Viver e esperar viver: corpo e identidade na transição de gênero de homens trans
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20730 |
Resumo: | Esta pesquisa busca entender como homens trans constroem suas identidades e vivenciam a experiência transexual nas relações que estabelecem cotidianamente para entrada na categoria homem . Foi possível perceber que para isso engendram uma transição de gênero específica em meio a transexualidade masculina. Apesar de estarem sob um amálgama complexo de relações de exploração e dominação disciplinares, formas de ser homem são agenciadas para uma vivência e entrada nos espaços onde são expulsos por não conformarem os corpos que as normas de gênero demandam. Compreende-se que a transição de gênero é um processo ao mesmo tempo de manejo orgânico e protético do corpo e de assunção da própria identidade. Com isso, constroem uma política de identidade que fixa criativamente uma categoria de pessoa detentora de direitos. A transição trata, portanto, de transicionar de uma inexistência a um lugar de humanidade. A dissertação descreve como esse processo se realiza nas experiências dos interlocutores, observando as práticas de fazer emergir o masculino diante de posições de classe quanto ao mercado de trabalho, ao acesso a saúde, a hormornização e a própria identidade. Desse modo, teorias que os fixem como expressando masculinidades femininas ou marginais à hegemonia não encontram exatidão em suas vidas. A pesquisa partiu metodologicamente da realização de etnografias multissituadas em diferentes meios que deram espaço a entrevistas em profundidade com 14 interlocutores provenientes do Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Entre os anos de 2014 e 2015, partindo da aplicação de técnica de rede às primeiras interlocuções em pesquisa, pôde-se construir uma observação participante junto ao cotidiano de homens trans, de suas atividades privadas, públicas em meio a um coletivo de ativismo trans no Nordeste, e ao acompanhamento de ações nas quais estiveram envolvidos durante o XII Encontro Nacional em Universidades de Diversidade Sexual e de Gênero (ENUDSG) realizado em Mossoró/RN. Dessa forma, o trabalho tenta descrever e compreender as diferentes formas de construir as transições de gênero de homens trans no acesso à transexualidade e, portanto, a uma forma de explicar as próprias trajetórias em termos de pessoas que existem enquanto tais, em meio a narrativas marcadas por emoções ligadas ao não viver , ao sofrimento e desumanização. |
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Apesar de estarem sob um amálgama complexo de relações de exploração e dominação disciplinares, formas de ser homem são agenciadas para uma vivência e entrada nos espaços onde são expulsos por não conformarem os corpos que as normas de gênero demandam. Compreende-se que a transição de gênero é um processo ao mesmo tempo de manejo orgânico e protético do corpo e de assunção da própria identidade. Com isso, constroem uma política de identidade que fixa criativamente uma categoria de pessoa detentora de direitos. A transição trata, portanto, de transicionar de uma inexistência a um lugar de humanidade. A dissertação descreve como esse processo se realiza nas experiências dos interlocutores, observando as práticas de fazer emergir o masculino diante de posições de classe quanto ao mercado de trabalho, ao acesso a saúde, a hormornização e a própria identidade. Desse modo, teorias que os fixem como expressando masculinidades femininas ou marginais à hegemonia não encontram exatidão em suas vidas. A pesquisa partiu metodologicamente da realização de etnografias multissituadas em diferentes meios que deram espaço a entrevistas em profundidade com 14 interlocutores provenientes do Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Entre os anos de 2014 e 2015, partindo da aplicação de técnica de rede às primeiras interlocuções em pesquisa, pôde-se construir uma observação participante junto ao cotidiano de homens trans, de suas atividades privadas, públicas em meio a um coletivo de ativismo trans no Nordeste, e ao acompanhamento de ações nas quais estiveram envolvidos durante o XII Encontro Nacional em Universidades de Diversidade Sexual e de Gênero (ENUDSG) realizado em Mossoró/RN. Dessa forma, o trabalho tenta descrever e compreender as diferentes formas de construir as transições de gênero de homens trans no acesso à transexualidade e, portanto, a uma forma de explicar as próprias trajetórias em termos de pessoas que existem enquanto tais, em meio a narrativas marcadas por emoções ligadas ao não viver , ao sofrimento e desumanização.This work seeks to understand how trans men build their identities and live the transsexual experience in the relationships they establish daily onto “man” category. It could be observed that for it they engenders a specific gender transition in the midst of male transsexuality. Despite being under a complex amalgam of relations of exploitation and disciplinary domination, ways of being man are brokered for a living and entry into spaces where they are expelled for not conform the bodies that gender norms require. It is understood that gender transition is a process at the same time of organic and prosthetic body management and the assumption of your own identity. Thus, they build a politic of identity that creatively fixes a person's category as rights holder. The "transition" is therefore to transact from nonexistence to a place of humanity. This dissertation describes how this process takes place in the experiences of the speakers, observing the practices that bring out the male, front of class positions on the labor market, access to health, hormonization and own identity. Thereby, theories that fix them as expressing female masculinities or marginal to the hegemony do not find exactitude in their lives. The research methodologically started performing "multilocated ethnographies" that gave possibilities to in-depth interviews with 15 stakeholders from the Northeast, Midwest, Southeast and South of Brazil. Between 2014 and 2015, from the applying of network technique to the first dialogues in research, it was possible to build a participant observation by the trans men’s everyday life. Wherewith I was capable to behold their own private activities, as well as their public agency amid a trans activism collective in northeast, and the follow-up actions in which they were involved during the XII Encontro Nacional em Universidades de Diversidade Sexual e de Gênero (ENUDSG) held in Mossoró/RN. Therefore, the thesis engages to describe and understand the different ways of constructing trans male gender transitions in access to transsexuality and therefore a way of explaining their own trajectories in terms of people that exist as such, even though in the midst of narratives marked by emotions linked to "not live", to suffering and dehumanization.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESporUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIALUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIAHomens transTransição de gêneroCorpoTransexualidadeIdentidadeViver e esperar viver: corpo e identidade na transição de gênero de homens transinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALViverEsperarViver_Rego_2015.pdfViverEsperarViver_Rego_2015.pdfapplication/pdf2713865https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20730/1/ViverEsperarViver_Rego_2015.pdf84a588372a2c41e098175208725a3e7cMD51TEXTFranciscoCleitonVieiraSilvaDoRego_DISSERT.pdf.txtFranciscoCleitonVieiraSilvaDoRego_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain519582https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20730/6/FranciscoCleitonVieiraSilvaDoRego_DISSERT.pdf.txtf55a50222c960e7b9dc44d68e82ee64dMD56ViverEsperarViver_Rego_2015.pdf.txtViverEsperarViver_Rego_2015.pdf.txtExtracted texttext/plain519582https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20730/8/ViverEsperarViver_Rego_2015.pdf.txtf55a50222c960e7b9dc44d68e82ee64dMD58THUMBNAILFranciscoCleitonVieiraSilvaDoRego_DISSERT.pdf.jpgFranciscoCleitonVieiraSilvaDoRego_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2026https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20730/7/FranciscoCleitonVieiraSilvaDoRego_DISSERT.pdf.jpgfb5e8ce6b39dc89adaf0669a6854a631MD57ViverEsperarViver_Rego_2015.pdf.jpgViverEsperarViver_Rego_2015.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2026https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/20730/9/ViverEsperarViver_Rego_2015.pdf.jpgfb5e8ce6b39dc89adaf0669a6854a631MD59123456789/207302019-01-29 22:55:41.62oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/20730Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-01-30T01:55:41Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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