Silicificação hidrotermal e bandas de deformação: influência na arquitetura interna de falhas na Bacia Rio do Peixe, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maciel, Ingrid Barreto
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30754
Resumo: O presente trabalho investiga os processos de formação e compartimentação das zonas de falhas e silicificação hidrotermal na Bacia Rio do Peixe, Brasil, observando o impacto destes processos sobre as rochas siliciclásticas hospedeiras. Para isto, mapeamos 6 afloramentos com o auxílio de veículo aéreo não-tripulado (VANT), realizamos medições e análises de campo, coletas de amostras e etapas em laboratório, como descrição petrográfica em escala micro, microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de energia dispersiva (EDS), difratometria de Raios X (DRX) e análises de inclusões fluidas. Observamos que as zonas de falha possuem um núcleo com alto grau de catáclase, reduzindo drasticamente o tamanho dos grãos e as porosidades primária ou secundária. Vizinho ao núcleo, a zona de dano é caraterizada por bandas de deformação únicas ou em clusters, onde o conteúdo de argilominerais varia. As zonas de falhas de borda da bacia apresentam faixas de silicificação de até 250 m de espessura. Ao longo destas, a silicificação varia em intensidade e pode se manifestar de forma estática ou dinâmica. Nestas faixas são encontradas bandas de deformação, brechas hidráulicas próximas ao plano de falha principal e rochas do embasamento silicificadas com veios de quartzo. Dentro dos poros, primários ou secundários, há ocorrências de minerais neoformados como caulinita, calcedônia, apatita e barita, resultantes da interação entre o fluido hidrotermal aquecido e o arcabouço pré-existente. A silicificação está associada a ascensões de fluidos hidrotermais ao longo das falhas mais profundas, variando em condições de temperatura entre 89°C e 240°C e pressão de 30 -80 Mpa. A partir dos resultados obtidos, concluímos que a composição do arcabouço e a mineralogia das argilas não varia ao longo da zona de falha, apesar do conteúdo de argilominerais ser sistematicamente menor nas rochas mais deformadas. Elas possuem origem intempérica, não relacionada à atividade das falhas. Em contrapartida, a silicificação das falhas de borda está inteiramente ligada à dinâmica das falhas, pois sofrem reativação a partir da ascensão de fluidos hidrotermais formados a altas pressões e temperaturas. Logo, os processos de catáclase e silicificação hidrotermal possuem implicações diretas em reservatórios de água e hidrocarbonetos
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Para isto, mapeamos 6 afloramentos com o auxílio de veículo aéreo não-tripulado (VANT), realizamos medições e análises de campo, coletas de amostras e etapas em laboratório, como descrição petrográfica em escala micro, microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de energia dispersiva (EDS), difratometria de Raios X (DRX) e análises de inclusões fluidas. Observamos que as zonas de falha possuem um núcleo com alto grau de catáclase, reduzindo drasticamente o tamanho dos grãos e as porosidades primária ou secundária. Vizinho ao núcleo, a zona de dano é caraterizada por bandas de deformação únicas ou em clusters, onde o conteúdo de argilominerais varia. As zonas de falhas de borda da bacia apresentam faixas de silicificação de até 250 m de espessura. Ao longo destas, a silicificação varia em intensidade e pode se manifestar de forma estática ou dinâmica. Nestas faixas são encontradas bandas de deformação, brechas hidráulicas próximas ao plano de falha principal e rochas do embasamento silicificadas com veios de quartzo. Dentro dos poros, primários ou secundários, há ocorrências de minerais neoformados como caulinita, calcedônia, apatita e barita, resultantes da interação entre o fluido hidrotermal aquecido e o arcabouço pré-existente. A silicificação está associada a ascensões de fluidos hidrotermais ao longo das falhas mais profundas, variando em condições de temperatura entre 89°C e 240°C e pressão de 30 -80 Mpa. A partir dos resultados obtidos, concluímos que a composição do arcabouço e a mineralogia das argilas não varia ao longo da zona de falha, apesar do conteúdo de argilominerais ser sistematicamente menor nas rochas mais deformadas. Elas possuem origem intempérica, não relacionada à atividade das falhas. Em contrapartida, a silicificação das falhas de borda está inteiramente ligada à dinâmica das falhas, pois sofrem reativação a partir da ascensão de fluidos hidrotermais formados a altas pressões e temperaturas. Logo, os processos de catáclase e silicificação hidrotermal possuem implicações diretas em reservatórios de água e hidrocarbonetosThe present work investigates the formation and compartmentalization processes of the fault zones and hydrothermal silicification in the Rio do Peixe Basin, Brazil, observing these processes' impact on the host siliciclastic rocks. For this, we mapped six outcrops with the aid of unmanned aerial vehicle (UAV), structural mapping, petrography, scanning electron microscopy (SEM), spectroscopy dispersive energy (SDE), X-ray diffractometry (XRD), and fluid inclusion analyses. We observed that the fault zones have a core with a high degree of cataclase, reducing the size of the grains, primary and secondary porosity. Next to the core, a damage zone is characterized by single deformation bands or clusters, where the content of clay minerals vary significantly. The borders fault zones have silicification bands up to 250 m thick. Throughout these bands, silicification varies in intensity and can show a static or dynamic pattern. Deformation bands, hydraulic gaps close to the main fault plane, and silicified basement rocks with quartz veins are found in these places. Within the primary and secondary pores, there are occurrences of newly formed minerals such as kaolinite, chalcedony, apatite, and barite, resulting from the interaction between the hydrothermal fluid and the host rock. Silicification is associated with ascents of hydrothermal fluids along the deepest faults, varying in temperature conditions between 89 ° C and 240 ° C and 30-80 Mpa pressure. From the results obtained, we conclude that the composition of the framework and the clays' mineralogy do not vary along the fault zone, despite the content of clay minerals being systematically lower in the most deformed rocks. They have a weathering origin, unrelated to the fault activity. On the other hand, the silicification of the border faults is linked to the fault dynamics, because they suffer reactivation from the rise of hydrothermal fluids formed at high pressures and temperatures. Therefore, the cataclase and the hydrothermal silicification processes have important implications for aquifers and hydrocarbon reservoirsPETROBRASUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICAUFRNBrasilBandas de deformaçãoDeformation bandsSilicificação hidrotermalBacia Rio do PeixeHydrotermal silicificationSilicificação hidrotermal e bandas de deformação: influência na arquitetura interna de falhas na Bacia Rio do Peixe, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALIngridBarretoMaciel_TESE.pdfapplication/pdf9148961https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30754/1/IngridBarretoMaciel_TESE.pdfd8dfee952be28862dc698ef436dd6327MD51TEXTIngridBarretoMaciel_TESE.pdf.txtIngridBarretoMaciel_TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain193540https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30754/2/IngridBarretoMaciel_TESE.pdf.txt7831255f433a9754bb16ea1479d03eddMD52THUMBNAILIngridBarretoMaciel_TESE.pdf.jpgIngridBarretoMaciel_TESE.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1341https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/30754/3/IngridBarretoMaciel_TESE.pdf.jpgeaad846776a8de811b6b4050a991a8e8MD53123456789/307542020-11-29 04:44:55.369oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/30754Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-11-29T07:44:55Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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