51 per 100.000), Rondônia (22,90 per 100.000), Alagoas (22,11 per 100.000), Acre (20,88 per 100.000) and Mato Grosso (20,20 per 100.000). From the Regions of Urban Articulation, the highest rates were: Uruguaiana (59,87 per 100.000), Curitiba (47,75 per 100.000), São Félix do Araguaia – Confresa – Vila Rica (44,32 per 100.000), Macaé (42,40 per 100.000) and Marabá (41,91 per 100.000). When analyzing the Pearson correlation, the variables with statistical significance and weak correlation were: Gini index (r=0,394, p<0,001), proportion of elderly people living in domiciles in the condition of another family member (r=0,222, p<0,005), dependency ratio of elderly people (r=-0,399, p<0,001), proportion of elderly people living in appropriate domiciles (r=-0,147, p<0,06) and mortality from aggression in the general population (r=0,518, p<0,001). The high mortality rates from violence in elderly people are explained through social and economic structure and political systems within the Brazilian territory that produce social iniquities, where violence is rooted in this structure affecting the entire population of the country.porUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAMortalidadeAgressãoDeterminantes sociais da saúdeIdosoDesigualdade na mortalidade por violência interpessoal em idosos no BrasilInequalities in mortality from interpersonal violence in the elderly in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALAilaMaropoAraujo_DISSERT.pdfAilaMaropoAraujo_DISSERT.pdfapplication/pdf1664889https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21348/1/AilaMaropoAraujo_DISSERT.pdf29482407c33b05eba7bdb64bb5fc4422MD51TEXTAilaMaropoAraujo_DISSERT.pdf.txtAilaMaropoAraujo_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain160819https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21348/6/AilaMaropoAraujo_DISSERT.pdf.txt50c0233c83f99481b00ce22ac3daa14cMD56THUMBNAILAilaMaropoAraujo_DISSERT.pdf.jpgAilaMaropoAraujo_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2606https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/21348/7/AilaMaropoAraujo_DISSERT.pdf.jpg5d6b03027659e97f221f537e129cfcefMD57123456789/213482017-11-04 04:52:47.414oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/21348Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-04T07:52:47Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Este estudo objetivou investigar a distribuição espacial da mortalidade por agressão em idosos e a correlação com os determinantes sociais da saúde. Trata-se de um estudo ecológico realizado nas Regiões de Articulação Urbana do Brasil entre 2009 e 2013. Os dados foram provenientes do Sistema de Informação sobre Mortalidade, Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Atlas de Desenvolvimento Humano, coletados entre janeiro e agosto de 2015. Os óbitos para o cálculo da taxa de mortalidade por agressão em idosos foram definidos segundo a Classificação Internacional das Doenças - 10ª Revisão (CID-10). Foi utilizado o programa Tabwin 3.2 para a coleta de dados. Em seguida, realizou-se a análise estatística com a correlação de Pearson, com um nível de significância estatística de 95%. Foram encontrados 12.600 óbitos por agressão em idosos, a maioria (85,53%) do sexo masculino, faixa etária de 60 a 69 anos (49,61%), raça/cor parda (46,39%), escolaridade de 1 a 3 anos de estudo (17,34%). O local de ocorrência foi no hospital (28%) e a principal fonte de informação foi o boletim de ocorrência (57,37%). Os tipos de causas mais frequentes foram agressão por meio de disparo de arma de fogo ou de arma não especificada (X95) (37,25%) e agressão por meio de objeto cortante ou penetrante (X99) (22,95%). A taxa de mortalidade por agressão em idosos nacional foi de 9,97 por 100.000, as regiões sul e sudeste foram as maiores: 18,33/100.000 e 18,42/100.000. Dentre as Unidades da Federação, foram: Roraima (23,51 por 100.000), Rondônia (22,90 por 100.000), Alagoas (22,11 por 100.000), Acre (20,88 por 100.000) e Mato Grosso (20,20 por 100.000). Das Regiões de Articulação Urbana, as maiores taxas foram: Uruguaiana (59,87 por 100.000), Curitiba (47,75 por 100.000), São Félix do Araguaia - Confresa - Vila Rica (44,32 por 100.000), Macaé (42,40 por 100.000) e Marabá (41,91 por 100.000). Na análise de correlação de Pearson, as variáveis com significância estatística e correlação fraca foram: índice de Gini (r=0,394, p<0,001), proporção de idosos residentes em domicílios na condição de outro parente (r=0,222, p<0,005), razão de dependência de idosos (r=-0,399, p<0,001), proporção de idosos que vivem em domicílio adequado (r=-0,147, p<0,06) e mortalidade da população em geral por agressão (r=0,518, p<0,001). As altas taxas de mortalidade por violência em idosos são explicadas pela estrutura social, econômica e de sistemas políticos no território brasileiro que geram iniquidades sociais, onde a violência está arraigada a essa estrutura atingindo toda a população do país. |
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