Avaliação da mortalidade de mulheres em idade fértil vítimas de violência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Ana Mayara Gomes de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28168
Resumo: A violência contra as mulheres não é um fenômeno novo, contudo, diante das consequências que trazem à saúde e ao bem-estar, este agravo tem ganhando um crescente reconhecimento no cenário nacional e internacional da saúde pública. Mulheres em idade fértil correspondem à faixa etária entre 10 e 49 anos, sendo maioria da população feminina brasileira. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar a mortalidade de mulheres em idade fértil por violência no período de 2007 a 2016, no Brasil. Trata-se de estudo ecológico cuja variável dependente foi o Coeficiente de Mortalidade de mulheres vítimas de violência com idade entre 10 e 49 anos. Para a análise da autocorrelação espacial entre as 161 Regiões Intermediárias de Articulação Urbana (RIAU) do Brasil foram aplicados os testes de Moran Global e foi realizada análise bivariada entre a variável desfecho e as variáveis independentes (coeficiente geral de mortalidade, coeficiente de mortalidade por capítulos da 10ª Classificação Internacional de Doença, coeficiente de mortalidade por faixa etária, socioeconômicas, desigualdade social e acesso aos serviços de saúde). Foi realizada ainda análise com descritiva clássica dos dados, sendo avaliadas a média, mediana, desvio padrão e test t Student para comparações entre médias levando em consideração o intervalo de confiança (IC) de 95% e valor de p<0,05. No período de 2007 a 2016 foi possível identificar que houve aumento da mortalidade por causas externas e agressão entre mulheres em idade fértil, com maior concentração de óbitos nas regiões Norte, Sudeste e Sul, com destaque para o ano de 2016 com taxa de óbitos que chega a 45,24% dessa população. Em relação à faixa etária, observa-se que mulheres de 40 a 49 anos possuem maior frequência de óbitos. Destaca-se ainda que o número de óbitos aumentou na mesma medida que a idade. Em relação à escolaridade, o maior percentual foi entre aquelas que tinham de 4 a 7 anos, seguidas das que possuíam entre 8 a 11 anos de estudo. Por fim, quanto ao estado civil, a proporção de óbitos foi maior entre as solteiras. Conclui-se que a mortalidade por violência entre as mulheres ainda expressa altos coeficientes na maioria das regiões do país e que possui relação direta com as características do entorno, como raça, fatores de classe social, fatores socioeconômicos e acesso aos serviços de saúde. Dessa forma, esses achados corroboram a importância de que o enfrentamento da violência não pode ocorrer apenas pautando-se por fatores individuais e deve ser sensibilizado nos serviços para o acolhimento das mulheres.
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spelling Souza, Ana Mayara Gomes deOliveira, Jonas Sami Albuquerque deCosta, Cintia Bezerra AlmeidaMachado, Flávia Christiane de AzevedoAndrade, Fábia Barbosa de2019-12-09T16:24:17Z2019-12-09T16:24:17Z2019-06-25SOUZA, Ana Mayara Gomes de. Avaliação da mortalidade de mulheres em idade fértil vítimas de violência. 2019. 101f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28168A violência contra as mulheres não é um fenômeno novo, contudo, diante das consequências que trazem à saúde e ao bem-estar, este agravo tem ganhando um crescente reconhecimento no cenário nacional e internacional da saúde pública. Mulheres em idade fértil correspondem à faixa etária entre 10 e 49 anos, sendo maioria da população feminina brasileira. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar a mortalidade de mulheres em idade fértil por violência no período de 2007 a 2016, no Brasil. Trata-se de estudo ecológico cuja variável dependente foi o Coeficiente de Mortalidade de mulheres vítimas de violência com idade entre 10 e 49 anos. Para a análise da autocorrelação espacial entre as 161 Regiões Intermediárias de Articulação Urbana (RIAU) do Brasil foram aplicados os testes de Moran Global e foi realizada análise bivariada entre a variável desfecho e as variáveis independentes (coeficiente geral de mortalidade, coeficiente de mortalidade por capítulos da 10ª Classificação Internacional de Doença, coeficiente de mortalidade por faixa etária, socioeconômicas, desigualdade social e acesso aos serviços de saúde). Foi realizada ainda análise com descritiva clássica dos dados, sendo avaliadas a média, mediana, desvio padrão e test t Student para comparações entre médias levando em consideração o intervalo de confiança (IC) de 95% e valor de p<0,05. No período de 2007 a 2016 foi possível identificar que houve aumento da mortalidade por causas externas e agressão entre mulheres em idade fértil, com maior concentração de óbitos nas regiões Norte, Sudeste e Sul, com destaque para o ano de 