Interações entre cactos e vertebrados na Caatinga, floresta tropical seca do nordeste brasileiro
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29512 |
Resumo: | Interações mutualísticas entre plantas e animais dispersores de sementes são cruciais para a manutenção da biodiversidade. O papel de aves, morcegos e lagartos enquanto dispersores de sementes de cactos já foram elucidados, mas ainda se sabe pouco sobre como essas interações estão distribuídas dentro de uma rede de interação. O objetivo dessa dissertação foi descrever a estrutura (aninhamento e modularidade) da rede dispersão de sementes de cactos por vertebrados na Caatinga do Rio Grande do Norte, Brasil. Para isso, nós monitoramos ao longo de onze meses a frugivoria de seis espécies de cactos (globular Melocactus zehntneri, prickly-pear Tacinga inamoena, colunares Pilosocereus gounellei, P. chrysostele, P. pachycladus e Cereus jamacaru) com armadilhas fotográficas, contemplando tanto o período diurno quanto noturno. Também buscamos identificar o quanto as espécies de cactos diferem em relação à comunidade de frugívoros que se alimentam de seus frutos utilizando o índice de dissimilaridade de Bray-Curtis. Nós encontramos 23 espécies de animais vertebrados interagindo com quatro espécies de cactos, exceto em T. inamoena e P. chrysostele. A rede de interação não apresentou padrão aninhado nem modular, indicando que as interações entre cactos e vertebrados são relativamente simétricas dentro da rede. Os resultados sugerem que os cactos possuem uma estratégia generalista, atraindo diversos animais que podem contribuir diferentemente na dispersão de sementes, incluindo aves, répteis e mamíferos, todos esses aqui identificados atuando como dispersor primário. Apesar dessa generalização, nós observamos que os cactos colunares mais altos, P. pachycladus e C. jamacaru, compartilharam uma comunidade semelhante de frugívoros, principalmente aves. Já o cacto colunar P. gounellei foi mais semelhante ao globular M. zehntneri, e ambos tiveram frutos consumidos principalmente por lagartos (Tropidurus hispidus) e mamíferos, provavelmente por disponibilizarem frutos mais próximos do chão. Identificamos novas relações de frugivoria entre P. gounellei e o lagarto Salvator merianae e de florivoria entre T. inamoena e o lagarto T. hispidus, durante os onze meses de monitoramento de cactos com armadilhas fotográficas. S. merianae consumiu frutos de P. gounellei em dois dias diferentes, enquanto T. hispidus foi registrado consumindo quatro flores de T. inamoena em quatro dias diferentes em três meses. Os cactos ofereceram frutos continuamente ao longo do ano mantendo diferentes grupos de animais que potencialmente desempenham um papel complementar na dispersão de sementes de cactos e, portanto, essas interações mutualísticas devem ser consideradas na conservação e restauração de ambientes semiáridos como a Caatinga. |
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Paixão, Virgínia Helen FigueiredoPichorim, MauroGomes, Vanessa Grazielle NóbregaVenticinque, Eduardo Martins2020-07-08T23:34:12Z2020-07-08T23:34:12Z2020-03-17PAIXÃO, Virgínia Helen Figueiredo. Interações entre cactos e vertebrados na Caatinga, floresta tropical seca do nordeste brasileiro. 2020. 92f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29512Interações mutualísticas entre plantas e animais dispersores de sementes são cruciais para a manutenção da biodiversidade. O papel de aves, morcegos e lagartos enquanto dispersores de sementes de cactos já foram elucidados, mas ainda se sabe pouco sobre como essas interações estão distribuídas dentro de uma rede de interação. O objetivo dessa dissertação foi descrever a estrutura (aninhamento e modularidade) da rede dispersão de sementes de cactos por vertebrados na Caatinga do Rio Grande do Norte, Brasil. Para isso, nós monitoramos ao longo de onze meses a frugivoria de seis espécies de cactos (globular Melocactus zehntneri, prickly-pear Tacinga inamoena, colunares Pilosocereus gounellei, P. chrysostele, P. pachycladus e Cereus jamacaru) com armadilhas fotográficas, contemplando tanto o período diurno quanto noturno. Também buscamos identificar o quanto as espécies de cactos diferem em relação à comunidade de frugívoros que se alimentam de seus frutos utilizando o índice de dissimilaridade de Bray-Curtis. Nós encontramos 23 espécies de animais vertebrados interagindo com quatro espécies de cactos, exceto em T. inamoena e P. chrysostele. A rede de interação não apresentou padrão aninhado nem modular, indicando que as interações entre cactos e vertebrados são relativamente simétricas dentro da rede. Os resultados sugerem que os cactos possuem uma estratégia generalista, atraindo diversos animais que podem contribuir diferentemente na dispersão de sementes, incluindo aves, répteis e mamíferos, todos esses aqui identificados atuando como dispersor