"Não é porque a gente não passa que não quer estudar!" juventudes na EJA: pronúncias e sentidos atribuídos à escola

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Ana Raquel de Oliveira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44813
Resumo: A presente dissertação objetiva identificar os sentidos atribuídos à escola por jovens com idades entre 15 e 17 anos, matriculados/as na Educação de Jovens e Adultos, na Escola Municipal Erivan França, cujas trajetórias escolares são atravessadas por situações de fracasso escolar, que provocam sua “migração” para a modalidade, em um processo que, a um só tempo, possibilita sua permanência na escola e aprofunda o fenômeno denominado de juvenilização da EJA. O objetivo da pesquisa foi, com base na escuta reflexiva de suas trajetórias escolares, compreender os sentidos por eles atribuídos à escola, aos saberes por ela propiciados. No processo de investigação, apoiamo-nos na pesquisa qualitativa etnográfica, realizando observações diretas na escola, entrevistas exploratórias, aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas que nos permitiram transitar entre diferentes lugares, olhares e escutas em torno das singularidades dos interlocutores. Como aporte teórico, buscamos os estudos sobre a noção de sentido, em Augé (1999) e Vygotsky (2008), as relações com o saber, a partir da leitura de Charlot (1999, 2000), e juventudes e juvenilização na EJA, em Dayrell (2003) e Arroyo (2017). Nossas conclusões acerca dos sentidos atribuídos à escola foram norteadas por quesitos como a juvenilização e o papel da escola na EJA, a escola como lugar de conhecimentos científicos e expectativas de futuro, as aprendizagens relacionais, distorção idade-série e as reprovações. Assim, delineamos até onde foi possível um entendimento acerca do universo dos jovens na EJA, seus sentidos e como se percebem inseridos na modalidade, sem deixarmos, no entanto, de considerar suas trajetórias escolares e de vida. Apesar da obviedade dos sentidos atribuídos, concluímos que a escola não consegue atender às expectativas do/as educandos/as de aprender as habilidades que julgam necessárias e consonantes com suas demandas pessoais e sociais. Eles e elas buscam obter o diploma, valorizam os saberes científicos, saberes que envolvem dominar habilidades de leitura, de escrita, de uma língua estrangeira, do uso de tecnologia, de uma profissão, de um modo de expressar sua arte, seu movimento e sua voz. Valorizam o aprender a estar no mundo e com os outros, bem como a convivência com base em valores fundamentais, por exemplo, o respeito, a tolerância e a educação. Buscam experiências que fazem parte da sua existência e que dialoguem com suas necessidades individuais e seus sonhos aparentemente impossíveis.
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Dissertação (Mestrado em Educação) - Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44813A presente dissertação objetiva identificar os sentidos atribuídos à escola por jovens com idades entre 15 e 17 anos, matriculados/as na Educação de Jovens e Adultos, na Escola Municipal Erivan França, cujas trajetórias escolares são atravessadas por situações de fracasso escolar, que provocam sua “migração” para a modalidade, em um processo que, a um só tempo, possibilita sua permanência na escola e aprofunda o fenômeno denominado de juvenilização da EJA. O objetivo da pesquisa foi, com base na escuta reflexiva de suas trajetórias escolares, compreender os sentidos por eles atribuídos à escola, aos saberes por ela propiciados. No processo de investigação, apoiamo-nos na pesquisa qualitativa etnográfica, realizando observações diretas na escola, entrevistas exploratórias, aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas que nos permitiram transitar entre diferentes lugares, olhares e escutas em torno das singularidades dos interlocutores. Como aporte teórico, buscamos os estudos sobre a noção de sentido, em Augé (1999) e Vygotsky (2008), as relações com o saber, a partir da leitura de Charlot (1999, 2000), e juventudes e juvenilização na EJA, em Dayrell (2003) e Arroyo (2017). Nossas conclusões acerca dos sentidos atribuídos à escola foram norteadas por quesitos como a juvenilização e o papel da escola na EJA, a escola como lugar de conhecimentos científicos e expectativas de futuro, as aprendizagens relacionais, distorção idade-série e as reprovações. Assim, delineamos até onde foi possível um entendimento acerca do universo dos jovens na EJA, seus sentidos e como se percebem inseridos na modalidade, sem deixarmos, no entanto, de considerar suas trajetórias escolares e de vida. Apesar da obviedade dos sentidos atribuídos, concluímos que a escola não consegue atender às expectativas do/as educandos/as de aprender as habilidades que julgam necessárias e consonantes com suas demandas pessoais e sociais. Eles e elas buscam obter o diploma, valorizam os saberes científicos, saberes que envolvem dominar habilidades de leitura, de escrita, de uma língua estrangeira, do uso de tecnologia, de uma profissão, de um modo de expressar sua arte, seu movimento e sua voz. Valorizam o aprender a estar no mundo e com os outros, bem como a convivência com base em valores fundamentais, por exemplo, o respeito, a tolerância e a educação. Buscam experiências que fazem parte da sua existência e que dialoguem com suas necessidades individuais e seus sonhos aparentemente impossíveis.This dissertation aims to identify the meanings attributed to school by young people between 15 and 17 years of age, enrolled in Youth and Adult Education at the Escola Municipal Erivan França, whose school trajectories are crossed by situations of school failure, which cause their "migration" to the modality, in a process that, at a single time, allows their permanence in school and deepens the phenomenon called juvenilization of EJA. The objective of the research was, based on reflective listening of their school trajectories, to understand the senses attributed by them to the knowledge provided by the school. In the process of investigation we relied on ethnographic qualitative research, carrying out direct observations at school, exploratory interviews, application of questionnaires and semi-structured interviews that allowed us to move between different places, looks and listens around the singularities of the interlocutors. As a theoretical contribution, we sought studies on the notion of meaning, in Augé (1999) and Vygotsky (2008), on the relationships with knowledge, from the reading of Charlot (1999, 2000), and on youth and juvenilization at EJA, in Dayrell (2003) and Arroyo (2017). Thus, we have delineated as far as possible an understanding about the youth universe at EJA, its senses and how they perceive themselves inserted in the modality, without ceasing, however, to consider their school and life trajectories. Despite the obviousness of the senses attributed, the school is unable to meet the expectations of the students to learn the skills they deem necessary and in line with their personal and social demands. They seek to obtain the diploma, they value scientific knowledge, they value knowledge that involves mastering skills in reading, writing, a foreign language, the use of technology, a profession, a way of expressing their art, their movement and their voice. They value learning to be in the world and with others, living together based on fundamental values such as respect, tolerance and education. They seek experiences that are part of their existence and that dialogue with their individual needs and their apparently impossible dreams. Our conclusions about the meanings attributed to school were guided by issues such as juvenilization and the role of school in EJA, school as a place of scientific knowledge and expectations for the future, relational learning, age-serial distortion and reproaches.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃOUFRNBrasilJuvenilizaçãoEducação de jovens e adultosSentidos da escola"Não é porque a gente não passa que não quer estudar!" juventudes na EJA: pronúncias e sentidos atribuídos à escolainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALNaoeporquegente_Souza_2021.pdfapplication/pdf991197https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/44813/1/Naoeporquegente_Souza_2021.pdf44fc498782fdf6e23cfa7eb1f27b8e05MD51123456789/448132022-05-02 12:24:27.154oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/44813Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-02T15:24:27Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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