2016 com taxa de óbitos que chega a 45,24% dessa população. Em relação à faixa etária, observa-se que mulheres de 40 a 49 anos possuem maior frequência de óbitos. Destaca-se ainda que o número de óbitos aumentou na mesma medida que a idade. Em relação à escolaridade, o maior percentual foi entre aquelas que tinham de 4 a 7 anos, seguidas das que possuíam entre 8 a 11 anos de estudo. Por fim, quanto ao estado civil, a proporção de óbitos foi maior entre as solteiras. Conclui-se que a mortalidade por violência entre as mulheres ainda expressa altos coeficientes na maioria das regiões do país e que possui relação direta com as características do entorno, como raça, fatores de classe social, fatores socioeconômicos e acesso aos serviços de saúde. Dessa forma, esses achados corroboram a importância de que o enfrentamento da violência não pode ocorrer apenas pautando-se por fatores individuais e deve ser sensibilizado nos serviços para o acolhimento das mulheres.Violence against women is not a new phenomenon, although, facing consequence it brings for health and well-being, this aggression has received a growing recognition in Brazil as well as other countries regarding public health concerning. Childbearing-age women correspond to 10 to 49 age range, and they are the majority part of Brazilian female population. Therefore, this study aims to evaluate mortality data of childbearing-age women by acts of violence from 2007 to 2016, in Brazil. This is an ecological study which dependent variable was the Women Mortality Coefficient for women who were victims of violence between 10 to 49 years old range. For an analysis of space self correlation among 161 Urban Articulation Intermediary Regions (RIAU – Regiões Intermediárias de Articulação Urbana, in Portuguese) in Brazil, we applied Moran Global tests and we performed a bivariate analysis between closuring variable and independent variables (general coefficient of mortality, coefficient of mortality by chapters in 10th International Classification of Diseases and Related Health Problems, coefficient of mortality by socioeconomic, social inequality, health services access and age group). We also performed a classical descriptive data analysis, in which we evaluate average and medium standard deviation and test t Student for average rates comparison, concerning a confidence interval (CI) of 95% and value of p<0,05. From 2007 to 2016 it was possible to identify a mortality raise by external causes and aggression to childbearing-age women, with a higher concentration of deaths in North, Southeast and Southern regions, specially in 2016, when death numbers reach 45,24% in this population. Regarding to age groups, we noticed that 40 to 49 years-old women number of deaths is higher, and we must remark that this number increased according age raising. About schooling, the highest percentage was found between 4 and 7 years of school attendance, followed by the ones between 8 and 11 years of schooling. Lastly, regarding marital status, the proportion of deaths was higher in single women group. So, we concluded that mortality by violence amongst women express high coefficients in the most of Brazilian regions and they are still related to contextual characteristics such as breed, social layer factors, socioeconomic factors and health service access. Thus, these findings remark how important is to face violence not only by individual factors and there must be a sensibilization in services of hosting women services.CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAViolênciaMortalidadeSaúde da mulherAnálise espacialAvaliação da mortalidade de mulheres em idade fértil vítimas de violênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTAvaliaçãomortalidademulheres_Souza_2019.pdf.txtAvaliaçãomortalidademulheres_Souza_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain222886https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28168/2/Avalia%c3%a7%c3%a3omortalidademulheres_Souza_2019.pdf.txt3651c72d3cec5e38aadd752f1d599a8eMD52THUMBNAILAvaliaçãomortalidademulheres_Souza_2019.pdf.jpgAvaliaçãomortalidademulheres_Souza_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1390https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28168/3/Avalia%c3%a7%c3%a3omortalidademulheres_Souza_2019.pdf.jpg1ea4569b5f3db515c29b9bee87149754MD53ORIGINALAvaliaçãomortalidademulheres_Souza_2019.pdfapplication/pdf3211336https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28168/1/Avalia%c3%a7%c3%a3omortalidademulheres_Souza_2019.pdfc953abd557e60bcbbaef58894d5c9d91MD51123456789/281682019-12-15 02:18:16.056oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/28168Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-12-15T05:18:16Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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