primário. Apesar dessa generalização, nós observamos que os cactos colunares mais altos, P. pachycladus e C. jamacaru, compartilharam uma comunidade semelhante de frugívoros, principalmente aves. Já o cacto colunar P. gounellei foi mais semelhante ao globular M. zehntneri, e ambos tiveram frutos consumidos principalmente por lagartos (Tropidurus hispidus) e mamíferos, provavelmente por disponibilizarem frutos mais próximos do chão. Identificamos novas relações de frugivoria entre P. gounellei e o lagarto Salvator merianae e de florivoria entre T. inamoena e o lagarto T. hispidus, durante os onze meses de monitoramento de cactos com armadilhas fotográficas. S. merianae consumiu frutos de P. gounellei em dois dias diferentes, enquanto T. hispidus foi registrado consumindo quatro flores de T. inamoena em quatro dias diferentes em três meses. Os cactos ofereceram frutos continuamente ao longo do ano mantendo diferentes grupos de animais que potencialmente desempenham um papel complementar na dispersão de sementes de cactos e, portanto, essas interações mutualísticas devem ser consideradas na conservação e restauração de ambientes semiáridos como a Caatinga.Cacti species play a major role in frugivory networks in arid and semiarid ecosystems. Several studies reinforced the role of birds, bats, and lizards as effective cacti seed dispersers, although little is known about how these interactions are distributed in a network. Our objective was to describe network structure (nestedness and modularity) of mutualistic network of cacti-seed dispersal by vertebrates at Caatinga, Rio Grande do Norte State, Brazil. We also seek to identify how much cacti species differ on the community of frugivores that feed on their fruits using the BrayCurtis dissimilarity index. For that, we monitored frugivory in six cacti species (globular Melocactus zehntneri, prickly-pear Tacinga inamoena, columnar Pilosocereus gounellei, P. chrysostele, P. pachycladus, and Cereus jamacaru) using camera-traps during eleven months, contemplating both daytime and nighttime. We found 23 vertebrate species feeding on four cacti species fruits, except on T. inamoena and P. chrysostele, and these interactions were not nested or modular, meaning that interactions within network are relatively symmetric. Our data show that cacti have a generalist strategy of attracting a wide variety of animals that provide different dispersal services, such as birds, reptiles, and mammals, all of which were recorded as primary dispersers. Despite this generalization, columnar cacti P. pachycladus and C. jamacaru, shared a similar community of frugivores, mainly birds. The columnar cactus P. gounellei was more similar to the globular M. zehntneri, and both had fruits consumed mainly by lizards (Tropidurus hispidus) and mammals, probably because they provide fruits closer to the ground. During our study, we found new interactions between lizards Salvator merianae to P. gounellei fruits and Tropidurus hispidus feeding on T. inamoena flowers, recorded during the eleven months survey with camera-traps. S. merianae consumed P. gounellei fruits in two different days, while T. hispidus were recorded eating four T. inamoena flowers in four different days in three months. Cacti offered fruits continuously throughout the year, maintaining different groups of animals that potentially play a complementary role in the dispersion of cactus seeds and, therefore, these mutualistic interactions must be considered in the conservation and restoration of semiarid environments such as Caatinga.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIAInterações planta-animalFrugivoriaCactaceaeCaatingaDispersão de sementesFlorivoriaAninhamentoModularidadeInterações entre cactos e vertebrados na Caatinga, floresta tropical seca do nordeste brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTInteracoesentrecactos_Paixao_2020.pdf.txtInteracoesentrecactos_Paixao_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain139547https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29512/2/Interacoesentrecactos_Paixao_2020.pdf.txt826efd70f2d0c0bab66aaa686e793708MD52THUMBNAILInteracoesentrecactos_Paixao_2020.pdf.jpgInteracoesentrecactos_Paixao_2020.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1224https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29512/3/Interacoesentrecactos_Paixao_2020.pdf.jpg712194f08d453ee6e91ee8479dbc25a4MD53ORIGINALInteracoesentrecactos_Paixao_2020.pdfapplication/pdf3818291https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29512/1/Interacoesentrecactos_Paixao_2020.pdfba0fd8057369c0fb9188970432bb4ef0MD51123456789/295122020-07-12 04:49:13.49oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/29512Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-07-12T07:49:13Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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