O capital como indústria do sofrimento: crítica à análise do processo trabalho-saúde pelo Serviço Social
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57765 |
Resumo: | O processo saúde-doença dos trabalhadores e das trabalhadoras é engendrado pelo processo de trabalho no capitalismo. Nesse sentido, esta dissertação expõe, como ao longo da jornada de trabalho, as cargas que causam desgaste na força de trabalho dos/as trabalhadores/as, sejam eles físicos e/ou mentais, se manifestam. Tal procedimento se dá no contexto da luta e classes e as transformações no mundo do trabalho em sua relação dialética com o processo de produção saúde-doença, baseando-se nos textos de Marx e nos estudos da Medicina Social LatinoAmericana, mas não se limitando a eles, e considerando como contexto, o modo como o sofrimento psíquico tem sido abordado no Serviço Social. Assim, este trabalho tem como objetivo geral contribuir com o aprofundamento teórico acerca da saúde mental do trabalhador e da trabalhadora no Serviço Social brasileiro. Mais especificamente, objetiva-se: a) Investigar o campo da saúde do/a trabalhador/a enquanto espaço de disputa teórica e política no capitalismo brasileiro; b) Expor o sofrimento psíquico enquanto expressão da questão social a partir dos desdobramentos provocados pelas transformações no mundo do trabalho; e c) Analisar o Estado da Arte do Serviço Social frente às temáticas de saúde mental do trabalhador e da trabalhadora. A metodologia da pesquisa está fundamentada no método crítico-dialético, com abordagem quanti-qualitativa, e com uso de técnicas do levantamento bibliométrico dos dados materiais acerca da produção de conhecimento do Serviço Social frente à Saúde do/a Trabalhador/a, acrescido de análise documental de relatórios de órgãos de fomento e governamentais. Como resultado das análises, fica evidenciado que o pauperismo, o sofrimento, a loucura e o suicídio são produzidos dialeticamente na sociedade, como expressão de um processo mais amplo e generalizado de sofrimento psíquico e físico decorrente da ampliação da exploração do trabalho que vem sendo intensificada pela crescente precarização do trabalho da classe trabalhadora. Vale observar ainda, que tanto as frações de trabalhadores que estão conseguindo vender sua força de trabalho, quanto os desempregados têm sido acometidos por adoecimento mental, ainda que de forma distinta, indicando que é necessário considerar não apenas a conformação atual da classe, mas também suas particularidades, por isso foi destacado na pesquisa a necessidade de atenção para os trabalhadores formalmente excluídos do mercado de trabalho. Para além disso, identifica-se que a dinâmica do Modo de Produção Capitalista tem engendrado tanto a produção de adoecimentos, especificamente, dos transtornos mentais, os quais têm sido objeto da mercantilização com vistas a reprodução ampliada de capital. Portanto, a partir do entendimento de que o sofrimento psíquico constitui um dos desdobramentos das expressões da Questão Social, destaca-se a importância de uma maior apropriação do Serviço Social, acerca da perspectiva da determinação da saúde para ampliar a sua contribuição enquanto área do conhecimento e de intervenção, frente aos debates que permeiam a saúde mental dos/as trabalhadores/as. Conclui-se que o Serviço Social tem considerado aspectos salutares no que tange à importância da luta por saúde mental na perspectiva da Reforma Psiquiátrica, como pode ser visto nos estudos publicados sobre a saúde do trabalhador, a reforma e a contrarreforma psiquiátrica, contudo, há uma lacuna no que se refere à necessidade da radicalidade na crítica à redução aos determinantes sociais da saúde, uma vez que estes não tensionam as bases do modo capitalista de produção e não problematizam as raízes das desigualdades sociais. |
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Nascimento, Emilly Bezerra Fernandes dohttps://orcid.org/0000-0003-3585-5407http://lattes.cnpq.br/6594653149180766https://orcid.org/0000-0003-3668-4195http://lattes.cnpq.br/6047443183161152Ferraz, Deise Luiza da SilvaCosta, Maria Dalva Horácio dahttp://lattes.cnpq.br/1927931527903510Ferraz, Janaynna de Moura2024-03-04T23:51:05Z2024-03-04T23:51:05Z2024-02-02NASCIMENTO, Emilly Bezerra Fernandes do. O capital como indústria do sofrimento: crítica à análise do processo trabalho-saúde pelo Serviço Social. Orientadora: Dra. Janaynna de Moura Ferraz. 2024. 126f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2024.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57765O processo saúde-doença dos trabalhadores e das trabalhadoras é engendrado pelo processo de trabalho no capitalismo. Nesse sentido, esta dissertação expõe, como ao longo da jornada de trabalho, as cargas que causam desgaste na força de trabalho dos/as trabalhadores/as, sejam eles físicos e/ou mentais, se manifestam. Tal procedimento se dá no contexto da luta e classes e as transformações no mundo do trabalho em sua relação dialética com o processo de produção saúde-doença, baseando-se nos textos de Marx e nos estudos da Medicina Social LatinoAmericana, mas não se limitando a eles, e considerando como contexto, o modo como o sofrimento psíquico tem sido abordado no Serviço Social. Assim, este trabalho tem como objetivo geral contribuir com o aprofundamento teórico acerca da saúde mental do trabalhador e da trabalhadora no Serviço Social brasileiro. Mais especificamente, objetiva-se: a) Investigar o campo da saúde do/a trabalhador/a