Psicologia e direito das famílias: análise da mediação familiar judicial
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32885 |
Resumo: | Os processos judiciais das Varas de Família aumentaram nos últimos anos. Isso explica-se pelo crescimento no número de separações e necessidade dos pais buscarem o Judiciário como meio de garantir seus direitos, inclusive, de participar integralmente da vida dos filhos. As famílias em conflito tendem a não tomar suas próprias decisões: recorrem à Justiça em busca de auxílio, encontrando no processo judicial o único canal de comunicação para solucionar problemas como: divórcio, pensão alimentícia, guarda de filhos e reconhecimento de paternidade. Delegam ao Estado a responsabilidade de resolverem seus conflitos, majoritariamente, não solucionáveis por decisões judiciais. A partir da reforma do Judiciário, o Poder Estatal desenvolveu uma política pública para implementar Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs), utilizando-se da Conciliação e da Mediação enquanto campo de saberfazer, interdisciplinar e institucionalizado. Esta pesquisa objetiva analisar, sob a perspectiva da Análise Institucional, as condições de trabalho dos mediadores familiares. Seus objetivos específicos são: a) conhecer as “encomendas” e “demandas” feitas aos mediadores em suas práticas no Direito das Famílias e b) analisar forças (instituições) que atravessam a produção dessa demanda, bem como as intervenções propostas pelos mediadores. Metodologicamente, adota uma perspectiva qualitativa, utilizando-se de observação da realidade institucional e de entrevistas semiestruturadas realizadas com os mediadores familiares da capital paraibana. Foram elucidados analisadores e, seguidamente, observadas as linhas de forças que atuavam nesse dispositivo. Os principais analisadores encontrados foram: voluntariado, voluntariado feminino, precarização do trabalho e hierarquias de poder. Dentre as encomendas destacamos: desafogar Judiciário, dar atenção e confortar mediandos. Esses denunciam o excesso de poder do Judiciário, como instituição propagadora de positividade em sua política solucionista, prometendo uma justiça mais célere e humanizada, quando na prática, precariza o trabalho do mediador e não atende ao verdadeiro propósito da Mediação. |
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Isso explica-se pelo crescimento no número de separações e necessidade dos pais buscarem o Judiciário como meio de garantir seus direitos, inclusive, de participar integralmente da vida dos filhos. As famílias em conflito tendem a não tomar suas próprias decisões: recorrem à Justiça em busca de auxílio, encontrando no processo judicial o único canal de comunicação para solucionar problemas como: divórcio, pensão alimentícia, guarda de filhos e reconhecimento de paternidade. Delegam ao Estado a responsabilidade de resolverem seus conflitos, majoritariamente, não solucionáveis por decisões judiciais. A partir da reforma do Judiciário, o Poder Estatal desenvolveu uma política pública para implementar Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs), utilizando-se da Conciliação e da Mediação enquanto campo de saberfazer, interdisciplinar e institucionalizado. Esta pesquisa objetiva analisar, sob a perspectiva da Análise Institucional, as condições de trabalho dos mediadores familiares. Seus objetivos específicos são: a) conhecer as “encomendas” e “demandas” feitas aos mediadores em suas práticas no Direito das Famílias e b) analisar forças (instituições) que atravessam a produção dessa demanda, bem como as intervenções propostas pelos mediadores. Metodologicamente, adota uma perspectiva qualitativa, utilizando-se de observação da realidade institucional e de entrevistas semiestruturadas realizadas com os mediadores familiares da capital paraibana. Foram elucidados analisadores e, seguidamente, observadas as linhas de forças que atuavam nesse dispositivo. Os principais analisadores encontrados foram: voluntariado, voluntariado feminino, precarização do trabalho e hierarquias de poder. Dentre as encomendas destacamos: desafogar Judiciário, dar atenção e confortar mediandos. Esses denunciam o excesso de poder do Judiciário, como instituição propagadora de positividade em sua política solucionista, prometendo uma justiça mais célere e humanizada, quando na prática, precariza o trabalho do mediador e não atende ao verdadeiro propósito da Mediação.The lawsuits of family courts have increased in recent years. This is explained by the growth of separations and parents need to seek the judiciary as a means of guaranteeing their rights, including to participate fully in their children's lives. Conflicting families tend not to make their own decisions: they turn to Justice for help, finding in the lawsuit the only communication channel to solve problems such as: divorce, alimony, children custody and paternity recognition. They delegate the responsability to the State to resolve their conflicts, which are mostly unsolvable by judicial decisions. Due to the current crisis in the judicial system, State Power has developed a public policy to implement Judicial Centers of Consensual Conflict Resolution (CEJUSC), using Conciliation and Mediation as an interdisciplinary and institutionalized field of know-how. This research aims to analyze, from the perspective of Institutional Analysis, the working conditions of family mediators. Its specific objectives are: a) know the “orders” and “demands” made to mediators in their practices in Family Law; b) analyze forces (institutions) that go through the production of this demand, as well as the interventions proposed by the mediators. Methodologically, it adopts a qualitative perspective, using observation of the institutional reality and semi-structured interviews with family mediators in Paraíba’s capital. Analyzers have been elucidated and then the power lines that operated on this device were observed. The main analyzers found were: volunteering, female volunteering, precarious work and power hierarchies. Among the orders we have highlighted: relieve judiciary, give attention and comfort mediators. These report too much power of the judiciary, as an institution that propagates positivity in its resolving policy, promising a faster and more humanized justice, when in practice, it makes the mediator's work precarious and it does not meet the true purpose of Mediation.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIAUFRNBrasilMediação de conflitos familiarMediação judicialMediadoresAnálise institucionalPsicologia e direito das famílias: análise da mediação familiar judicialinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALPsicologiadireitofamilias_Rocha_2021.pdfapplication/pdf873458https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/32885/1/Psicologiadireitofamilias_Rocha_2021.pdfab67049863a20908bfff4cef6e173416MD51123456789/328852021-07-14 13:10:35.865oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/32885Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-07-14T16:10:35Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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