O que é “ser polícia”?: tensões, continuidades e rupturas na Polícia Civil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29203 |
Resumo: | A presente dissertação propõe tentar identificar e compreender, através da observação participante e do mapeamento de discursos e de entrevistas, indícios de continuidades e rupturas nas práticas e valores da Polícia Civil, especificamente do RN. O trabalho está estruturado em três capítulos. No primeiro capítulo teço algumas considerações sobre a atividade investigativa da Polícia Civil e a sua previsão legal. Posteriormente apresento alguns relatos contado pelos próprios policiais civis, sobre a formação da Polícia Civil do RN. No segundo capítulo, ao focar nos dados de campo, analiso as categorias encontradas. As análises me levaram a acreditar que o “sentido de existir” da Polícia Civil ainda está alicerçado em paradigmas seculares de “combate ao inimigo” e de sacrifício. Apesar disso foi possível perceber, também, que a Polícia Civil começa a delinear novas formas de atuação e representação de si. Ainda, que a atividade desse grupo vem sendo marcada por tensões e por relações de continuidade e descontinuidade, gerando incertezas para ela mesma, no que é “ser polícia” e em como aferem o seu trabalho. Nesse sentido o inquérito policial, considerado pelos policiais civis como sendo “o coração da atividade da Polícia Civil”, sempre foi visto praticamente como único meio de quantificar o trabalho da PC, o que lhes tem causado insatisfação ultimamente. Tais descontentamentos, somado a outros fatores, tem provocado reflexos nos modos de “ser” e “estar” da Polícia Civil na contemporaneidade. Observei isso, particularmente na Polícia Civil do RN, cuja corporação sofrendo mudanças nas últimas décadas, embora essas transformações tenham favorecido ainda mais para o aumento nessas tensões. Nessa perspectiva concluo que existem condições para a desnaturalização de pressupostos antigos, assim, o terceiro capítulo apresenta alguns projetos, nacionais e estaduais, voltados para modernização das PCs, ressaltando que esses movimentos vinham avançando, mas que houve recuo nos últimos anos. |
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Brito, Ana Cláudia de CarvalhoFreitas, Eliane Tânia Martins deCardoso, Marcus AndréNeves, Rita de Cássia MariaSuassuna, Rodrigo FigueiredoPorto, Rozeli MariaMelo, Juliana Gonçalves2020-06-09T18:51:36Z2020-06-09T18:51:36Z2019-11-25BRITO, Ana Cláudia de Carvalho. O que é “ser polícia”?: tensões, continuidades e rupturas na Polícia Civil. 2019. 137f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29203A presente dissertação propõe tentar identificar e compreender, através da observação participante e do mapeamento de discursos e de entrevistas, indícios de continuidades e rupturas nas práticas e valores da Polícia Civil, especificamente do RN. O trabalho está estruturado em três capítulos. No primeiro capítulo teço algumas considerações sobre a atividade investigativa da Polícia Civil e a sua previsão legal. Posteriormente apresento alguns relatos contado pelos próprios policiais civis, sobre a formação da Polícia Civil do RN. No segundo capítulo, ao focar nos dados de campo, analiso as categorias encontradas. As análises me levaram a acreditar que o “sentido de existir” da Polícia Civil ainda está alicerçado em paradigmas seculares de “combate ao inimigo” e de sacrifício. Apesar disso foi possível perceber, também, que a Polícia Civil começa a delinear novas formas de atuação e representação de si. Ainda, que a atividade desse grupo vem sendo marcada por tensões e por relações de continuidade e descontinuidade, gerando incertezas para ela mesma, no que é “ser polícia” e em como aferem o seu trabalho. Nesse sentido o inquérito policial, considerado pelos policiais civis como sendo “o coração da atividade da Polícia Civil”, sempre foi visto praticamente como único meio de quantificar o trabalho da PC, o que lhes tem causado insatisfação ultimamente. Tais descontentamentos, somado a outros fatores, tem provocado reflexos nos modos de “ser” e “estar” da Polícia Civil na contemporaneidade. Observei isso, particularmente na Polícia Civil do RN, cuja corporação sofrendo mudanças nas últimas décadas, embora essas transformações tenham favorecido ainda mais para o aumento nessas tensões. Nessa perspectiva concluo que existem condições para a desnaturalização de pressupostos antigos, assim, o terceiro capítulo apresenta alguns projetos, nacionais e estaduais, voltados para modernização das PCs, ressaltando que esses movimentos vinham avançando, mas que houve recuo nos últimos anos.This dissertation proposes to try to identify and understand, through participant observation and mapping speeches and interviews, evidence of continuities and ruptures in the practices and values of the Civil Police, specifically the RN. The work is structured in three chapters. In the first chapter I have some considerations about the investigative activity of the Civil Police and its legal provision. Later I present some reports told by the civil police themselves, about the formation of the Civil Police of RN. In the second chapter, when focusing on field data, I analyze the categories found. The analyzes led me to believe that the Civil Police's “sense of existing” is still grounded in secular paradigms of “fighting the enemy” and sacrifice. Despite this, it was also possible to see that the Civil Police are beginning to outline new ways of acting and representing themselves. Still, that the activity of this group has been marked by tensions and by relations of continuity and discontinuity, generating uncertainties for itself, in what it means to “be a police” and in how they measure their work. In this sense, the police inquiry, considered by civil police officers to be “the heart of the activity of the Civil Police”, has always been seen as practically the only means of quantifying the work of the CP, which has caused them dissatisfaction lately. Such discontent, added to other factors, has caused reflections in the ways of “being” and “being” of the Civil Police in contemporary times. I observed this, particularly in the Civil Police of RN, whose corporation has undergone changes in the last decades, although these transformations have further favored the increase in these tensions. In this perspective, I conclude that conditions exist for the denaturalization of old assumptions, thus, the third chapter presents some projects, national and state, aimed at modernizing the PCs, emphasizing that these movements have been advancing, but that there has been a retreat in recent years.CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIASegurança públicaPolícia civilIdentidadePCRNO que é “ser polícia”?: tensões, continuidades e rupturas na Polícia Civilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIALUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTOqueeserpolicia_Brito_2019.pdf.txtOqueeserpolicia_Brito_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain335709https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29203/2/Oqueeserpolicia_Brito_2019.pdf.txt42c66f5085b70ce1cde9be574f53d361MD52THUMBNAILOqueeserpolicia_Brito_2019.pdf.jpgOqueeserpolicia_Brito_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1207https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29203/3/Oqueeserpolicia_Brito_2019.pdf.jpge02544ca60f997e7c24777ddbe8f2f9eMD53ORIGINALOqueeserpolicia_Brito_2019.pdfapplication/pdf2609856https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29203/1/Oqueeserpolicia_Brito_2019.pdf406a36f419ac12de69d0edbac08906dcMD51123456789/292032020-06-14 04:38:41.03oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/29203Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-06-14T07:38:41Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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