enquanto espaço de disputa teórica e política no capitalismo brasileiro; b) Expor o sofrimento psíquico enquanto expressão da questão social a partir dos desdobramentos provocados pelas transformações no mundo do trabalho; e c) Analisar o Estado da Arte do Serviço Social frente às temáticas de saúde mental do trabalhador e da trabalhadora. A metodologia da pesquisa está fundamentada no método crítico-dialético, com abordagem quanti-qualitativa, e com uso de técnicas do levantamento bibliométrico dos dados materiais acerca da produção de conhecimento do Serviço Social frente à Saúde do/a Trabalhador/a, acrescido de análise documental de relatórios de órgãos de fomento e governamentais. Como resultado das análises, fica evidenciado que o pauperismo, o sofrimento, a loucura e o suicídio são produzidos dialeticamente na sociedade, como expressão de um processo mais amplo e generalizado de sofrimento psíquico e físico decorrente da ampliação da exploração do trabalho que vem sendo intensificada pela crescente precarização do trabalho da classe trabalhadora. Vale observar ainda, que tanto as frações de trabalhadores que estão conseguindo vender sua força de trabalho, quanto os desempregados têm sido acometidos por adoecimento mental, ainda que de forma distinta, indicando que é necessário considerar não apenas a conformação atual da classe, mas também suas particularidades, por isso foi destacado na pesquisa a necessidade de atenção para os trabalhadores formalmente excluídos do mercado de trabalho. Para além disso, identifica-se que a dinâmica do Modo de Produção Capitalista tem engendrado tanto a produção de adoecimentos, especificamente, dos transtornos mentais, os quais têm sido objeto da mercantilização com vistas a reprodução ampliada de capital. Portanto, a partir do entendimento de que o sofrimento psíquico constitui um dos desdobramentos das expressões da Questão Social, destaca-se a importância de uma maior apropriação do Serviço Social, acerca da perspectiva da determinação da saúde para ampliar a sua contribuição enquanto área do conhecimento e de intervenção, frente aos debates que permeiam a saúde mental dos/as trabalhadores/as. Conclui-se que o Serviço Social tem considerado aspectos salutares no que tange à importância da luta por saúde mental na perspectiva da Reforma Psiquiátrica, como pode ser visto nos estudos publicados sobre a saúde do trabalhador, a reforma e a contrarreforma psiquiátrica, contudo, há uma lacuna no que se refere à necessidade da radicalidade na crítica à redução aos determinantes sociais da saúde, uma vez que estes não tensionam as bases do modo capitalista de produção e não problematizam as raízes das desigualdades sociais.The health-disease process of male and female workers is engendered by the work process under capitalism. In this sense, this dissertation shows how the risks that cause wear and tear on workers' workforces, whether physical and/or mental, manifest themselves throughout the working day. This procedure takes place in the context of the class struggle and the transformations in the world of work in its dialectical relationship with the health-disease production process, based on the texts of Marx and the studies of Latin American Social Medicine, but not limited to them, and considering as a context the way in which psychological suffering has been approached in Social Work. The general aim of this study is therefore to contribute to a deeper theoretical understanding of the mental health of male and female workers in the Brazilian Social Service. More specifically, the aim is to: a) Investigate the field of workers' health as a space of theoretical and political dispute in Brazilian capitalism; b) Expose psychological suffering as an expression of the social question based on the developments caused by transformations in the world of work; and c) Analyze the State of the Art of Social Work in relation to the themes of workers' mental health. The research methodology is based on the critical-dialectical method, with a quantitative-qualitative approach, and the use of bibliometric survey techniques of material data on the production of knowledge of Social Work in relation to Workers' Health, plus documentary analysis of reports from development and government agencies. As a result of the analysis, it is clear that pauperism, suffering, madness and suicide are produced dialectically in society, as an expression of a broader and more generalized process of psychological and physical suffering resulting from the increased exploitation of work, which has been intensified by the growing precariousness of the working class.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIALUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIALServiço SocialSaúde do trabalhadorSaúde mental - trabalhoSofrimento psíquicoQuestão socialO capital como indústria do sofrimento: crítica à análise do processo trabalho-saúde pelo Serviço Socialinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALCapitalindustriasofrimento_Nascimento_2024.pdfapplication/pdf2289051https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/57765/1/Capitalindustriasofrimento_Nascimento_2024.pdfdc2263c81a0696dd402b52117bd3965bMD51123456789/577652024-03-04 20:51:56.1oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/57765Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2024-03-04T23:51:56Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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